QUANDO DEUS DESAPARECE

Sábado, 13 de Setembro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
Êxodo 32:1-35; Êxodo 33:1-11
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: Êxodo 32:1-35; Êxodo 33:1-11

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 20 de Setembro.

Domingo, 14 de Setembro

Como você perde Deus? Isso pode parecer uma pergunta boba, mas estava rapidamente se tornando uma questão urgente para os israelitas, que começaram a entrar em pânico depois que Moisés subiu ao Monte Sinai para se encontrar com Deus... e desapareceu. Moisés parecia ter se perdido. Mas o problema maior era que Deus parecia ter se perdido. Os israelitas pensaram que estavam sozinhos.

O Êxodo e as pragas no Egito haviam acontecido meses antes. Os israelitas haviam passado pelo Mar Vermelho e foram providencialmente abastecidos com água para beber. Eles haviam derrotado os amalequitas e estavam comendo o alimento milagroso, o maná, há semanas. Eles tremeram diante da aparição de Deus no topo da montanha, quando Ele pessoalmente lhes falou Sua lei. Enquanto o povo esperava Moisés descer da montanha, parece que eles haviam se acostumado com o miraculoso. O maná diário, a nuvem de dia e o fogo de noite, e o estrondo do topo do Sinai haviam se tornado experiências comuns, do dia a dia, entrelaçadas em suas vidas rotineiras.

O que fazemos quando não sentimos Deus? Nós, como os israelitas, desistimos da esperança quase imediatamente? Você pode ser honesto aqui; todos nós já experimentamos a transição desconfortável do topo da montanha para a rotina. Esta história dos israelitas nos encoraja a sermos pacientes quando estamos esperando em Deus e a confiarmos Nele quando não sentimos imediatamente Sua presença ou vemos Sua atuação. Depois de esperar por quarenta dias (Êxodo 24:18), os israelitas ainda não sabiam onde estava Moisés. Talvez eles tenham presumido que ele estava morto.

De qualquer forma, eles abandonaram a fé na primeira vez que Deus não agiu no tempo deles desde que saíram do Egito. Talvez tenham presumido que Ele era como todos os outros deuses, inconstante em Seu favor e provisão. Eles realmente não conheciam a natureza e misericórdia de Deus. Quer em voz alta, quer em seus corações, declararam Moisés perdido, e Deus junto com ele.

Segunda, 15 de Setembro

Em Êxodo 24:12–14, lemos que Moisés subiu ao Monte Sinai para receber as tábuas de pedra contendo os Dez Mandamentos. Arão e Hur ficaram encarregados do acampamento. Moisés permaneceu no monte com Deus por quarenta dias e quarenta noites (Deuteronômio 9:9), período durante o qual também recebeu de Deus instruções para a construção do tabernáculo. Aparentemente, depois de um longo período de demora inesperada aguardando por Moisés, o povo foi dominado por desapontamento e desespero e propôs fabricar um Deus semelhante aos deuses egípcios com os quais estavam familiarizados. Arão cedeu às exigências do povo.

O povo trouxe a Arão joias de ouro que havia recebido dos egípcios após a décima praga, e ele confeccionou um ídolo. Eles escolheram fazer a imagem de um bezerro, talvez porque o culto ao touro era comum tanto no Egito quanto em Canaã. Os touros eram os mais caros dentre os animais de criação agrícola e também eram o sacrifício que Deus determinou que fosse oferecido quando o sacerdote ungido ou toda a comunidade de Israel pecasse contra Ele (Levítico 4:1–21).

O que aconteceu em seguida revela o verdadeiro problema de toda a confusão. Arão declarou aos israelitas que o dia seguinte seria “festa para o Senhor” (Êxodo 32:5). Ele não deu ao novo Deus um novo nome; tomou o nome pactual de Yahweh, que Deus havia falado a Moisés meses antes, quando Lhe apareceu pela primeira vez na sarça ardente. Arão estava tentando manter o Deus de Moisés vivo nesse novo tipo de adoração. E que culto foi aquele. “Então levantaram-se cedo no dia seguinte, ofereceram holocaustos e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo sentou-se para comer e beber, e levantou-se para brincar” (Êxodo 32:6). Eles ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas, exatamente como Deus mais tarde ordenaria que fossem oferecidas em Seu santuário. Houve também “brincar”. A palavra hebraica original aqui pode ser interpretada para significar uma gama de atividades, desde riso e zombaria até mesmo atividade amorosa entre amantes. Este era o suposto culto a Yahweh liderado por Arão!

Esta queda em uma adoração sincrética e idólatra de Yahweh foi tão desafiadora que Deus decidiu destruir toda a nação. Esta foi a reação final de Deus diante das decisões de um povo que continuamente se rebelara contra Sua direção em suas vidas e que nunca parecia confiar que Ele estava presente, mesmo quando não podiam vê-Lo. Todos os seus fracassos anteriores culminaram neste dia de farra em torno de um ídolo que eles mesmos fizeram com as próprias mãos e ao qual, de maneira repreensível, deram o nome de Yahweh. Foi mais do que Deus pôde tolerar. Deus precisava eliminar essa profanação idólatra de Seu nome, ou ela se espalharia.

Terça, 16 de Setembro

Uma das histórias mais incríveis de intercessão humana surge a partir deste mergulho na idolatria e quase extinção. As ameaças de completa destruição por parte de Deus não são vazias ou exageradas. No entanto, Moisés se lembrou do profundo amor que Deus mostrou quando poupou Adão e Eva no dia em que comeram do fruto proibido. Crendo nas promessas de Deus e em Sua misericórdia, Moisés suplicou para que Deus não destruísse o povo hebreu.

Deus claramente queria que Moisés fizesse algo, já que a primeira coisa que Ele fez foi ordenar a Moisés: “Vai, desce!” (Êxodo 32:7). Isso soa muito como Deus pedindo a Moisés que se colocasse na brecha e intercedesse pelo seu povo. Moisés aceitou o desafio, mas em vez de deixar a montanha como Deus havia ordenado, permaneceu e continuou a conversa com Deus. Ao interceder pelas vidas do povo, Moisés destacou que a própria reputação de Deus diante dos egípcios estaria em jogo. Ele lembrou a Deus que Ele mesmo os havia tirado do Egito, e que eles eram Seu povo (verso 11). Além disso, a promessa de Deus aos patriarcas seria quebrada se Ele os destruísse (Êxodo 32 13).

Moisés estava agindo em nome de Deus nesta história, e quando desceu da montanha e viu a idolatria do povo, sua ira se acendeu assim como a de Deus (verso 19). Moisés ficou horrorizado com a rebelião aberta contra Deus e a traição contra Seu governo, que estava acontecendo apenas algumas semanas depois de Israel ter feito uma aliança solene com Ele. Moisés reduziu o bezerro de ouro a pó e fez os idólatras beberem aquilo para mostrar a total futilidade de seu ídolo. Aqueles que se arrependeram foram poupados, mas os que persistiram obstinadamente na apostasia foram executados (versos 25–28). Moisés continuou suas orações de intercessão no dia seguinte: “Ah, este povo cometeu um grande pecado, fazendo para si um Deus de ouro! Agora, pois, perdoa o seu pecado; e se não, rogo-te, risca-me do teu livro, que escreveste” (versos 31, 32).

Neste ato final de intercessão, Moisés tornou-se um tipo do qual Cristo seria o antítipo. Moisés disse: “Eu não quero que o meu nome esteja no Livro da Vida se os nomes deles não estiverem incluídos também.” Ele preferia morrer em lugar deles do que vê-los destruídos. Mas, como um companheiro pecador, Moisés não podia morrer em lugar deles. Sua disposição apontava para o único que poderia morrer como nosso Substituto.

A intercessão de Moisés entre Deus e o povo foi bem-sucedida e, enquanto os levitas exterminaram os rebeldes, a nação continuou existindo. As promessas de Deus a Abraão foram, em última análise, cumpridas.

Quarta, 17 de Setembro

O que tornou o pecado do bezerro de ouro tão terrível a ponto de Deus estar disposto a destruir toda a nação, poupando apenas Moisés? (Êxodo 32:10)

Como você interpreta a ira de Deus e a de Moisés nesse episódio? (Êxodo 32:11, 19) Existe um momento em que a ira pode ser apropriada ou até mesmo necessária?

Você já considerou se estaria disposto a sacrificar sua vida por outra pessoa? Que tipo de pessoa inspiraria um ato tão extremo de amor e altruísmo?

Que ídolos modernos ainda encontramos hoje? Como podemos identificar os ‘’ídolos’’ do ‘’coração’’? (Ezequiel 14:3, 4)

Compare suas respostas com os textos bíblicos a seguir. Como eles ampliam a compreensão sobre a história do bezerro de ouro e a intercessão de Moisés pelo povo de Israel?

• Questões relacionadas á idolatria: Gênesis 31:26-35; Josué 24:1-28; 1Reis 12:25-33; Ezequiel 14:1-5; Ezequiel 20:7-32; Atos 17:25-31

• Cuidado e intercessão profunda pelo povo de Deus: Romanos 9:1-5; 2 Coríntios 11:28

Quinta, 18 de Setembro

Embora Deus tenha dito a Moisés que ele não poderia morrer pelos pecados do povo, o mesmo não era verdade para o Filho de Deus. Desde o princípio, o objetivo de Jesus era morrer por nossos pecados. Quando João viu Jesus caminhando em sua direção enquanto estava junto ao rio, ele disse: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (João 1:29). Como ilustrado nos sacrifícios diários do santuário (Êxodo 29:38), o Cordeiro de Deus veio com um único propósito: morrer. Mas por que Jesus teve que morrer?

Jesus veio ao nosso mundo como a resposta de Deus ao engano da serpente. No Jardim do Éden, Eva foi enganada a não confiar em Deus. O pecado dela foi o mesmo que o dos israelitas no Monte Sinai. Quando Deus não estava visivelmente presente, eles perderam a confiança em Sua palavra. Quando a confiança é quebrada, é muito difícil restaurá-la. O plano da salvação, estabelecido antes da criação do mundo, era o método de Deus para restaurar a confiança com a humanidade.

É por isso que a questão da identidade de Cristo era tão crucial. Ao longo da história de Jesus nos quatro Evangelhos, a pergunta mais importante é: “Quem dizem os homens que eu sou?” (Marcos 8:27). Jesus veio como a resposta de Deus à acusação feita contra Ele por ateus modernos de que “O Deus do Antigo Testamento é, indiscutivelmente, o personagem mais desagradável de toda ficção: ciumento e orgulhoso disso; mesquinho, injusto, controlador implacável; um étnico vingativo e sedento de sangue, um limpador étnico; misógino, homofóbico, racista, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, caprichosamente malévolo e valentão” (Deus, um Delírio [São Paulo: Companhia das Letras, 2007], p. 43).

A mentira que foi acreditada no Jardim do Éden é que Deus não age pensando em nosso melhor interesse. Jesus veio para responder às acusações contra o caráter de Deus e para demonstrar o amor altruísta de Deus. Embora Ele tremesse diante do preço que tinha de pagar (Mateus 26:37–39), Aquele que não conhecia princípio estava pronto para sacrificar tudo para salvar aqueles que O pregariam na cruz. Moisés pediu para ter seu nome apagado do livro da vida — ele estava disposto a sofrer a segunda morte que os ímpios experimentarão (Êxodo 32:32; Apocalipse 20:14, 15), mas só Jesus podia pagar esse preço – e Ele o fez.

Sexta, 19 de Setembro

“\[Moisés] foi permitido olhar ao longo da corrente do tempo e contemplar o primeiro advento de nosso Salvador.… Quando Moisés contemplou a rejeição final daquele povo tão altamente abençoado pelo Céu — aquele povo por quem ele havia trabalhado, orado e se sacrificado, por quem estivera disposto que o seu próprio nome fosse riscado do livro da vida; quando ele escutou aquelas palavras temíveis: ‘Eis que a vossa casa vos ficará deserta’ (Mateus 23:38), seu coração foi retorcido de angústia, e lágrimas amargas caíram de seus olhos, em simpatia com a tristeza do Filho de Deus. …

“A dor, a indignação e o horror encheram o coração de Moisés ao contemplar a hipocrisia e o ódio satânico manifestados pela nação judaica contra o seu Redentor, o poderoso Anjo que havia ido adiante de seus pais. Ele ouviu o clamor angustiado de Cristo: ‘Meu Deus, Meu Deus, por que Me desamparaste?’ Marcos 15:34. Viu-O deitado no novo túmulo de José. As trevas de um desespero sem esperança pareciam envolver o mundo. Mas ele olhou outra vez e contemplou-O saindo como Conquistador e ascendendo ao céu escoltado por anjos adoradores e conduzindo uma multidão de cativos” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [2022], p. 414, 415).

“Satanás, com suas ferozes tentações, retorceu o coração de Jesus. O Salvador não podia ver através dos portais do túmulo. A esperança não Lhe apresentava Sua saída do sepulcro como Conquistador, nem Lhe dizia da aceitação, por parte do Pai, do sacrifício. Ele temia que o pecado fosse tão ofensivo para Deus que Sua separação fosse eterna. Cristo sentiu a angústia que o pecador sentirá quando a misericórdia não mais advogar pela raça culpada. Foi o senso do pecado, trazendo sobre Ele a ira do Pai como Substituto do homem, que tornou o cálice que Ele bebeu tão amargo e que quebrou o coração do Filho de Deus.

“Com espanto os anjos testemunharam a agonia desesperadora do Salvador. As hostes do céu velaram o rosto diante daquela cena aterradora. A natureza inanimada expressou simpatia por seu Autor insultado e moribundo. O sol recusou-se a contemplar o quadro terrível. Seus raios plenos e brilhantes iluminavam a terra ao meio-dia, quando de repente pareceu ser apagado.

Trevas completas, como um manto fúnebre, envolveram a cruz. ‘Houve trevas sobre toda a terra até à hora nona (Marcos 15:33).’ Não houve eclipse nem outra causa natural para essas trevas, que foram tão densas quanto à meia-noite sem lua nem estrelas. Foi um testemunho miraculoso dado por Deus para que a fé das gerações futuras pudesse ser confirmada” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [2021], p, 605, 606).