Morrer como semente

Sábado, 10 de Setembro

VERSO PARA MEMORIZAR: “Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (Jo 12:24).
LEITURAS DA SEMANA: Fp 2:5-9; Rm 12:1, 2; 1Sm 2:12–3:18; 13:1-14; Zc 4:1-14
Jesus descreveu um grão de trigo morrendo e fez uma analogia fascinante dessa figura com nossa submissão à vontade divina. Primeiro, existe a queda. O grão que cai do talo do trigo não tem controle sobre onde nem como ele cai no chão. Também não tem o controle sobre o solo que o circunda e o pressiona.

Em segundo lugar, existe a espera. Uma vez no solo, ele não sabe o que o futuro lhe reserva. Não pode “imaginar” o que acontecerá, pois é apenas um grão de trigo.

Terceiro, existe a morte. O grão não pode se tornar um talo de trigo, a menos que desista de sua situação segura e confortável de grão. Deve “morrer”; isto é, deve abandonar o que sempre foi para que possa ser transformado de semente em uma planta frutífera.

Resumo da semana: Se sabemos que a vontade de Deus é a melhor para nós, por que temos tanta dificuldade em aceitá-la? Que exemplo de submissão Cristo nos deixou? Como podemos aplicar a analogia do grão de trigo à nossa vida?

Domingo, 11 de setembro

1. Leia Filipenses 2:5-9. Que mensagem importante há para nós nesses versos?

A cultura contemporânea nos exorta a exigir e fazer valer os nossos direitos. Isso é bom e em geral é o que deve ser feito. Contudo, como aconteceu com Jesus, a vontade de Deus pode nos pedir que abramos mão de nossos direitos livremente a fim de servir ao Pai de maneiras que terão um impacto eterno para o reino de Deus. Esse processo de renúncia pode ser difícil e desconfortável, criando as condições de um crisol.

Em Filipenses 2:5-8, vemos como Jesus fez isso. Paulo descreveu três passos que o Senhor deu ao Se submeter à vontade do Pai. Logo no início, o apóstolo nos exortou de modo solene: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus” (Fp 2:5).

Para estar em posição de nos salvar, Jesus desistiu de Sua igualdade com o Pai e Se mudou para a Terra na forma e nas limitações de um ser humano (Fp 2:6, 7).

Ele não veio como alguém grande e glorioso, mas como Servo de outros seres humanos (Fp 2:7).

Como Servo, não teve uma vida longa e pacífica, e foi “obediente até a morte”. Ele nem mesmo morreu de maneira nobre e gloriosa. Não, Ele foi “obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2:8).

2. Em quais aspectos esse exemplo de Jesus é um modelo para nós? Se os direitos e a igualdade são bons e devem ser protegidos, como você explicaria a lógica de às vezes precisar desistir deles? Leia Filipenses 2:9. De que forma esse verso nos ajuda a entender a lógica da submissão à vontade do Pai?

Segunda-feira, 12 de setembro

Muitos buscam conhecer a vontade de Deus. “Se eu soubesse a vontade do Senhor para minha vida, sacrificaria tudo por Ele.” Mas, mesmo depois de declarar isso, podemos ficar confusos sobre a vontade do Pai. Encontramos a razão dessa confusão em Romanos 12:1, 2. Paulo descreveu como conhecer a vontade divina e destacou um ponto: se você deseja saber qual é a vontade de Deus, tem que se sacrificar primeiro!

Leia Romanos 12:1, 2. Paulo escreveu que seremos capazes de “experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” quando:

Tivermos verdadeiro entendimento das “misericórdias de Deus” para conosco (Rm 12:1).

Oferecermos a nós mesmos como sacrifícios vivos a Deus (Rm 12:1).

Nossa mente for renovada (Rm 12:2).
Apenas a mente renovada pode, de fato, compreender a vontade de Deus. Mas essa renovação depende de nossa morte para o eu. Não era suficiente que Cristo sofresse por nós. Ele devia morrer.

Peça ao Espírito Santo que lhe mostre as áreas para as quais você não está completamente “morto”. De quais coisas o Espírito Santo precisa que você desista para se tornar um “sacrifício vivo” para Deus?

Quando áreas de nossa vida não estão totalmente mortas para o eu, Deus permite que os crisóis as tragam à nossa atenção. No entanto, o sofrimento não apenas nos ajuda a confrontar nosso pecado, mas nos dá a percepção de como Jesus Se entregou por nós. Elisabeth Elliot escreveu: “A entrega do anseio mais profundo do coração seja talvez o mais perto que chegamos do entendimento da cruz. [...] nossa experiência de crucificação, embora incomensuravelmente menor do que a do Salvador, nos dá a chance de conhecê-Lo na comunhão de Seus sofrimentos. Em cada forma de nosso sofrimento, Ele nos chama para essa comunhão” (Quest for Love [Grand Rapids, MI: Fleming H. Revell, 1996], p. 182).

Terça-feira, 13 de setembro

“Então o Senhor veio e ali esteve, e chamou como das outras vezes: – Samuel, Samuel! Este respondeu: – Fala, porque o Teu servo ouve” (1Sm 3:10).

Você já ouviu aquela voz mansa e delicada do Espírito Santo, mas a ignorou? Consequentemente, tudo deu errado, e você pensou mais tarde: Oh não, por que não ouvi?

O primeiro livro de Samuel descreve a história de um homem e dois filhos maus que não deram ouvidos ao Senhor; descreve também a história de um menino que O ouviu. Embora houvesse fortes advertências de Deus, aqueles que precisavam mudar seu comportamento não o fizeram.

3. Leia 1 Samuel 2:12–3:18. Que contraste fica aparente entre aqueles que ouvem a Deus e aqueles que não O ouvem?

Os filhos de Eli tinham outros interesses em mente além da vontade de Deus. Embora Eli tenha falado com seus filhos depois de ter ouvido o que Deus queria, parece que ele não fez mais nada além disso. Seus filhos obviamente não estavam prontos para submeter a vida à vontade divina. Que contraste com o jovem Samuel!

O pregador Charles Stanley descreveu como é essencial cultivar a disposição para ouvir a voz de Deus e chamou isso de “mudança para o neutro”. Ele disse: “O Espírito Santo [...] não fala para transmitir informações, e sim para obter uma resposta. E Ele sabe quando nossos interesses têm uma fatia tão grande de nossa atenção que é uma perda de tempo sugerir algo em contrário. Quando esse é o caso, Ele geralmente fica em silêncio e espera que nos tornemos neutros o suficiente para ouvir e finalmente obedecer” (The Wonderful Spirit-Filled Life [Nashville, TN: Thomas Nelson Publishers], 1992, p. 179, 180).

Quarta-feira, 14 de setembro

Quando Eva pecou no Jardim do Éden, não foi simplesmente porque duvidou da palavra de Deus. No cerne do problema estava sua crença de que tinha sabedoria suficiente para decidir por si mesma o que era bom e certo. Ela confiou em seu próprio julgamento. Quando confiamos em nosso próprio julgamento em vez de confiar na Palavra de Deus, nos abrimos a toda sorte de problemas.

A história de Saul descreve os passos para a autossuficiência e a tragédia que se seguiu. Samuel havia ungido Saul como rei de Deus (1Sm 10:1) e deu a ele instruções específicas (1Sm 10:8), mas Saul desobedeceu.

4. Leia a sequência da história em 1 Samuel 13:1-14. O que Saul fez que o levou à queda?

Três passos levaram Saul no caminho para a autossuficiência logo após ter sido feito rei. Embora nenhum deles tenha sido tão ruim, continham as sementes da tragédia, pois foram tomados de forma independente de Deus.

Saul disse: “Vendo” – ele estava vendo a dispersão de suas tropas e a ausência de Samuel... (1Sm 13:11). Ele estava sob pressão e avaliou com seus próprios olhos o que estava acontecendo.
Saul mudou de “vendo” para “eu disse” – ele declarou que os filisteus os conquistariam (1Sm 13:12). O que Saul viu com seus próprios olhos moldou o que presumiu e disse sobre a situação.
Saul mudou de “eu disse” para “ofereci” – ele se sentiu compelido a oferecer sacrifício (1Sm 13:12). O que Saul pensava moldava seus sentimentos.
Todos nós já fizemos isso: confiamos em nossa própria visão humana, que nos leva a confiar em nosso próprio pensamento, que nos leva a crer em nossos próprios sentimentos. E então agimos de acordo com eles.

Quinta-feira, 15 de setembro

A submissão à vontade de Deus é enfraquecida quando confiamos em nossa própria força. Também é possível confiar em substitutos de Deus. Algumas pessoas, quando se sentem deprimidas, compram algo que as faça felizes. Outras, quando se sentem inadequadas, buscam a fama. Algumas, quando têm dificuldades com o cônjuge, procuram outra pessoa para lhes dar intimidade e emoção.

Pode ser que essas coisas aliviem a pressão, mas não resolvem necessariamente o problema, nem nos ensinam a lidar melhor com a situação da próxima vez que surgir uma crise. Somente a ajuda sobrenatural de Deus pode fazer isso. O problema é que muitas vezes dependemos de substitutos de Deus, e não do próprio Deus.

Veja três substitutos que podemos usar no lugar de Deus:

Usar a lógica humana ou experiência passada quando precisamos de uma nova revelação divina.
Bloquear os problemas de nossa mente quando precisamos de soluções divinas.

Fugir da realidade e evitar Deus quando precisamos da comunhão com Ele para obter poder divino.
Zacarias nos ajuda a focalizar o que é importante quando somos tentados a usar substitutos. Depois de muitos anos longe, os exilados voltaram de Babilônia e começaram a reconstruir o templo. Mas havia uma oposição incrível (Esdras 4–6). Zacarias foi a Zorobabel, líder da obra, com uma mensagem de encorajamento.

5. O que Deus quis dizer em Zacarias 4:6? A conclusão de um projeto de construção pode ser afetada pelo Espírito Santo? O que isso nos ensina sobre a relação entre o Espírito Santo e o que fazemos rotineiramente?

Deus não evitou a oposição à construção do templo nem poupou Zorobabel do estresse de lidar com isso. O Senhor nem sempre nos protegerá da oposição. Mas, quando ela surgir, Deus pode usá-la como crisol a fim de nos ensinar a depender Dele.

Sexta-feira, 16 de setembro

Textos de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 507-512 [575-580] (“Eli e seus filhos rebeldes”) e p. 548-555 [616-626] (“O terrível erro de Saul”).

A submissão à vontade de Deus ocorre quando morremos para nossos desejos. Isso abre o caminho para o serviço aos outros. Não podemos viver para Deus sem nos tornar um sacrifício e sem viver abertos à voz divina. Para submeter nossa vontade à vontade do Pai, devemos ver os perigos de confiar em nós mesmos e em substitutos da Palavra e do poder de Deus. A submissão à vontade divina é o cerne da vida cristã. Por isso, o Senhor pode permitir que os crisóis nos ensinem a depender Dele. “A negligência de Eli é claramente apresentada diante de todo o pai e mãe da Terra. Como resultado de seu afeto não santificado e de sua má vontade em cumprir um dever desagradável, fez uma colheita de iniquidade em seus filhos perversos. Tanto o pai, que permitiu a impiedade, como os filhos, que a praticaram, eram culpados diante de Deus, e Ele não aceitaria oferta nem sacrifício por sua transgressão” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 193 [276]).

Perguntas para consideração

Jesus Se dispôs a vir à Terra para morrer por nós. O que isso nos diz sobre abnegação? Embora não possamos fazer o que Jesus fez, o princípio vale para nós. De que forma podemos, em nossa esfera, imitar o autossacrifício de Jesus na cruz?
Para alguns, submeter-se a Deus sem saber o futuro é assustador. Como aconselhar os que confiam em si mesmos e não em Deus? O que você diria para remover esse medo?
Ore por pessoas que têm dificuldade em se submeter à vontade divina, para que vejam que confiar na vontade de Deus é o caminho para a paz. O que você pode fazer para ajudá-las a ver que se render a Deus é a melhor escolha?
Respostas e atividades da semana: 1. Jesus nos deu o exemplo de humildade, renúncia e serviço. 2. Jesus renunciou aos Seus direitos e à igualdade com o Pai para morrer por nós, e depois foi exaltado acima de todo nome. Às vezes precisamos renunciar a direitos para nos submetermos à vontade do Pai, assim como Jesus fez. 3. Os filhos de Eli não ouviram a Deus, trouxeram maldição à sua casa e foram mortos. Samuel ouviu o Senhor e foi confirmado como profeta. Deus abençoou a casa dele. 4. Saul temeu os filisteus e ele mesmo acabou oferecendo holocaustos no lugar de Samuel. 5. Que o Espírito de Deus estaria com Zorobabel para que a obra fosse concluída. O Espírito do Senhor estar conosco em nossos projetos e atividades do dia a dia.

Informativo mundial da Missão

texto da Carta Missionária da licao12 do livro3