Esperança indestrutível

Sábado, 06 de Agosto

VERSO PARA MEMORIZAR: “Ora, a esperança não nos deixa decepcionados, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi dado” (Rm 5:5).
LEITURAS DA SEMANA: Hc 1:1-4; Jó 38–41; Is 41:8-14; Jr 29:1-10; Hb 12:1-13
Quando se está na igreja, cercado de pessoas sorridentes, é fácil falar e cantar sobre esperança. Mas quando nos encontramos dentro do crisol, ter esperança nem sempre parece tão fácil. À medida que as circunstâncias nos pressionam, começamos a questionar tudo, principalmente a sabedoria de Deus.

Em um de seus livros, C. S. Lewis escreveu sobre um leão fictício. Querendo conhecer o animal, alguém pergunta se ele é de confiança. A resposta é que ele é perigosíssimo, “mas acontece que é bom” (O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa, São Paulo: Martins Fontes, 2020, p. 82).

Nem sempre entendemos Deus, e muitas vezes Ele parece fazer coisas imprevisíveis. Contudo, isso não significa que Ele esteja contra nós, mas que simplesmente não temos a compreensão de todo o cenário. Lutamos com a ideia de que, para ter paz, confiança e esperança, Deus deve ser com- preensível e previsível. Em nosso pensamento, Ele tem que ser “de con- fiança” e deve agir de acordo com as nossas expectativas. Por isso, muitas vezes ficamos decepcionados.

Resumo da semana: Como nossa compreensão do caráter de Deus nos ajuda a manter a esperança em meio ao crisol?

Domingo, 07 de agosto

Quando estamos sofrendo, é muito fácil presumir que o que nos acontece seja a única coisa que importa. Mas há um cenário um pouco maior do que apenas “eu” (veja Ap 12:7; Rm 8:22).

1. Leia Habacuque 1:1-4. O que Habacuque enfrentou?

Talvez você esperava que Deus dissesse algo como: “Isso é mesmo terrível, Habacuque; vou ajudá-lo agora mesmo”. Mas a resposta de Deus foi o oposto. Ele disse a Habacuque que a situação iria piorar. Leia Habacuque 1:5-11.

Israel havia sido levado ao cativeiro pelos assírios, mas Deus prome- teu que o pior ainda estava por vir: os babilônios levariam o povo de Judá. Habacuque clamou novamente nos versos 12-17 e então esperou para ver o que Deus diria.

2. Como a introdução à promessa de destruição de Babilônia em Habacuque 2:2, 3 traz esperança?

Habacuque 2 relata a promessa de Deus de destruir os babilônios. Hebreus 10:37 cita Habacuque 2:3, sugerindo uma aplicação messiânica a essa passagem. Assim como aconteceu com a antiga Babilônia, podemos estar certos também da destruição da “grande Babilônia” (Ap 18:2).

Habacuque estava preso entre o grande mal que o cercava e a promessa de Deus de que o pior estava por vir. É precisamente esse o local em que nos encontramos na história da salvação. Um grande mal está ao nosso redor, mas a Bíblia prediz que algo muito pior está por vir. A chave para a sobrevivência de Habacuque foi que ele pôde ver o cenário completo. Por isso, no capítulo 3, ele fez uma oração incrível de louvor pelo que Deus faria no futuro.

Segunda-feira, 08 de agosto

Oswald Chambers escreveu: “Você tem perguntado a Deus o que Ele fará? Ele nunca vai dizer. Deus não lhe diz o que Ele vai fazer; Ele lhe revela quem Ele é” (My Utmost for His Highest [Uhrichsville, OH: Barbour & Company, Inc., 1963], 2 de janeiro).

3. O que Chambers quis dizer com as palavras acima?

O livro de Jó começa com uma grande tragédia pessoal. Ele perdeu tudo, exceto sua vida e sua esposa, e ela sugeriu que ele amaldiçoasse a Deus e morresse (Jó 2:9). O que se seguiu foi uma discussão em que seus amigos tentavam descobrir por que tudo aquilo havia acontecido. Enquanto isso, Deus permanecia em silêncio.

Então, em Jó 38, Deus falou: “Quem é este que obscurece os Meus planos com palavras sem conhecimento?” (Jó 38:2). Deus fez a Jó cerca de 60 perguntas de “cair o queixo”. Abra sua Bíblia e examine-as em Jó 38 e 39. Após a última pergunta, Jó respondeu: “Sou indigno. Que Te responderia eu? Ponho a mão sobre a minha boca. Uma vez falei, e não direi mais nada” (Jó 40:4, 5). Em seguida, Deus fez outro conjunto de “grandes” perguntas em sucessão.

4. Leia a resposta final do patriarca em Jó 42:1-6. O que Deus estava tentando dizer a Jó e qual foi o efeito sobre ele?

Deus não respondeu às questões dos amigos de Jó, mas pintou um quadro de Sua grandeza, revelada nas surpreendentes obras da criação. Depois, Jó não precisou de respostas. A necessidade de explicações foi obs- curecida pela magnificência divina.

Essa história revela um paradoxo fascinante. Esperança e encoraja- mento podem brotar da consciência de que sabemos bem pouco. Instinti- vamente, tentamos encontrar conforto buscando saber sobre tudo e, por isso, ficamos desanimados quando não temos respostas. Mas às vezes Deus ressalta nossa ignorância para que possamos perceber que a esperança humana só encontra segurança em um Ser muito maior.

Terça-feira, 09 de agosto

“Eu, o Senhor, seu Deus, o tomo pela mão direita e lhe digo: Não tenha medo, pois Eu o ajudarei” (Is 41:13).

Alguém disse: “Quando Deus parece distante, quem é que se afastou?” Quando surgem problemas, presumimos que Deus nos abandonou. A verdade é que Ele não foi a lugar nenhum.

A presença de Deus parecia muito distante para os judeus no exílio. No entanto, por meio de Isaías, o Senhor lhes garantiu libertação futura. Embora o retorno a Jerusalém devesse ocorrer muitos anos à frente, Deus queria que Seu povo soubesse que Ele não havia Se afastado dele e que havia motivos para esperança.

5. Leia Isaías 41:8-14. Quais motivos para esperança há nessa passagem? Como essa promessa nos ajuda enquanto esperamos o fim de nosso exílio na Terra?

Uma das imagens mais poderosas nesses versos encontra-se em Isaías 41:13. O Deus soberano do Universo disse que Seu povo não precisava temer, pois era Ele quem o tomava pela mão direita. Uma coisa é imaginar Deus conduzindo os eventos na Terra a partir de um grande trono que está a anos-luz de distância de nosso planeta. Outra totalmente diferente é perceber que Ele está perto o suficiente para segurar as mãos de Seu amado povo.

Quando estamos ocupados, pode ser difícil lembrar que Deus está tão perto de nós. Mas quando nos lembramos de que Ele é Emanuel, “Deus conosco”, isso faz uma grande diferença. Quando Deus está conosco, também estão Seus propósitos, Suas promessas e Seu poder transformador.

Nos próximos dias, faça uma experiência. A cada momento possível, tente se lembrar de que o Deus do Universo está perto o suficiente de você para segurar sua mão e ajudá-lo. Mantenha um registro de como isso muda sua maneira de viver. Esteja preparado para discutir sua experiência com a classe no sábado.

Quarta-feira, 10 de agosto

6. Todos buscamos esperança. Mas onde ela está? Para alguns, ela está no sorriso de um amigo. Para outros, na segurança financeira ou em um casamento estável. Onde você procura esperança e coragem?

O profeta Jeremias escreveu para pessoas que tinham perdido a esperança. “Às margens dos rios da Babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, lembrando-nos de Sião” (Sl 137:1). Embora o povo estivesse de coração partido, Jeremias apresentou motivos pelos quais eles não deviam perder as esperanças.

7. Que razões para esperança encontramos em Jeremias 29:1-10?

Nessa passagem há três fontes importantes de esperança que vale a pena destacar. Primeiro, Deus disse a Seu povo que não devia perder a esperança, pois sua situação não resultou do acaso nem de um mal imprevisível. Deus disse: “Eu deportei [os exilados] de Jerusalém para a Babi- lônia” (Jr 29:4). Embora o mal parecia cercá-los, Deus nunca deixou de proteger Judá.

Em segundo lugar, Deus disse a Seu povo que não devia perder a esperança porque Ele podia atuar mesmo em meio às dificuldades presentes. “Procurem a paz da cidade para onde Eu os deportei e orem por ela ao Senhor; porque na sua paz vocês terão paz” (Jr 29:7).

Terceiro, Deus disse ao povo que não devia perder a esperança, pois Ele poria fim ao exílio no tempo determinado. “Assim diz o Senhor: ‘Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vocês e cumpri- rei a promessa que fiz a vocês, trazendo-os de volta a este lugar’” (Jr 29:10). Depois de explicar como esteve no comando do passado deles, estava no comando naquele momento e estaria no comando do seu futuro, o Senhor então demonstrou Seu terno cuidado por Seu povo (ver Jr 29:11-14).

Leia Jeremias 29:11-14, dizendo seu nome, como se Deus estivesse fazendo essas promessas a você pessoalmente. Aplique-as a si mesmo em suas lutas.

Quinta-feira, 11 de agosto

8. Leia Hebreus 12:5-13. Qual é a mensagem para nós e de que forma ela se encaixa no que temos estudado neste trimestre?

Em Hebreus 12:5-13, Paulo descreveu as provações no contexto da disciplina. Nessa passagem, aparecem diferentes formas da palavra disciplina. No mundo grego, essa era a palavra mais básica para “instrução”. Portanto, entender a “disciplina” é entender como Deus nos instrui na escola da fé, descrita por Paulo antes em Hebreus 11.

Ao longo de Hebreus 11, o apóstolo retratou homens e mulheres de fé. Sua fé foi o que os manteve quando enfrentaram todo tipo de situação difícil. No capítulo 12, Paulo se voltou para nós, leitores, observando que assim como tantas pessoas antes de nós perseveraram em meio a adversidades incríveis, também podemos correr e terminar a carreira da fé. A chave é manter os olhos em Jesus (Hb 12:2), para que Ele seja um exem- plo em tempos difíceis (Hb 12:3). Ler o capítulo 12 é como ganhar um par de óculos de leitura, sem os quais nossa visão ou compreensão das dificuldades sempre será confusa. Mas olhar através dessas lentes corrigirá a explicação borrada sobre o sofrimento que nossa cultura impõe. Então, seremos capazes de entender claramente e responder às provações com inteligência.

9. Leia através dos “óculos” de Hebreus 12:1-13. Concentre-se nos versos 5-13 e responda:

Qual é a fonte da disciplina?

Qual é a nossa resposta à disciplina?

Qual é o objetivo da disciplina?

Sexta-feira, 12 de agosto

Leia, de Ellen G. White: Educação, p. 211-216 [301-309] (“A escola do além”); A Ciência do Bom Viver, p. 470, 471 (“Auxílio na vida diária”).

“Todos nós passamos por dias de profunda decepção e extremo desâ- nimo – dias em que só predomina a tristeza, nos quais é difícil crer que Deus ainda seja o bondoso benfeitor de Seus filhos na Terra; dias em que os problemas nos perturbam de tal forma que parece melhor mor- rer do que continuar vivendo. É nesse momento que muitos perdem sua confiança em Deus e são levados à escravidão da dúvida e ao cativeiro da incredulidade. Se nesses momentos pudéssemos discernir com per- cepção espiritual o significado das providências de Deus, veríamos anjos procurando nos salvar de nós mesmos, esforçando-se para firmar nos- sos pés num fundamento mais firme que os montes eternos; e nova fé, nova vida jo rariam para dentro do ser” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 94 [162]).

Perguntas para consideração

“Todos” passam por momentos de “profundo desapontamento e extremo desencorajamento”. Podemos discernir quando as pessoas atravessam momentos assim? Podemos ser agentes de esperança quando experimentamos decepções?

Faz diferença em sua vida manter em mente a realidade da proximidade do Senhor?

Leia partes de Jó 38–41. Que imagens de Deus nos dão esperança e en- corajamento? O sábado se encaixa nesse quadro? Isso ajuda a refletir sobre o caráter de Deus?

A esperança que transforma vem do Céu. Por isso, oramos para que a esperança seja introduzida na vida uns dos outros. Ore por aqueles cuja esperança tem vacilado.

Conhece alguém que, no desespero e nas provações, perdeu a esperança e a fé? O que transformou essa pessoa? Como podemos ajudar as pessoas nesses momentos?

Respostas e atividades da semana: 1. Opressão, destruição, discórdias e injustiças. 2. Ele viu o quadro mais amplo. 3. É mais importante saber quem é Deus do que saber o que Ele irá fazer. Se conhecemos a Deus, confiamos Nele. 4. Que Ele estava no controle de tudo. Jó entendeu a grandeza e a superioridade divina e se arrependeu. 5. Deus disse que estaria com eles, lhes daria forças e os ajudaria. Se Deus cuidou de Seu povo no passado, fará o mesmo agora. 6. Comente com a classe. 7. Deus atua em meio às dificuldades; Ele protege Seu povo; Ele poria fim ao exílio no tempo determinado. 8. Assim como um pai amoroso, Deus nos disciplina para nos instruir e para crescermos espiritualmente. Os crisóis servem para fortalecer nossa fé e nos transformar. 9. O Senhor; devemos nos sujeitar; tornar- nos participantes da Sua santidade.

Informativo mundial da Missão

texto da Carta Missionária da licao7 do livro3