Calor extremo

Sábado, 23 de Julho

VERSO PARA MEMORIZAR: “Ao Senhor agradou esmagá-Lo, fazendo-O sofrer. Quando Ele der a Sua alma como oferta pelo pecado, verá a Sua posteridade e prolongará os Seus dias; e a vontade do Senhor prosperará nas Suas mãos” (Is 53:10).
LEITURAS DA SEMANA: Gn 22; Os 2:1-12; Jó 1:6–2:10; 2Co 11:23-29; Is 43:1-7
Quando a esposa do famoso escritor cristão C. S. Lewis estava morrendo, ele escreveu: “Não que eu esteja (suponho) correndo o risco de deixar de acreditar em Deus. O perigo real é o de vir a acreditar em coisas tão horríveis sobre Ele. A conclusão a que tenho horror de chegar não é: ‘Então, apesar de tudo, não existe Deus nenhum’, mas ‘Então, é assim que Deus é realmente’” (A Anatomia de Uma Dor [São Paulo: Editora Vida, 2006], p. 32).

Quando a vida se torna muito dolorosa, alguns de nós rejeitam a Deus completamente. Para outros como Lewis, há a tentação de mudar a visão sobre Deus e imaginar todas as coisas ruins sobre Ele. A pergunta é: Qual é a temperatura máxima que o crisol pode atingir? Quanto calor o Senhor está disposto a fazer Seu povo experimentar a fim de realizar Seu propósito supremo de nos moldar à “imagem de Seu Filho” (Rm 8:29)?

Resumo da semana: Deus deseja que O conheçamos e O amemos. No entanto, por que Ele está disposto a arriscar ser mal interpretado por nós? Até que ponto Ele faria isso para nos moldar à “imagem de Seu Filho”?

Domingo, 24 de julho

Sem explicação, de repente Deus chamou Abraão para oferecer seu filho como oferta queimada. Você pode imaginar como o patriarca se sentiu? Seria revoltante que Deus pedisse que você sacrificasse seu filho. Mesmo que Abraão julgasse isso aceitável, o que aconteceria com a promessa da herança? Sem o filho, ela não se cumpriria.

1. Leia Gênesis 22:1, 2. Por que Deus pediu a Abraão para oferecer esse sacrifício? Se Ele sabe tudo, qual era a questão?

O pedido divino e o momento em que foi feito não foram casuais. Foram calculados para ocasionar a mais profunda angústia possível, pois “Deus guardara Sua última e mais rigorosa prova a Abraão, até que o fardo dos anos fosse pesado sobre ele, e ele almejasse o repouso das ansiedades e tra- balhos” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 117 [147]). Esse foi o teste de um Deus louco? De forma nenhuma, pois “a aflição que Abraão sofreu durante os dias tenebrosos daquela terrível prova foi permitida para que compreendesse por sua própria experiência algo da grandeza do sacrifí- cio feito pelo infinito Deus para a redenção do ser humano” (Patriarcas e Profetas, p. 122 [154]).

Foi apenas um teste. O Senhor nunca desejou que Abraão matasse seu filho. Isso destaca algo muito importante sobre a maneira como Deus às vezes trabalha. Ele pode pedir que façamos algo que não pretende que com- pletemos. Pode pedir para irmos a algum lugar aonde nunca deseja que cheguemos. O importante para Ele não é necessariamente o fim, mas o que aprendemos à medida que somos remodelados pelo processo.

É possível que Jesus estivesse pensando sobre a experiência de Abraão quando disse aos judeus: “Abraão, o pai de vocês, alegrou-se por ver o Meu dia; e ele viu esse dia e ficou alegre” (Jo 8:56). Essa percepção poderia ter escapado a Abraão, e ele poderia ter desprezado as instruções como se fossem oriundas de Satanás. A chave para a sobrevivência e aprendiza- gem de Abraão através de todo o processo foi o fato de ele ter conhecido a voz de Deus.

Segunda-feira, 25 de julho

A história de Oseias tem lições poderosas para nos ensinar. A situação desse profeta é singular. Sua esposa, Gômer, fugiu e teve filhos com outros homens. Apesar da infidelidade da esposa de Oseias, Deus disse a ele que a levasse de volta para casa e lhe demonstrasse amor. Essa história devia ser uma parábola sobre Deus e Israel. Os israelitas abandonaram a Deus e se prostituíram espiritualmente com outros deuses, mas o Senhor ainda os amava e queria lhes mostrar Seu amor. Observe os métodos divinos!

2. Leia Oseias 2:1-12. Que métodos Deus disse que usaria para atrair Israel de volta a Si mesmo? Como foram essas experiências?

Oseias 2:2, 3:

Oseias 2:5-7:

Oseias 2:8, 9:

Oseias 2:10:

Essa história levanta duas questões importantes sobre nossa maneira de considerar Deus quando Ele nos leva ao arrependimento. Primeiro, arriscamos não reconhecer que Ele está atuando. Quando Israel passou por tais experiências difíceis e dolorosas, pode ter sido difícil reconhe- cer que seu Deus estivesse trabalhando para sua salvação. Quando nosso caminho está cercado de espinhos cortantes ou quando um muro é levan- tado contra nós para que não encontremos o caminho a seguir (Os 2:6), é Deus que está agindo? Quando nos falta o básico ou somos envergonhados (Os 2:9, 10), nosso Pai está por trás disso? A verdade é que, não importa o que sintamos, Deus sempre trabalha para nos conduzir ao arrependimento, porque Ele nos ama muito.

Segundo, corremos o risco de interpretar mal a Deus quando Ele está trabalhando. Podemos reconhecer que o Senhor está atuando, mas não gostar do que Ele faz. Quando estamos machucados e envergonhados, é fácil dizer que Deus é cruel, que não intervém ou que não Se importa. Mas Ele sempre atua para nos restabelecer por meio de Sua aliança de amor.

Terça-feira, 26 de julho

3. Leia Jó 1:6–2:10. O que causou o sofrimento de Jó?

Em Jó 1, aconteceu algo assombroso. Os anjos se apresentaram diante de Deus, e Satanás estava com eles. Deus lhe perguntou de onde ele vinha, e Satanás respondeu: “De rodear a Terra e passear por ela”. Então Deus perguntou: “Você reparou no Meu servo Jó?” (v. 7, 8). A pergunta em si não é fora do comum. O que chama a atenção é quem a fez. Não foi Satanás quem apontou Jó como alguém a se examinar, mas Deus. Como sabia o que aconteceria, Deus chamou a atenção de Satanás para Jó. O patriarca não tinha ideia de que passaria por um crisol de temperaturas excessivas. Embora esteja muito claro que foi Satanás, não Deus, quem causou o sofrimento de Jó, também está claro que foi Deus quem lhe deu permissão para destruir as propriedades, os filhos e a própria saúde física do Seu servo. Se Deus permitiu que Jó sofresse, que diferença faz se foi Deus ou Satanás quem infligiu o sofrimento? Como pode Deus ser justo e santo se ativamente permitiu que Satanás causasse tal dor a Jó? Essa situação é um caso especial ou caracteriza a forma pela qual o Senhor ainda lida conosco hoje?4. Em Jó 1:20, 21, como o patriarca reagiu às provações?

4. Em Jó 1:20, 21, como o patriarca reagiu às provações?

É possível reagir de duas formas a sofrimentos assim. Podemos nos tornar mais amargos e zangados, e virar as costas para Deus acreditando que Ele seja cruel ou que não exista, ou podemos nos apegar ao Senhor com mais força. Jó lidou com sua catástrofe permanecendo na presença de Deus e adorando-O.

Em Jó 1:20, 21, vemos três aspectos de adoração que nos ajudam quando estamos angustiados. Primeiro, Jó aceitou seu desamparo e reconheceu que não tinha direito a reivindicar nada: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei”. Segundo, Jó reconheceu que Deus tinha o controle total da situação: “O Senhor o deu e o Senhor o tomou”. Terceiro, ele concluiu rea- firmando sua crença na justiça divina. “Bendito seja o nome do Senhor”.

quarta feira dia mes do livro3

“Não queremos, irmãos, que vocês fiquem sem saber que tipo de tribulação nos sobreveio na província da Ásia. Foi algo acima das nossas forças, a ponto de perdermos a esperança até da própria vida. De fato, tivemos em nós mesmos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós mesmos, e sim no Deus que ressuscita os mortos” (2Co 1:8, 9). Sendo apóstolo de Cristo, Paulo tinha suportado mais aflições do que a maioria das pessoas. Contudo, ele não foi esmagado. Ao contrário, cresceu em louvor a Deus. Considere as dificuldades pelas quais ele passou (2Co 11:23-29; 2Co 1:3-11).

5. Leia 2 Coríntios 1:4. Em que medida o sofrimento pode ser um chamado ao ministério? Como estar mais atentos a essa possibilidade?

"Deus quer ministrar por nosso intermédio a pessoas que sofrem. Isso significa que Ele pode primeiramente permitir que experimentemos dores para então oferecermos encorajamento, não na teoria, mas a partir da nossa experiência da compaixão e conforto divinos. Esse foi um princí- pio da vida de Jesus (ver Hb 4:15).
As vívidas descrições de Paulo sobre suas dificuldades não foram escri- tas para que sintamos pena dele, mas para sabermos que, mesmo quando estivermos no fundo do poço, o Pai pode intervir para levar compaixão e consolo. Podemos até perder a esperança quanto à nossa vida, mas não tenhamos medo, Deus está nos ensinando a depender Dele. Podemos con- fiar Nele, pois o Senhor “ressuscita os mortos” (2Co 1:9).
Visto que o foco do apóstolo dos gentios continuou sendo proclamar o evangelho, ele sabia que Deus o salvaria também no futuro. A habilidade do apóstolo em permanecer firme tinha como base três coisas menciona- das em 2 Coríntios 1:10, 11. Primeiro, os antecedentes divinos: “o qual nos livrou e ainda livrará de tão grande morte”. Segundo, a determinação de Paulo em se concentrar somente em Deus: “Nele temos esperado que ainda continuará a nos livrar”. Terceiro, a intercessão contínua dos san- tos: “enquanto vocês nos ajudam com orações”."

Quinta-feira, 28 de julho

Até este ponto, neste trimestre, vimos exemplos de crisóis usados por Deus para nos tornar puros e semelhantes a Cristo. No entanto, a partir desses exemplos, alguns podem dizer: “Sabemos que Deus quer nosso bem, mas esses exemplos não revelam muito cuidado e amor. Em vez disso, Ele parece um algoz, pois tem um propósito que nos causa situações difíceis, e não há nada que possamos fazer a respeito disso.”

Enquanto vivermos nesta Terra cheia de pecados, entenderemos apenas um pouco do porquê de algumas coisas. No Céu compreenderemos plenamente (1Co 4:5; 13:12), mas, por ora, teremos que viver com a tensão de acreditar que Deus está presente e cuida de nós, mesmo que a situação não seja favorável.

Leia Isaías 43:1-7. Deus disse que Seu povo passaria pelas águas e pelo fogo (v. 2). Isso simboliza perigos extremos, mas talvez aludisse à travessia do Mar Vermelho e do Jordão, que foram momentos difíceis, mas que pavimentaram o caminho para uma vida nova. Talvez você esperasse que Deus dissesse que protegeria Seu povo dos perigos, que o guiaria por um caminho mais fácil. Contudo, como sugere a atitude do pastor no Salmo 23, Deus nos diz que, nos tempos difíceis, o Seu povo não precisa temer, pois o Senhor está com ele.

6. Volte a Isaías 43:1-7. Anote as diferentes maneiras pelas quais o Senhor assegurou a Seu povo conforto nos momentos de água e de fogo. Que imagem de Deus isso traz à sua mente? Que promessas você pode reivindicar para si?

Podemos resumir de três maneiras o que aprendemos sobre os crisóis de Deus. Primeiro, o calor extremo não tem o objetivo de nos destruir, mas destruir o pecado. Segundo, o calor não é para nos tornar miseráveis, mas para nos tornar puros, como fomos criados para ser. Terceiro, o cuidado de Deus por nós em todos os momentos é constante e terno – Ele jamais nos deixará sozinhos, não importa o que aconteça.

7. O que a Bíblia ensina sobre as ações e o caráter de Deus? Como você experimenta essa realidade? Sl 103:13, 14; Mt 28:20; 1Co 10:13; 1Pe 1:7

Sexta-feira, 29 de julho

Leia, de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 115-123 [145-155] (“O teste de fé”); Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 267-270 [315-319] (“Louvai ao Senhor”).

“Deus sempre tem provado Seu povo na fornalha da aflição. É no calor da fornalha que a escória se separa do verdadeiro ouro do caráter cristão. Jesus vigia a prova; Ele sabe o que é necessário para purificar o precioso metal, para que este possa refletir o brilho de Seu amor. É por meio de sofrimentos severos e decisivos que Deus disciplina Seus servos. Ele vê que alguns têm capacidades que poderão ser empregadas no avanço de Sua obra e põe essas pessoas à prova. Em Sua providência, Ele as leva a posições que provem seu caráter [...]. Mostra-lhes suas debilidades e os ensina a buscar Nele o apoio, pois Ele é seu único auxílio [...]” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 99 [129, 130]).

Perguntas para consideração

Você já passou por um difícil teste de fé semelhante ao de Abraão? O que aprendeu com essa experiência sobre seus êxitos ou fracassos?
Que extremos Cristo enfrentou nas Suas últimas 24 horas antes da crucifixão? Como Ele superou isso? Que princípios aprendemos com Cristo que nos ajudam a lidar com as nossas provas?

Podemos ministrar aos que sofrem por meio de nosso sofrimento? Que problemas pode haver com essa ideia, por mais verdadeira que seja?

É fácil confiar Nele “tanto nas trevas quanto na luz”? Como ajudar as pessoas a ter a fé que as habilitará a confiar em Deus nas dificuldades?

Respostas e atividades da semana: 1. Para que Abraão compreendesse por experiência própria a grandeza do sacrifício de Cristo a fim de redimir a humanidade. 2. Deus tornaria Israel uma terra seca, impediria que fosse atrás de outros deuses e tiraria seu sustento para que reconhecesse que era Deus quem lhe sustentava. 3. Satanás quis testar a fidelidade de Jó, pois dizia que ele era fiel apenas porque Deus o abençoava. O Senhor permitiu que Satanás causasse sofrimento a Jó. 4. Embora triste, Jó adorou e louvou a Deus, reconhecendo a soberania do Pai. 5. Deus pode permitir que soframos a fim de que ajudemos os que passam pelas aflições que passamos. 6. Deus prometeu que estaria com eles em todos os momentos; a imagem de um Pai amoroso que cuida dos filhos; promessas de cuidado, proteção e bênção. 7. Deus é Pai amoroso, compassivo, fiel e justo; Ele prometeu estar conosco todos os dias até o fim. Comente com a classe.

Informativo mundial da Missão

texto da Carta Missionária da licao5 do livro3