Barreira De Superstição
Sexta, 5 de Setembro“Se a fome excessiva desculpou Davi por violar até mesmo a santidade do santuário, e fez com que seu ato fosse isento de culpa, quanto mais desculpável era o simples ato dos discípulos de colher espigas e comê-las no dia de Sábado. Jesus queria ensinar a Seus discípulos e a Seus inimigos que o serviço de Deus era, acima de tudo, prioritário; e, se fadiga e fome acompanhassem a obra, era correto satisfazer as necessidades da humanidade, mesmo no dia de Sábado. Essa instituição sagrada não foi dada para interferir com as necessidades do nosso ser, trazendo dor e desconforto em vez de bênção. ‘O Sábado foi feito por causa do homem’ (Marcos 2:27), para lhe dar descanso e paz, e lembrá-lo da obra do seu Criador, não para ser um fardo pesado.
“O trabalho feito no templo no Sábado estava em harmonia com a lei; no entanto, o mesmo labor, se empregado em negócios comuns, seria uma violação dela. O ato de colher e comer grãos para sustentar a força física, a fim de ser usada no serviço de Deus, era correto e lícito. Jesus então coroou Seu argumento declarando-Se o ‘Senhor do Sábado’ (Mateus 12:8) — Alguém acima de toda questão e acima de toda lei. Este Juiz Infinito absolve os discípulos de qualquer culpa, apelando para os próprios estatutos que eles eram acusados de violar.
“Mas Jesus não deixou o assunto encerrar-se sem administrar uma repreensão a Seus inimigos. Ele declarou que, em sua cegueira, eles haviam interpretado erroneamente o propósito do Sábado. Disse Ele: ‘Se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.’ Ele então contrastou seus muitos ritos sem coração com a integridade sincera e o amor terno que deveriam caracterizar os verdadeiros adoradores de Deus: ‘Porque eu quero misericórdia, e não sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos. Mas eles transgrediram o concerto, como Adão; ales foram infiéis a mim’ (Oséias 6:6, 7).
“Jesus foi criado entre esse povo, tão marcado pelo fanatismo e preconceito; e, portanto, Ele sabia que, ao curar no Sábado, seria considerado um transgressor da lei. Estava ciente de que os fariseus se apoderariam de tais atos com grande indignação, e assim procurariam influenciar o povo contra Ele. Sabia que eles usariam essas obras de misericórdia como argumentos fortes para afetar a mente das massas, que durante toda a vida estiveram presas pelas restrições e exigências judaicas. No entanto, esse conhecimento não O impediu de derrubar o insensato muro de superstição que barricava o Sábado, e de ensinar aos homens que a caridade e a benevolência eram lícitas em todos os dias” (Ellen G. White, Signs of the Times, 30 de novembro de 1876).