Confronto com Faraó

Sábado, 19 de Julho

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
Êxodo 5, 6.
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: Êxodo 5, 6.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 26 de Julho.

Domingo, 20 de Julho

Às vezes, Deus chama as pessoas para fazer coisas extraordinárias, o que traz uma responsabilidade maior de viver fielmente para Deus. Antes de liderar outros, precisamos colocar nossa própria casa em ordem.

Moisés enfrentou isso. Depois de deixar a casa de seu sogro para cumprir o mandamento de Deus, o Senhor interrompeu Moisés com uma mensagem surpreendente (Êxodo 4:24). Esse encontro foi completamente diferente daquele na sarça ardente. Moisés havia obedecido e partido para o Egito para liderar os israelitas para fora da escravidão, mas isso não significava que Deus abençoava tudo o que Moisés estava fazendo. Quando vemos o Senhor confrontar Moisés desta vez, é bastante chocante descobrir que Deus pretendia matá-lo.

Essa interrupção abrupta e breve no fluxo da história não deve diminuir sua importância. O texto nem mesmo para dizer por que Deus veio matar Moisés. No entanto, a esposa de Moisés, Zípora, sabia qual era o problema e correu para corrigi-lo, circuncidando seu filho. Com esse sinal da aliança concluído, o Senhor deixou Moisés ir (Êxodo 4:25, 26). Moisés estava bem ciente de que "ele havia deixado de cumprir a condição pela qual seu filho poderia ter direito às bênçãos da aliança de Deus com Israel; e tal negligência da parte do líder escolhido não poderia deixar de diminuir a força dos preceitos divinos sobre o povo" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 213).

O papel de Zípora nesse breve segmento sugere que ela pode ter estado envolvida na não circuncisão de seu filho. Ela e Moisés foram confrontados com as exigências de Deus e a importância de seguir até mesmo o que parece ser algo trivial. Deus não poderia nomear Moisés como líder do Seu povo enquanto ele negligenciasse um dever conhecido.

Segunda, 21 de Julho

Assim que seu filho foi circuncidado e a aliança cumprida, Moisés retornou ao monte de Deus e lá encontrou seu irmão, Arão. O maior problema era o que eles foram chamados a fazer no Egito: exigir que o homem mais poderoso do mundo libertasse os escravos israelitas. O Egito era a nação mais poderosa da terra e já tinha uma história impressionante de muitos séculos. Era a cultura mais significativa da antiguidade. Fornecia grande parte da riqueza e alimento do mundo antigo até a época do Império Romano. Moisés e Arão foram chamados para um desafio enorme!

Deus instruiu Moisés e Arão a pedir apenas permissão para levar os hebreus em uma jornada de três dias para o deserto, a fim de sacrificar ao Senhor, seu Deus (Êxodo 3:18). Não sabemos por que a libertação de Israel começou com um pedido de apenas três dias. Alguns estudiosos sugerem que Moisés estava sendo desonesto ao pedir três dias, já que sabia que o plano era libertar os israelitas completamente. No entanto, a Bíblia deixa claro que Moisés estava fazendo o que Deus lhe ordenara.

De qualquer forma, o faraó entendeu claramente o que esse pedido significava: uma oportunidade para descansarem de seu trabalho.

A controvérsia que se seguiu era sobre muito mais do que o direito dos israelitas de descansar de seus labores. Era sobre o direito deles de adorar a Deus. Para o faraó, isso era um desafio intolerável vindo de um Deus desconhecido e rival. Os faraós eram obcecados em retratar sua estreita conexão com os deuses. Os monumentos que encontramos indicam que eles até afirmavam ser descendentes dos próprios deuses.

Na mente do faraó, se os israelitas eram meros escravos sob seu controle, por que ele deveria temer o Deus deles? Com uma atitude de descrença e desdém, o faraó ouviu Moisés e Arão explicarem que o Senhor, Deus de Israel, dissera: “Deixe o Meu povo ir, para que eles celebrem uma festa para Mim no deserto (Êxodo 5:1). Quem é o Senhor [...]’ (v.2). Moisés esperava essa pergunta, até mesmo de seu próprio povo. Não foi surpresa que o faraó também questionasse a identidade desse Deus desconhecido.

Terça, 22 de Julho

O pedido para uma jornada de três dias ao deserto a fim de oferecer sacrifícios a Deus era razoável, mas o faraó demonstrou seu caráter duro em resposta até mesmo a essa proposta simples. Ele não tinha interesse em permitir que os escravos hebreus adorassem seu Deus ou tivessem um descanso de seu trabalho. O faraó exclamou com raiva: “Vocês são preguiçosos! Preguiçosos!” (Êxodo 5:17). Então, as coisas pioraram ainda mais para os israelitas. O faraó ordenou que os feitores parassem de fornecer palha aos escravos, mas ainda exigissem o mesmo nível de produção de antes. Seu trabalho tornou-se mais difícil e exigente. Seus feitores ficaram mais cruéis do que nunca. Quando Deus apareceu prometendo liberdade, parece que suas vidas pioraram.

Os oficiais israelitas foram até Moisés e Arão e expressaram seu desalento: “Que o Senhor os veja e julgue” (Êxodo 21). A resposta infeliz e cruel do faraó convenceu os líderes judeus de que Deus não estava agindo por meio de Moisés. Eles culparam Moisés por piorar sua situação. Temiam que o faraó os matasse, pois sua ira havia sido despertada. Nesse momento, os israelitas não respeitavam Moisés e não planejavam seguir suas orientações (Êxodo 6:12).

O povo de Deus muitas vezes tira conclusões erradas ao enfrentar provações. Quando não podemos controlar os eventos em nossas vidas, especialmente os ruins, recorremos a um Poder maior para nos ajudar. Se as coisas pioram, nossa conclusão muitas vezes é que nosso Deus é fraco e incapaz de nos auxiliar. No entanto, o povo de Deus não deve medir quão presente Ele está em nossas vidas com base em quão bem a vida está indo para nós. Na verdade, a partir desta história, parece que o oposto é verdadeiro. Se as coisas estão difíceis para você, pode ser um sinal de que Deus está perto e trabalhando para sua salvação. O diabo é um inimigo ocupado, sempre buscando irritar e desanimar o povo de Deus. As coisas muitas vezes pioram antes de melhorar.

Dentro dos limites de nossas vidas pacíficas, é fácil olhar para trás, para as lutas dos israelitas, e considerá-los fracos na fé. Eles tinham muitas lições importantes de confiança e paciência para aprender. Em nossas próprias vidas, devemos esperar resistência e contratempos quando seguimos a Deus. A parte mais difícil de uma gravidez é logo antes do parto. A mãe pode sentir que a libertação está chegando quando a dor aumenta. Tenha coragem, pois o sofrimento pode muito bem ser um sinal da presença de Deus, e não um indicativo de Sua ausência.

Quarta, 23 de Julho

O pensamento popular diz que, antes de melhorar, as coisas pioraram um pouco. Crendice ou não, é possível reconhecer isso em nossa própria vida, muitas vezes.

Quando realmente não há mais nada a se fazer da perspectiva humana, Deus age mais e mais poderosamente.

Com Moisés não foi diferente. Ele fez um pedido ousado e um tanto afrontoso para Faraó, que não conhecia nem reconhecia o Deus de Israel. Ao responder negativamente, Faraó ainda aumento o trabalho do povo, levando-o a se irritar com Moisés.

Nem o Faraó nem o povo hebreu confiava em Moisés a essa altura. E ele mesmo entendeu que estava diante de uma circunstância completamente desfavorável e dependente de Deus.

Moisés seria o libertador dos escravos hebreus? Sim. Moisés os conduzira pelo deserto a direção a Canaã? Sim. Mais não tão rapidamente.

Com os seguintes versículos explica o significado de Deus libertar seu povo do Egito para conduzi-lo à terra prometida?

• A promessa a Abraão e seus descendentes: Gênesis 15:1-16; Gênesis 17:1-14; Gênesis 26:2-5; Gênesis 28:13-15.

• Dificuldades em crer na promessa: Gênesis 34:30; Números 14:1-12

Quinta, 24 de Julho

Em Êxodo 5:22, 23, Moisés clamou: "Senhor, por que trouxeste mal sobre este povo? Por que me enviaste? Pois desde que me apresentei a Faraó para falar em teu nome, ele tem maltratado este povo, e de modo algum livraste o teu povo." Desanimado pela adversidade e pelo aparente fracasso de sua missão, ele questionou se Deus estava mesmo presente.

Encontramos experiências paralelas na vida de Jesus. Na vida de Jesus, em momentos cruciais, quando parecia que Deus Pai deveria estar mais próximo, Ele parecia estar muito distante.

O tempo de Jesus no deserto é um exemplo. O Evangelho de Mateus descreve o batismo de Jesus por João no início de Seu ministério. Seu Pai falou dos céus, e o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma de pomba. Poderíamos chamar isso de uma experiência no topo da montanha. Então, o mesmo Espírito O levou direto para o deserto, onde Ele foi exposto a terríveis tentações do diabo. Ele passou quarenta dias sem comer e, quando Seu corpo não poderia estar mais fraco, o diabo apareceu. O próprio Satanás veio para assediá-Lo. Imagine se Jesus baseasse Seu relacionamento e confiança no Pai apenas em Sua experiência momentânea!

Mais tarde, quando a missão de Jesus O levou a Jerusalém e a uma cruz romana, novamente O vemos em uma situação onde seria muito fácil desanimar e ceder a pensamentos de dúvida sobre o amor de Deus por Ele. No Getsêmani, Ele clamou a Seus discípulos: "A minha alma está profundamente triste, numa tristeza mortal" (Mateus 26:38).

Na cruz, Jesus foi levado à prova suprema, quando parecia que tudo o que Ele tentara fazer havia falhado. Um de Seus discípulos mais respeitados O traíra, um de Seus mais próximos O negara, e os outros O haviam abandonado. Na cruz, todos O viam como um messias fracassado, "ferido por Deus" (Isaías 53:4). No fim, Jesus clamou: "Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?" (Mateus 27:46). Poucas coisas são piores do que se sentir abandonado. Uma coisa é ser punido, outra é ser deixado sozinho. Tudo parecia dizer a Jesus que Ele estava por Sua própria conta. Ninguém estava ali por Ele. No entanto, Seu Pai estava lá, escondido nas trevas.

Essas coisas que Jesus experimentou nos asseguram que, quando enfrentamos circunstâncias difíceis na vida, podemos confiar que há mais ao nosso redor do que podemos ver. Podemos confiar que Deus ainda está presente, mesmo em nossos momentos mais sombrios (Salmo 18:11).

Sexta, 25 de Julho

"Durante todos os anos de servidão no Egito, havia entre os israelitas alguns que permaneciam fiéis ao culto a Jeová. Estes estavam profundamente angustiados ao ver seus filhos testemunhando diariamente as abominações dos pagãos e até mesmo curvando-se diante de seus falsos deuses. Em sua aflição, clamavam ao Senhor por libertação do jugo egípcio, para que fossem libertos da influência corruptora da idolatria. Eles não escondiam sua fé, mas declaravam aos egípcios que o objeto de sua adoração era o Criador dos céus e da terra, o único Deus verdadeiro e vivo. Eles relembravam as evidências de Sua existência e poder, desde a criação até os dias de Jacó. Assim, os egípcios tiveram oportunidade de conhecer a religião dos hebreus; mas, desdenhando ser instruídos por seus escravos, tentaram seduzir os adoradores de Deus com promessas de recompensa e, quando isso falhou, recorreram a ameaças e crueldade.

"Os anciãos de Israel esforçavam-se por sustentar a fé vacilante de seus irmãos, repetindo as promessas feitas a seus pais e as palavras proféticas de José antes de sua morte, que previam sua libertação do Egito. Alguns ouviam e criam. Outros, olhando para as circunstâncias ao seu redor, recusavam-se a ter esperança. Os egípcios, informados do que era divulgado entre seus escravos, zombavam de suas expectativas e negavam com desprezo o poder de seu Deus. Apontavam para sua situação como nação de escravos e diziam com escárnio: 'Se o seu Deus é justo e misericordioso e possui poder acima dos deuses egípcios, por que Ele não os torna um povo livre?'...

"Os hebreus esperavam obter sua liberdade sem qualquer prova especial de sua fé ou qualquer sofrimento real. Mas eles ainda não estavam preparados para a libertação. Tinham pouca fé em Deus e não estavam dispostos a suportar pacientemente suas aflições até que Ele julgasse oportuno agir por eles. Muitos preferiam permanecer em cativeiro a enfrentar as dificuldades de se mudar para uma terra estranha; e os hábitos de alguns haviam se tornado tão semelhantes aos dos egípcios que preferiam habitar no Egito.

Portanto, o Senhor não os libertou na primeira manifestação de Seu poder diante de Faraó. Ele permitiu que os eventos se desenrolassem para revelar plenamente o espírito tirânico do rei egípcio e também para Se revelar ao Seu povo. Contemplando Sua justiça, Seu poder e Seu amor, eles escolheriam deixar o Egito e dedicar-se ao Seu serviço. A tarefa de Moisés teria sido muito menos difícil se muitos israelitas não tivessem se corrompido a ponto de não estarem dispostos a deixar o Egito" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], P. 216, 217).