Vendo o Invisível

Sábado à tarde

VERSO PARA MEMORIZAR: “Pela fé, Moisés abandonou o Egito, não ficando amedrontado com a ira do rei, pois permaneceu firme como quem vê Aquele que é invisível” (Hb 11:27).

LEITURAS DA SEMANA: Rm 8:28-39; Jo 14:1-14; Ef 1:18-23; Is 40:27-31

A definição de fé no livro de Hebreus sempre foi desafiadora. “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se veem” (Hb 11:1). Como podemos ter certeza sobre o que não vemos? No entanto, é exatamente isso o que Moisés ilustra no verso para memorizar: “permaneceu firme como quem vê Aquele que é invisível” (Hb 11:27).

É ainda mais desafiador perceber que somos chamados a ver “Aquele que é invisível” não apenas quando tudo vai bem, mas principalmente quando tudo vai mal. Para isso, precisamos de fé, uma fé cristã que deve ser moldada pela verdade sobre Deus e Seu reino. A verdade sobre a bondade de nosso Pai, o poder no nome de Jesus, o poder da ressurreição e a compaixão de Deus são verdades essenciais que nos permitirão permanecer firmes quando estivermos no crisol e formos, talvez, tentados a duvidar de tudo.

Resumo da semana: Quais verdades sobre Deus podem ajudar a nos manter firmes mesmo nas piores situações?

Domingo, 14 de agosto

“Se Deus realmente me amasse, com certeza Ele faria ________________ por mim!” Quantas vezes esse pensamento já passou por nossa mente? Olhamos para as circunstâncias e nos perguntamos se Deus nos ama de fato, porque, se amasse, tudo seria diferente.

Existem duas razões pelas quais muitas vezes duvidamos da bondade de Deus. A primeira ocorre quando temos um desejo ardente por algo que acreditamos ser bom, e a ideia de que Deus possa querer algo diferente para nós pode parecer desanimadora. A segunda razão é que podemos duvidar da bondade divina porque nossa experiência não combina com o que cremos. Se algo parece bom, soa bem ou tem um gosto bom, então acreditamos que deva ser bom, e sentimos raiva de Deus quando não podemos ter isso.

É aqui que a fé entra em jogo. Ela entra em ação precisamente nos momentos em que somos tentados a duvidar de Deus e de Sua bondade.

1. Romanos 8:28-39 fala da bondade de Deus para conosco. O que há nesses versos que nos ajuda a não duvidar da bondade divina?

Em Romanos 8:32, há uma lógica importante que é extremamente útil para evitar que sejamos oprimidos pelas circunstâncias. “Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, mas por todos nós O entregou, será que não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas?” Como poderíamos pensar que Deus enviaria Jesus para morrer por nós e depois Se tornaria cruel e mesquinho?

Isso significa que a verdade da generosidade de Deus para conosco, vista na morte de Cristo, deve ter um impacto mais forte em nosso pensamento do que todas as dúvidas que o crisol possa gerar em nós.

Como é possível que uma verdade (a bondade de Deus) tenha um efeito mais pode- roso sobre você do que suas dúvidas? Passe algum tempo meditando na verdade de que Deus deu Jesus para morrer em seu lugar, e que essa incrível generosidade se manifesta de mil maneiras diferentes hoje. O que isso faz por sua fé?

Segunda-feira, 15 de agosto

“Eu farei qualquer coisa que vocês Me pedirem em Meu nome” (Jo 14:14, NTLH).

Jesus não estaria com os discípulos por muito mais tempo. Aquele que havia sido seu apoio e encorajamento estava indo para o Céu, e os discípulos começaram a se sentir confusos e desamparados. Contudo, embora não mais pudessem vê-Lo fisicamente, Jesus lhes deixou uma promessa notável.

Leia João 14:1-14. De acordo com os versos 13 e 14, Jesus prometeu fazer por nós “qualquer coisa” que pedíssemos em Seu nome. Por isso, quase sempre adicionamos no fim de nossas orações: “Em nome de Jesus, amém!”

2. Em nosso conceito, o que essas palavras significam? O que Jesus quis dizer quando nos encorajou a orar assim? O que Ele quis enfatizar?

Quando nosso pedido é feito “em nome de Jesus”, podemos ter a certeza de que todo o mecanismo do Céu trabalha em nosso favor. Podemos não ver os anjos trabalhando ao nosso redor, mas eles são enviados do trono do Céu em nome de Jesus, para realizar nossos pedidos e responder às nossas orações.

Às vezes, quando oramos em nome de Jesus, abrimos os olhos e esperamos que tudo seja diferente ao nosso redor, mas tudo parece igual. No entanto, embora o poder de Deus possa vir com efeito dramático, como quando Jesus acalmou a tempestade, também pode vir em silêncio, despercebido, como quando o poder divino sustentou Jesus no Getsêmani. Talvez não aconteça algo dramático de repente, mas isso não significa que Deus não esteja trabalhando por nós.

Leia novamente João 14:1-14. Imagine que o Senhor esteja falando diretamente com você. Que esperança e encorajamento você pode tirar dessas promessas? Ao mesmo tempo, pergunte-se: “Que coisas em minha vida podem impedir que essas promessas se cumpram? Que mudanças devo fazer?”

Terça-feira, 16 de agosto

A ressurreição aborda o problema da incapacidade humana. Ao pensarmos sobre a vida, morte e ressurreição de Jesus, com frequência refletimos sobre como a morte de Cristo nos tornou legalmente justos diante de Deus. E isso, claro, é verdade.

No entanto, a ressurreição acrescenta uma dimensão específica à salvação. Ela é significativa não apenas porque nos mostra que um dia também seremos ressuscitados. Esse evento colocou Jesus à direita do Pai em uma posição de poder e autoridade, e Deus nos disponibiliza esse mesmo poder!

3. Em Efésios 1:18-23, Paulo falou sobre o poder de Deus. O que esses ver- sos nos ensinam sobre o poder da ressurreição? Que esperança e promessas há nesses versos?

Paulo orava para que os efésios entendessem alguns conceitos que só podem ser entendidos corretamente com a ajuda divina: (1) existe esperança de transformação e um futuro eterno para o qual Jesus nos chamou; (2) há um poder que foi manifestado em nosso favor.

Paulo tentou descrever esse poder disponível para nós, e que é o mesmo que ressuscitou Jesus não apenas de volta à vida, mas para o lugar de poder à direita do Pai.

A ressurreição não deu a Jesus nenhum tipo de poder, mas a autoridade de governar e oferecer tudo o que Seu povo pudesse precisar – por toda a eternidade!

4. Faça uma lista das áreas de sua vida para as quais você precisa do poder do Jesus ressurreto. Ore para que esse poder atue. Ao mesmo tempo, pense nas escolhas que você pode fazer para permitir que esse poder aja com mais liberdade em sua vida.

Quarta-feira, 17 de agosto

Há uma frase que diz: “Por que orar quando você pode se preocupar?” Isso nos faz rir, pois sabemos com que frequência nos preocupamos em vez de irmos a Deus para Lhe entregar nossas inquietações.

Alguém disse que, quando nossa vida estiver toda amarrada, devemos dá-la a Deus e deixar que Ele desate os nós. Como Ele deve desejar fazer isso! Ainda assim, surpreendentemente, nos agarramos aos nossos problemas até que estejamos prestes a desabar. Por que esperamos tanto para irmos ao Senhor?

5. Leia 1 Pedro 5:7. Pedro citou o Salmo 55:22. Qual é a mensagem para nós? Veja também Mateus 6:25-33.

O texto de 1 Pedro 5:7 é muito simples. Não há nenhum segredo escondido nele. Lançar significa fazer exatamente isso, jogar, entregar, de modo que o que estiver causando dor e preocupação não tenha mais nenhuma conexão conosco. Mas, é claro, nossos fardos não são jogados em qual- quer lugar, nem nossa preocupação desaparece no vazio, mas são dados ao nosso Pai no Céu, que promete resolver o problema. Isso é o que Jesus nos diz nos versos de Mateus. O problema em fazer isso não é que seja difícil, mas que parece muito fácil, bom demais para ser verdade.

A ansiedade é causada por todo tipo de coisas. Pode ser pressão do trabalho, uma crítica inesperada, sentimento de que somos indesejados ou não amados, preocupações de saúde ou financeiras, percepção de não ser- mos bons o suficiente para Deus e crença de que não somos perdoados.

Um dos motivos pelos quais nos apegamos a nossos problemas é que pensamos que podemos resolvê-los melhor do que qualquer pessoa. Mas Pedro nos exorta a reconsiderar tal ideia. Deus Se importa. Por isso, não temos que nos preocupar. A Bíblia diz que Ele Se preocupa o suficiente para transformar qualquer situação.

O que preocupa você? Existe algo demasiadamente difícil para o Senhor? Talvez nosso maior problema seja que, embora acreditemos que Deus possa consertar tudo, não acreditamos que Ele vá resolver da maneira que gostaríamos que Ele resolvesse. Pen- se nesse último ponto e questione se isso é verdade em sua vida.

Quinta-feira, 18 de agosto

É muito desagradável imaginar que ninguém se importa com o que acontece conosco, mas pensar que Deus não sabe ou não Se importa pode ser muito mais angustiante.

Para os judeus exilados na Babilônia, Deus parecia não Se importar muito com a situação deles. Ainda estavam exilados, ainda se sentiam abandonados pelo Senhor por causa de seus pecados. Mas Isaías lhes dirigiu palavras de conforto: “Como pastor, Ele apascentará o Seu rebanho; entre os Seus braços recolherá os cordeirinhos e os carregará no colo, as que amamentam Ele guiará mansamente” (Is 40:11). Mas depois de tanto tempo, os exilados pensaram: Onde estás, ó Senhor? Não vemos nenhuma evidência de que ainda estejas conosco ou que Te importas!

6. Leia Isaías 40:27-31. Como o profeta descreve Deus? Como essa descrição pretende responder à crença de que nosso “caminho está encoberto ao Senhor; e o [nosso] direito passa despercebido ao [nosso] Deus” (Is 40:27)?

No livro de Ester encontramos outro grupo de pessoas que pode ter considerado que seu caminho estivesse encoberto de Deus. Nesse livro, Deus não é mencionado. No entanto, toda a história é um drama da intervenção divina para salvar Seu povo de uma lei irrevogável para destruí-lo. Essa história não apenas descreve eventos do passado, mas simboliza um tempo no futuro em que o povo de Deus será novamente perseguido e uma lei será introduzida para sua destruição (Ap 13:15). É possível imaginar como seria fácil concluir, em meio a tais circunstâncias terríveis, que o Senhor havia abandonado o Seu povo? Mas não devemos temer. O mesmo Deus que salvou Seus escolhidos na história de Ester salvará Seu povo novamente na crise final.

Lemos como Isaías descreveu Deus aos exilados. Como você O descreveria para as pessoas que sentem que Ele as abandonou? Como as ensinaria a ver com os olhos da fé e a confiar mais em Seu amor?

Sexta-feira, 19 de agosto

Texto de Ellen G. White: Profetas e Reis, p. 349-352 [598-606] (“A rainha Ester”).

“Deus não disse que daria o Espírito Santo aos que O pedissem a Ele? E esse Espírito não é um Guia real e verdadeiro? Parece que algumas pessoas têm receio de aceitar o que Deus afirma, como se isso fosse presunção de sua parte. Oram para que o Senhor nos ensine, e, no entanto, temem acreditar na empenhada palavra de Deus e crer que temos sido ensinados por Ele. Contanto que nos dirijamos a nosso Pai celestial humildemente e com um espírito suscetível de ser ensinado, dispostos e ansiosos por aprender, por que havemos de duvidar de que Deus cumprirá Sua promessa? Nem por um momento devemos duvidar Dele, desonrando-O desse modo.

“Quando buscarem conhecer Sua vontade, a parte que lhes cabe no trato com Deus é crer que haverão de ser conduzidos, guiados e abençoados no cumprimento de Sua vontade. Talvez duvidemos de nós mesmos, temendo interpretar mal Seus ensinos, mas tornemos até isso um assunto de oração e confiemos Nele, sim, confiemos Nele ao máximo, para que o Seu Espírito Santo nos leve a interpretar corretamente Seus planos e a atuação de Sua providência” (Ellen G. White, E Recebereis Poder, p. 114 [15 de abril]).

“A fé é fortalecida pelo conflito com dúvidas e influências opostas. A experiência alcançada nessas provas é de maior valor do que as joias mais preciosas” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 463 [555]).

Perguntas para consideração

Quais são as coisas em que acreditamos mesmo não vendo? Como isso pode nos ajudar a entender o que significa ver “Aquele que é invisível”?

Como crer que o caminho de Deus é o melhor, mesmo não sendo o que queremos?

Se “a fé é fortalecida pelo conflito com dúvidas e influências opostas” que leva a algo “de maior valor do que joias preciosas”, isso deve moldar nossa percepção sobre os conflitos?

Muitos enfrentam situações em que o pior acontece, apesar das orações e dos melhores esforços. Como entender isso à luz do que temos estudado?

Respostas e atividades da semana: 1. Ele entregou o próprio Filho por nós. 2. Que tudo o que pedimos de acordo com a vontade de Deus acontecerá; que, por causa de Seu sacrifício por nós, podemos reivindicar Suas promessas; Jesus quis demonstrar Sua unidade com o Pai e Seu amor por nós. 3. Esse poder está disponível a nós e podemos reivindicá-lo. 4. Comente com a classe. 5. Deus sabe do que precisamos, ele tem cuidado de nós.6. Deus não Se cansa, e Sua sabedoria é insondável. Nada é encoberto Dele.

Informativo mundial da Missão

texto da Carta Missionária da licao8 do livro3