Cristo no crisol

Sábado, 17 de Setembro

LEITURAS DA SEMANA: Lc 2:7, 22-24; Mt 2:1-18; Jo 8:58, 59; Lc 22:41-44; Mt 27:51, 52; Rm 6:23; Tt 1:2
Sempre que ponderamos sobre o sofrimento, surge a pergunta: Como o pecado e o sofrimento surgiram pela primeira vez? Por meio da revelação divina, temos boas respostas: surgiram porque seres livres abusaram da liberdade que Deus lhes deu. Isso leva a outra questão: Deus sabia de antemão que esses seres cairiam? Sim, mas obviamente Ele pensou, como escreveu C. S. Lewis, “Vale a pena o risco”.

Vale a pena o risco? Para quem? Para nós, enquanto Deus está sentado no trono do Céu? Não exatamente. A liberdade de todas as Suas criaturas inteligentes era tão sagrada que, em vez de nos negá-la, Deus escolheu carregar em Si mesmo o peso do sofrimento causado por nosso abuso dessa liberdade. Vimos esse sofrimento na vida e na morte de Jesus, que, por meio do sofrimento como Homem, criou laços entre o Céu e a Terra, os quais durarão por toda a eternidade.

Resumo da semana: O que Cristo sofreu por nós? O que podemos aprender com Seu sofrimento?

Domingo, 18 de setembro

A Bíblia nos dá poucas informações sobre os primeiros anos da vida de Jesus. Alguns versos, porém, nos dizem sobre as condições e o tipo de mundo ao qual veio o Salvador.

1. Leia Lucas 2:7, 22-24 (veja também Lv 12:6-8) e Mateus 2:1-18. O que há nesses versos que nos mostram como Jesus vivia?

Claro, Jesus não foi a primeira pessoa a viver na pobreza ou a enfrentar aqueles que queriam matá-Lo, mesmo desde a tenra idade. Há, entretanto, outro elemento que nos ajuda a entender a singularidade do que Cristo sofreu desde cedo.

2. Leia João 1:46. Que elemento há nessa passagem que nos ajuda a entender o que o jovem Jesus enfrentou?

Com exceção de Adão e Eva antes da queda, Jesus foi a única Pessoa sem pecado que já viveu. Em Sua pureza e impecabilidade, estava imerso em um mundo pecaminoso. Que tortura deve ter sido para Sua alma pura estar constantemente em contato com o pecado, desde quando Ele era criança! Mesmo em nossa dureza por causa do pecado, com frequência evitamos a exposição aos erros e ao mal que consideramos repulsivos. Imagine como isso deve ter sido para Cristo, cuja alma era pura. Pense no nítido contraste entre Ele e os outros ao Seu redor. Deve ter sido extremamente doloroso.

Segunda-feira, 19 de setembro

3. Leia os versos a seguir, tendo em mente o fato de que Jesus é o Criador do céu e da Terra, e que veio para Se oferecer como sacrifício pelos pecados do mundo todo (Mt 12:22-24; Lc 4:21-30; Jo 8:58, 59). Como esses versos nos ajudam a entender os sofrimentos que Jesus enfrentou?

Os líderes, e até mesmo as pessoas comuns, constantemente interpretavam mal a vida, os atos e os ensinamentos de Jesus, e isso causava rejeição e ódio no coração das pessoas que Ele veio salvar. Em certo sentido, o sentimento de Jesus era como o de um pai que vê um filho rebelde precisando de ajuda e, embora esteja disposto a dar tudo por aquele filho, ele o rejeita, demonstrando desprezo talvez pela única pessoa que poderia poupá-la da ruína. Foi isso o que Jesus enfrentou.

4. Leia Mateus 23:37. O que esse texto nos diz sobre como Cristo Se sentia a respeito da rejeição? Pergunte a si mesmo: “Ele Se sentia mal por Si mesmo (como costumamos nos sentir quando enfrentamos a rejeição) ou por outro motivo?” Nesse caso, qual?

Todos nós sentimos o aguilhão da rejeição e talvez a nossa dor seja semelhante à de Cristo no sentido de que era altruísta: sofremos, não somente porque somos rejeitados, mas por causa do que a rejeição pode significar para aquele que nos rejeita (que pode ser alguém com quem nos importamos e que se recusou a aceitar a salvação em Cristo). Mas imagine como deve ter sido o sentimento de Jesus, que estava totalmente ciente do que enfrentaria para salvar os pecadores e, ao mesmo tempo, completa- mente consciente de quais seriam as consequências de Sua rejeição. “Foi, porém, devido à Sua inocência que Ele sentiu tão intensamente os ataques de Satanás” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 129).

Terça-feira, 20 de setembro

Jesus disse a Pedro, Tiago e João: “A Minha alma está profundamente triste até a morte; fiquem aqui e vigiem” (Mc 14:34). De tudo que Jesus tenha sofrido ao longo de Seus 33 anos, nada Se compara ao que Ele enfrentou nas últimas horas antes da cruz. Desde os tempos eternos (Ef 1:1-4; 2Tm 1:8, 9; Tt 1:1, 2) foi planejado o sacrifício de Jesus como oferta pelos pecados do mundo, e então tudo estava para acontecer.

5. O que os seguintes versos dizem sobre o sofrimento de Cristo no Getsêmani? Mt 26:39; Mc 14:33-36; Lc 22:41-44

“Foi a uma pequena distância dos discípulos – não tão afastado que não pudessem vê-Lo e ouvi-Lo – e caiu prostrado por terra. Sentia que, pelo pecado, estava sendo separado do Pai. O abismo era tão grande, tão escuro, tão profundo, que tremeu diante dele. Para escapar dessa agonia, não podia usar Seu poder divino. Como Homem, devia sofrer as consequências do pecado humano. Como Homem, devia suportar a ira divina contra a transgressão.

“Nesse momento, Cristo estava em uma situação diferente daquela em que sempre estivera. Seus sofrimentos podem ser mais bem descritos pelas palavras do profeta: ‘Desperta, ó espada, contra o Meu Pastor e contra o Homem que é o Meu Companheiro, diz o Senhor dos Exércitos’ (Zc 13:7). Como Substituto e Fiador do pecador, Cristo estava sofrendo debaixo da justiça divina. Viu o que significa justiça. Até então, tinha sido como um Intercessor por outros; agora, desejava muito alguém que intercedesse por Ele” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 551 [686]).

Quarta-feira, 21 de setembro

A morte por crucificação era uma das punições mais severas que os romanos infligiam a qualquer pessoa. Era considerada a pior maneira de morrer. Portanto, era horrível para alguém ser morto dessa forma, em particular o Filho de Deus! Jesus, devemos sempre lembrar, veio em carne humana. Entre as surras, os açoites, os pregos cravados em Suas mãos e pés, e o peso angustiante de Seu próprio corpo rasgando as feridas, a dor física deve ter sido insuportável. Passar por isso era duro, mesmo para o pior dos criminosos; era muito injusto, então, que Jesus, inocente de tudo, enfrentasse tal destino.

No entanto, como sabemos, os sofrimentos físicos de Cristo foram brandos em comparação com o que de fato estava acontecendo. Aquilo foi muito mais do que a morte de um inocente.

6. Quais eventos da morte de Jesus mostram que o que aconteceu era muito mais do que a maioria das pessoas podia entender na época? O que houve de importante que revela o que de fato aconteceu?

Mt 27:45

Mt 27:51, 52

Mc 15:38

Algo muito maior aconteceu do que apenas a morte, embora injusta, de um Homem inocente. De acordo com as Escrituras, a ira de Deus contra o pecado, nosso pecado, foi derramada sobre Jesus. Na cruz, Cristo sofreu a justa indignação de um Deus justo contra o pecado, os pecados de todo o mundo. Como tal, Jesus sofreu algo mais profundo, sombrio e mais doloroso do que qualquer ser humano poderia conhecer ou experimentar.

Quinta-feira, 22 de setembro

É melhor nos acostumarmos: enquanto estivermos neste mundo, vamos sofrer. Como criaturas decaídas, esse é nosso destino. Nada na Bíblia nos promete algo diferente. Pelo contrário...

7. O que os versos a seguir nos dizem sobre o sofrimento dos seguidores de Cristo? At 14:22; Fp 1:29; 2Tm 3:12

Em meio ao nosso sofrimento, devemos ter duas coisas em mente. Primeira, Cristo, nosso Senhor, sofreu mais do que qualquer um de nós. Na cruz, “Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre Si” (Is 53:4); o que conhecemos como indivíduos, Ele sofreu corporativamente, por todos nós. Aquele que não tinha pecado tornou-Se “pecado por nós” (2Co 5:21), sofrendo de uma forma que nós, como criaturas pecadoras, não poderíamos sequer imaginar.

Em segundo lugar, à medida que sofremos, devemos nos lembrar dos resultados do sofrimento de Cristo, ou seja, ter em mente o que nos foi prometido por meio do que Ele fez por nós.

8. Leia João 10:28; Romanos 6:23; Tito 1:2; 1 João 2:25. Que promessa temos?

Sejam quais forem os nossos sofrimentos, temos a promessa da vida eterna, graças a Jesus, graças à Sua disposição de suportar o castigo pelos nossos pecados, graças à grande provisão do evangelho, no sentido de que pela fé podemos ser perfeitos em Jesus. Temos a promessa de que, por causa do que Cristo fez, por causa da plenitude e perfeição de Sua vida e sacrifício perfeitos, nossa existência, cheia de dor, decepção e perda, não é mais do que um instante, um lampejo, em contraste com a eternidade que nos espera, uma eternidade em um novo céu e uma nova Terra, sem pecado, sofrimento e morte. E tudo isso nos é prometido e garantido somente por causa de Cristo e do crisol pelo qual Ele passou para que um dia, em breve, pudesse ver o fruto do trabalho de Sua alma e ficar satisfeito (Is 53:11).

Sexta-feira, 23 de setembro

Textos de Ellen G. White: O Desejado de Todas as Nações, p. 550-559 [685-697] (“Angústia no Getsêmani”) e p. 596-609 [741-757] (“A glória do Calvário”).

“Três vezes fez essa oração. Três vezes Sua humanidade recuou diante do último e supremo sacrifício. Entretanto, surgiu a história da raça humana na mente do Redentor do mundo. Viu que, se os transgressores da lei fossem abandonados à mercê de si mesmos, teriam que perecer. Viu o desamparo humano e também o poder do pecado. As aflições e o sofrimento do mundo condenado surgiram diante Dele. Viu o futuro e tomou a decisão. Salvaria o ser humano custasse o que custasse de Sua parte. Aceitou Seu batismo de sangue, para que, por meio Dele, milhões de pessoas que estavam a perecer recebessem a vida eterna. Ele deixou as cortes celestiais, onde tudo é pureza, felicidade e glória, para salvar a única ovelha perdida, o único mundo decaído pela transgressão. E não Se desviaria de Sua missão. Ele Se tornaria a expiação de uma raça que quis pecar. Sua oração agora manifestava apenas submissão: ‘Se não é possível passar de Mim este cálice sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade’” (Mt 26:42; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 555 [693]).

Perguntas para consideração

Saber que Cristo sofreu mais do que todos nos ajuda a enfrentar os nos- sos sofrimentos? O que os sofrimentos de Cristo em nosso favor de- vem significar para nós? Ellen G. White declarou: “Todo o sofrimento que constitui o resultado do pecado foi lançado no coração do inocente Filho de Deus” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 129).

Os sofrimentos de Cristo se assemelham aos nossos? Há diferenças? O que podemos aprender com o modo pelo qual Ele lidou com esses desafios?

Quais são as suas promessas bíblicas favoritas, às quais você se apega em meio à tristeza e à dor? Escreva-as, reivindique-as para si e compartilhe as com a classe.

Resuma os destaques da Lição do trimestre. Quais perguntas foram respondidas? Quais questões permanecem sem resposta? Como ajudar as pessoas a resolvê-las?

Respostas e atividades da semana: 1. Jesus nasceu em uma família pobre e foi perseguido. 2. Jesus sofreu preconceito por causa da cidade em que viveu. 3. Jesus foi perseguido, humilhado e ameaçado, embora fosse o Criador e estivesse na Terra para nos salvar. 4. Cristo Se sentia triste não pela rejeição, mas pelas consequências que isso teria sobre os que O rejeitavam. 5. Seu sofrimento foi intenso, visto que Seu suor se converteu em sangue. 6. Houve trevas sobre a Terra; o véu do santuário se rasgou; a terra tremeu; algumas pessoas ressuscitaram. 7. O ores de Cristo passarão por tribulações, sofrimentos e perseguições. 8. Temos a promessa da vida eterna.

Informativo mundial da Missão

texto da Carta Missionária da licao13 do livro3