O crisol do Pastor

Sábado, 25 de Junho

VERSO PARA MEMORIZAR:
“Refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome” (Sl 23:3).

Leituras da semana:
Sl 23; Rm 12:18-21
Sophie recostou-se na porta do quarto e deslizou até o chão. Lágrimas brotaram rapidamente e pouco depois ela começou a chorar. “Como ele pôde? Como ele pôde!” Sophie havia acabado de receber notícias que partiram seu coração. Alguém que ela pensava ser um amigo, alguém que ela respeitava e em quem confiava, estava espalhando fofocas horríveis sobre ela a fim de arruinar sua reputação e o trabalho que ela vinha fazendo. Ao pegar sua Bíblia da cama, de repente se viu olhando algumas palavras muito familiares: “Refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome. Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:3, 4).

“Não pode ser!”, ela deixou escapar para si mesma. Mas a lógica parecia inevitável. O Pastor no salmo guiava Suas ovelhas nos caminhos da justiça, mas esses mesmos caminhos também pareciam serpentear para o vale da sombra da morte. Seria possível que mesmo essa traição dolorosa, esse vale escuro, pudesse ser usado por Deus para guiá-la na justiça?

Resumo da semana: Em quais momentos você se desenvolveu mais espiritualmente – nos momentos fáceis ou nos mais difíceis?

Domingo, 26 de junho

“O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará” (Sl 23:1).

Algumas crianças foram convidadas a fazer um desenho de Deus. Sem exceção, cada uma fez um desenho que continha um coração em algum lugar. Quando questionadas sobre isso, declararam unanimemente que Deus é amor. Simples assim.

É fácil ter uma boa opinião sobre Deus e Seus propósitos quando tudo está bem. Mas, à medida que envelhecemos e a vida se torna mais difícil, com frequência nossa visão de Deus muda. Ele não muda, é claro (Hb 13:8; Tg 1:17), mas nós mudamos.

Por causa do estilo de vida pastoril das pessoas nos tempos do Antigo Testamento (AT), o Salmo 23 usa a imagem de um pastor para descrever a maneira pela qual Deus cuida de nós. Esse símbolo é usado tanto no AT quanto no Novo Testamento (NT). É uma imagem maravilhosa e imutável. Antes de irmos ao Salmo 23, examinemos como diferentes escritores da Bíblia entendiam a obra e o caráter do pastor.

1. O que aprendemos sobre o Pastor nos versos a seguir?

Jr 23:3, 4;

Ez 34:12;

Jo 10:14-16;

1Pe 2:25;

2. Leia o Salmo 23. O que o Pastor faz para cuidar de Suas ovelhas?

Sl 23:3;

Sl 23:4;

Sl 23:5;

Sl 23:6;

Segunda-feira, 27 de junho

“Guia-me pelas veredas da justiça por amor do Seu nome” (Sl 23:3).

Imagine as “veredas da justiça” (Sl 23:3) estendendo-se ao longe. Você não consegue ver o fim, mas sabe que no final da jornada está o lar, a casa de Deus. Ao aproximar mais o olhar, você vê aonde os caminhos levam? É possível ver alguns lugares com clareza, mas outras partes estão totalmente obstruídas por obstáculos grandes ou perigosos. Algumas vezes, o caminho desaparece atrás de um cume. Algumas partes dele são fáceis de percorrer; outras são difíceis. Foi exatamente assim quando Israel viajou do Egito para a terra prometida.

3. Identifique, a partir do Salmo 23, os locais pelos quais Davi observou as ovelhas passando ao seguir as veredas da justiça e ao se dirigir à casa do Senhor.

Mas por que esses caminhos são chamados de “veredas da justiça” ou “caminhos retos”? Eis quatro razões importantes: são caminhos retos pois nos levam ao destino certo: a casa do Pastor; porque nos mantêm em harmonia com a pessoa certa: o próprio Pastor; porque nos treinam para sermos pessoas retas: como o Pastor; porque nos dão o testemunho certo – à medida que nos tornamos pessoas retas, damos glória ao Senhor. São caminhos “retos” ou “justos”, quer o caminho seja fácil ou difícil.

É importante perceber que, quando Deus nos guia, não é simplesmente uma questão de entregar um pacote ao seu destino. É muito mais do que orientação e proteção. Como os muitos exemplos em toda a Bíblia em que Deus guia Seu povo (seja conduzindo Abraão por Suas promessas ou Israel pela coluna de fogo e pela nuvem), quando Ele está guiando, trata-se sempre de treinar Seu povo na retidão.

Terça-feira, 28 de junho


“Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo; o Teu bordão e o Teu cajado me consolam” (Sl 23:4).

Seria bom se as veredas da justiça abrissem caminho apenas ao longo das margens de riachos de água fresca cobertos de grama. Mas não foi assim que Davi pintou a cena. Ao longo desses caminhos também estava o vale da sombra da morte. Esse não é um lugar que desejamos visitar! Em certas épocas do ano, os córregos e desfiladeiros em Israel estavam sujeitos a inundações que podiam chegar inesperadamente e ser devastadoras. Esses lugares também eram estreitos, com lados íngremes que bloqueavam a luz. Portanto, “a sombra da morte” é uma imagem para “sombra muito profunda” ou “escuridão profunda”.

4. Pense nas vezes em que você esteve em seu próprio “vale da sombra da morte”. Como foi? Você teve medo, mesmo sabendo que o Pastor estava lá? Quais versos bíblicos foram mais preciosos para você nesses momentos e por quê?

5. Como você acha que as ovelhas foram parar no vale? Acredita que foi por iniciativa própria, ou o Pastor as conduziu naquela direção? Justifique sua resposta.

Elisabeth Elliot escreveu: “Um cordeiro que se encontra no vale da sombra da morte pode concluir que foi conduzido indevidamente. Foi preciso que ele atravessasse aquela escuridão para aprender a não temer. O pastor ainda está com ele” (Quest for Love [Grand Rapids, MI: Revell Books, 1996], p. 218).

Quarta-feira, 29 de junho

“Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários, unges a minha cabeça com óleo; o meu cálice transborda” (Sl 23:5).

Na vida, inevitavelmente encontraremos inimigos. Como você lida com eles? Já ficou acordado à noite, revirando-se, sonhando com maneiras de se vingar dos que tentaram machucá-lo ou destruir seu trabalho? É difícil saber lidar com os inimigos.

6. Que tipo de inimigos você já teve? Como reagiu aos que tentaram machucar você ou os seus queridos? Você cumpriu as palavras de Cristo em Mateus 5:44, ou as de Paulo em Romanos 12:18-21?

No Salmo 23:5, Davi nos mostrou uma forma interessante de lidar com os inimigos. Ele obscurecia a presença deles ao olhar para o que Deus estava fazendo em seu favor. O Senhor lhe preparou um banquete.

Na cultura de Davi, quando um convidado de honra comparecia a um banquete, o anfitrião ungia sua cabeça com óleo quando o convidado estava prestes a entrar no salão de banquetes. O óleo era uma mistura de azeite e perfume. Depois, o convidado era posicionado no assento em frente a uma abundância de alimentos, em quantidade muito maior do que alguém poderia comer.

7. Como os três itens (mesa, óleo e cálice) do Salmo 23:5 nos ajudam a lembrar de como Deus provê, mesmo quando estamos no vale?

Como Paulo nos lembrou, “nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Ef 6:12). Nossos inimigos incluem aqueles que vemos e aqueles que não vemos. Quer queiramos ou não, estamos cercados pelo mal. No entanto, quando estamos com o Pastor, nenhum inimigo, visível ou invisível, pode roubar o que Ele providenciou para nós.

Quinta-feira, 30 de junho

“Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor para todo o sempre” (Sl 23:6).

Quando estamos no vale ou cercados por inimigos, às vezes é tentador acreditar que fomos deixados sozinhos. Raciocinamos que, se Deus tivesse ajudado, não estaríamos nessa situação. Mas Davi obviamente não via dessa forma.

8. Leia o Salmo 23:6. Apesar das provações, de quais duas coisas Davi tinha certeza? (Veja também Ef 1:4; 2Pe 1:10; Hb 11:13-15)

Algumas traduções dizem que a bondade e o amor infalível (o compromisso da aliança de Deus) me “seguirão” todos os dias da minha vida. No entanto, o verbo original é muito mais forte, e o verso deveria dizer que a bondade e o amor infalível me “perseguirão” (é o mesmo verbo hebraico usado em passagens como Gn 14:14, Js 10:19 e 1Sm 25:29, em que a ideia de “perseguição” é muito clara).

9. O que lhe vem à mente ao imaginar a bondade e o amor infalível “perseguindo” você? O que Davi quis dizer sobre Deus ao descrever Seu cuidado por nós dessa maneira?

Apesar do vale profundo e dos persistentes inimigos, temos a certeza da bondade de Deus, do Seu amor infalível e de Sua orientação até o fim da jornada. Se esses pensamentos sustentaram Jesus no Calvário, também somos encorajados por meio deles.

Contudo, há momentos em que aqueles com quem nos preocupamos se veem cheios de perguntas. Como observamos no exemplo de Davi, a melhor maneira de lidar com essas preocupações geralmente não é com uma descrição teológica do que Deus pode fazer. Em vez disso, conforme nos mostra Davi no Salmo 23:6, devemos enfrentá-las com uma declaração de convicção pessoal da verdade sobre nosso Deus.

Sexta-feira, 01 de julho

Textos de Ellen G. White: Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 143 (“Missionários no lar”); O Desejado de Todas as Nações, p. 383-388 [476-484] (“O divino Pastor”).

“Os que finalmente serão vitoriosos terão em sua vida religiosa ocasiões de terrível perplexidade e provação; não devem, porém, rejeitar sua confiança, pois isso é parte de sua disciplina na escola de Cristo, e é essencial a fim de ser eliminada toda escória. O servo de Deus deve suportar com ânimo os ataques do inimigo, suas ofensivas provocações e vencer os obstáculos que Satanás colocará em seu caminho [...]

“Mas se, em vez de olhar para baixo, às dificuldades, fixarem o olhar em cima, não desfalecerão no caminho e logo verão que Jesus estende a mão para ajudá-los. Só terão então de dar-Lhe a mão em singela confiança e deixar que Ele os guie. Ao se tornarem confiantes, se tornarão esperançosos [...]

“Acharão ajuda em Cristo para a formação de um caráter firme, simétrico e belo. Satanás não pode tornar de nenhum efeito a luz que irradia de um caráter assim.“Deus nos deu Seu melhor dom, sim, Seu Filho unigênito, para, revestindo- nos de Sua própria perfeição de caráter, elevar-nos, enobrecer-nos e habilitar-nos para o lar em Seu reino” (Ellen G. White, Mensagens aos Jovens, p. 47 [63, 64]).

Perguntas para consideração

1. Você crê que as provações da vida podem ser uma disciplina na escola de Cristo?

2. O que podemos fazer para que sejamos usados pelo Senhor na ajuda aos necessitados?

3. Conhece histórias em que a bondade e a misericórdia “perseguiram” pessoas?

4. Pense nas últimas horas da vida de Cristo. A partir da leitura da Bíblia e dos escritos de Ellen G. White (O Desejado de Todas as Nações é um deles), como Jesus foi capaz de perseverar? O exemplo Dele nos ajuda nos “calvários” que enfrentamos?

Respostas e atividades da semana: 1. Ele cuida das ovelhas, Se preocupa com elas, as livra, conhece-as e as resgata. 2. Ele as leva para repousar e matar a sede, guia-as pelos caminhos retos, protege-as e lhes dá consolo. Defende, sustenta e abençoa. 3. Pastos verdejantes, águas de descanso, veredas da justiça, vale da sombra e da morte. 4. Comente com a classe. 5. Comente com a classe. 6. Comente com a classe. 7. Ele nos sustenta com alimento material e espiritual. 8. Da bondade e misericórdia divinas e de que habitaria na casa do Senhor. 9. Comente com a classe.

Informativo mundial da Missão

O suor escorria pelo rosto de Eduardo, de 11 anos, enquanto ele corria de skate para frente e para trás na rua em frente à sua casa em uma manhã quente de verão.\n\n “Eduardo Ferreira dos Santos! ” Sua mãe ligou. “Entre e tome um banho antes do almoço. ”\n\n Suando e ofegante, Eduardo foi direto para a cozinha, esquecendo o banho e pensando apenas no almoço. Eduardo ignorou uma estranha sentada na sala, esperando que suas unhas fossem pintadas. Sua mãe tinha seu próprio negócio em casa, um salão de beleza que oferecia manicure e corte de cabelo.\n\n Antes de Eduardo chegar à cozinha, ele foi parado pela irmã de 12 anos. "Sente-se e recupere o fôlego", disse ela.\n\n Eduardo obedientemente se sentou em uma cadeira. Imediatamente, um grito profano escapou de seus lábios. Seu corpo começou a convulsionar. Sua mãe correu para ele. Uma voz baixa e distorcida saiu da boca de Eduardo, dizendo à mãe para entregar o filho ou vê-lo morrer. A mãe de Eduardo começou a chorar.\n\n “Não se preocupe”, disse o estranho à mãe de Eduardo. “Seu filho foi escolhido para fazer parte do nosso grupo. Eu sou um líder de candomblé. ”\n\n A mãe de Eduardo tinha ouvido falar do Candomblé, religião que chegou ao Brasil em navios negreiros vindos da África no início do século XIX. O candomblé ensina que as pessoas podem ser possuídas pelos espíritos dos deuses. Os espíritos, no entanto, não são deuses, mas anjos caídos. Eduardo havia sido possuído por um deles, um espírito maligno de uma legião que cercava o estranho.\n\n Depois de algum tempo, o espírito maligno foi embora e Eduardo voltou ao normal. Ele não se lembrava do ocorrido, mas sua mãe não conseguia esquecer, e ela o levou para o candomblé. Os sacerdotes do templo receberam Eduardo como um rei.\n\n “Que honra”, disse um. “Você foi escolhido a dedo”, disse outro.\n\n Com apenas 11 anos, Eduardo foi apresentado ao espiritismo e ao culto ao diabo. Nos sete anos seguintes, ele passou muito tempo no templo, aprendendo a ser sacerdote.\n\n Os espíritos malignos falaram com ele e através dele. A lição mais importante, diziam, era nunca deixar um trabalho por fazer. Se ele começasse uma tarefa, ele tinha que terminá-la.\n\n Já adulto, Eduardo tornou-se sumo sacerdote de um templo. Ele ganhou dinheiro de pessoas que queriam que ele amaldiçoasse seus inimigos. Mas os espíritos malignos o proibiram de amaldiçoar os adventistas do sétimo dia e outros cristãos protestantes. “Eles estão protegidos”, disseram os espíritos, acrescentando que qualquer tentativa de os amaldiçoar faria com que Eduardo perdesse seus poderes. Os espíritos também proibiram Eduardo de se comunicar com adventistas e outros protestantes.\n\n Eduardo encontrou uma esposa em união estável, Silene Silva de Oliveira, e tiveram um filho, Eduardo Junior. A vida era pacífica até que Junior disse que queria se juntar à Igreja Adventista do Sétimo Dia. \n\n Fornecido pelo Escritório da Conferência Geral da Missão Adventista, que usa as ofertas missionárias da Escola Sabatina para espalhar o evangelho em todo o mundo. Leia novas histórias diariamente em www.AdventistMission.org