O chamado para permanecer firme

VERSO PARA MEMORIZAR:
“Quanto ao mais, sejam fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder. Visitam-se com toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do diabo“ (Ef 6:10, 11).

Leituras da semana:
Ef 6:10-20; Dt 20:2-4; Rm 13:11-14; 1Ts 5:6-8; 1Co 15:23, 24.

Estude a conclusão vibrante da carta de Paulo (Ef 6:10-20). O que o seu grito de guerra significa para nós como combatentes no conflito?

Paulo conclui Efésios com um chamado para a batalha, instando os crentes a assumirem sua posição na guerra da igreja contra o mal (Ef. 6:10–20). Ele começa com uma exortação abrangente para "ser forte no Senhor" (Ef. 6:10), que ele repete como um chamado para "vestir toda a armadura de Deus" (Ef. 6:11). Ele apoia esse chamado especificando um propósito (para poder resistir aos planos do diabo, Ef. 6:11) e oferecendo uma justificativa: a batalha é contra poderosas forças espirituais do mal (Ef. 6:12).

De forma detalhada, Paulo então reafirma o chamado às armas. Os crentes devem "tomar toda a armadura de Deus" para poderem permanecer firmes na batalha (Ef. 6:13), vestindo cinto, couraça, calçados, escudo, capacete e espada (Ef. 6:14–17). Paulo convida os crentes, agora completamente armados e prontos para entrar na luta, a fazer o que os soldados no antigo campo de batalha poderiam fazer - e isso é, orar (Ef. 6:18–20).

Ao ecoar exortações de batalha ou discursos antes da batalha no Antigo Testamento, Paulo fala da missão da igreja em termos de conflito militar e armas. Paulo sinaliza isso em seu primeiro comando abrangente: "Sejam fortes no Senhor e na força do seu poder" (Ef. 6:10).

Exortações de batalha no Antigo Testamento (veja, por exemplo, Deut. 20:2–4; Juízes 7:15–18; 2 Crônicas 20:13–20; 2 Crônicas 32:6–8; Neemias 4:14, 19, 20) enfatizam a ideia de que o sucesso de Israel na batalha não depende da superioridade de suas próprias armas ou de um exército que supere seus inimigos em número. Pelo contrário, a vitória resulta da dependência da presença e do poder de Deus. A chave para o sucesso dos israelitas não era a confiança em si mesmos, mas a firme confiança no poder de Deus e em Sua provisão para o sucesso deles. Paulo faz uso audaz desses temas para exortar os crentes a serem:

(1) ativos na busca da missão da igreja; (2) atentos às dimensões invisíveis que afetam suas vidas e testemunho; (3) conscientes da provisão divina para o sucesso deles; e (4) sempre alertas para a importância da unidade e colaboração entre os crentes.

O que a afirmação de Paulo de que lutamos não contra carne e sangue, mais contra inimigos sobrenaturais nos ensina sobre onde está nossa única esperança de vitória?

Paulo encerra sua carta com um poderoso chamado à batalha que reúne temas e ideias importantes para a carta como um todo. Ele começa anunciando o tema abrangente da conclusão, oferecido no tom de um grito de batalha de um comandante: "No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder" (Efésios 6:10). O restante do trecho (Efésios 6:11–20) ilustra e desenvolve esse tema principal.

Em que sentido o grande conflito, que envolve poderes sobrenaturais literais, é central no argumento de Paulo? Por que manter essa verdade diante de nós é importante em nossa caminhada com Deus? Ef 6:10-20.

Paulo identifica Cristo como a Fonte da força dos crentes com sua frase "no Senhor e na força do seu poder" (Efésios 6:10), pois "Senhor" se refere a Cristo, como é consistentemente o caso em Efésios (Efésios 2:21; Efésios 4:1, 17; Efésios 5:8; Efésios 6:1, 21). "A força da Igreja reside na onipotência de seu Senhor ressuscitado, o Capitão de sua guerra.

Paulo usa repetição em Efésios 6:10, empregando os sinônimos poder e força para enfatizar seu ponto: o poder a ser exibido pela igreja não é inerente aos crentes, mas é derivado. Ele vem do Senhor, de Cristo. Paulo resume aqui um tema importante da carta, o poder de Deus compartilhado com os crentes (Efésios 1:19–22; Efésios 2:4–6; Efésios 3:16, 17). A força para todo conflito presente e futuro é encontrada na solidariedade dos crentes com Cristo ressuscitado e exaltado.

Embora o comando inicial anuncie Cristo como ativo em fornecer força aos crentes (Efésios 6:10), os três membros da Trindade estão envolvidos em fortalecê-los para o combate espiritual contra o mal. Deus (o Pai) disponibiliza Suas próprias armas como a "armadura de Deus" (Efésios 6:11, 13; compare Isaías 59:17). Anteriormente, Paulo identificou o Espírito como ativo em fortalecer os crentes.

Paulo orou para que Deus lhes concedesse "serem fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior" (Efésios 3:16). Aqui, é o Espírito quem concede a espada, "a espada do Espírito, que é a palavra de Deus" (Efésios 6:17). Além disso, os crentes devem orar "em todo tempo no Espírito" (Efésios 6:18). Paulo deseja que seus ouvintes entendam que o Deus trino está totalmente engajado em equipá-los para a batalha contra esses poderes malignos.

Por que Paulo emprega o tipo de ilustração utilizada em Efésios 6:10-20? Compara com Rm 13:11-14; 1Ts 5:6-8; 2Co 10:3-6.

Nas suas cartas, Paulo frequentemente utiliza linguagem e imagens militares, convidando os crentes a imitar um comportamento exemplar, semelhante ao de soldados. Embora Efésios 6:10-20 represente o seu uso mais longo e concentrado, a linguagem militar é uma das principais formas que ele utiliza para compreender a história do evangelho.

Tendo conquistado os "principados e potestades" na cruz (Colossenses 2:15), o Cristo exaltado agora trabalha os resultados dessa vitória a partir da sua posição como Senhor exaltado sobre os poderes (Filipenses 2:9-11). Recrutando os seus seguidores como combatentes na guerra cósmica, Cristo lidera os exércitos de luz em direção a um grande dia de vitória (1 Coríntios 15:54-58, 2 Tessalonicenses 2:8, Romanos 16:20). Ao reunir os usos de simbolismo militar por parte de Paulo, vemos que ele entende o conflito entre o bem e o mal como "uma guerra cósmica de longa duração: batalhas que ocorrem entre dois exércitos que se enfrentam ao longo dos séculos até que um vença o confronto final".

O tema frequente de guerra cósmica também faz parte do tecido de Efésios. No seu chamado para a batalha (Efésios 6:10-20), Paulo reúne elementos do conflito cósmico que ele já havia usado: o capacitar de Deus aos crentes com um "poder" imenso (Efésios 1:18-20; Efésios 3:16, 20); a vitória de Cristo e a sua exaltação sobre os poderes (Efésios 1:20-23); os crentes como um exército ressuscitado dos que antes estavam mortos, mas agora capacitados pela sua identidade com o Cristo exaltado e capazes de lutar contra o seu antigo senhor das trevas (Efésios 2:1-10); o papel da igreja em revelar aos poderes o seu destino final (Efésios 3:10); o uso do Salmo 68:18 para retratar Cristo como o guerreiro divino conquistador (Efésios 4:7-11); e o chamado aos crentes para "vestir" a vestimenta do evangelho (ver Efésios 4:20-24).

Quando somos chamados a vestir a "armadura completa" de Deus, estamos bem preparados para compreender o papel central do conflito cósmico, mas também devemos permanecer firmes na certeza de que participamos da vitória final de Cristo.

Quais são algumas das maneiras pelas quais você pessoalmente experimentou a realidade não apenas deste conflito cósmico, mas da vitória que podemos reivindicar para nós mesmos em Jesus? Por que entender Sua vitória por nós é tão fundamental para nossa esperança e experiência?

Leia Efésios 6:10-20, notando cada vez que Paulo usou alguma forma do verbo ficar/permanecer. Por que isso era tão importante para ele?

Devemos entender a metáfora militar de Paulo no contexto do campo de batalha antigo. O que significava "permanecer de pé" (Efésios 6:11, 13, 14)? O verbo sugere apenas uma postura defensiva? Discursos de batalha incluídos nos escritos de Tucídides, um dos grandes autores clássicos da literatura de batalha, destacam três ações sucessivas que devem ocorrer para que um lado saia vitorioso: (1) os soldados devem "enfrentar o inimigo", o que significa que devem marchar para encontrar seus adversários; então, (2) eles devem atacar e "permanecer firmes" ou "manter sua posição", lutando corpo a corpo com seus inimigos; e finalmente, (3) eles devem "repelir o inimigo" (veja Tucídides, A Guerra do Peloponeso [Nova York: E. P. Dutton, 1910], 4.10.1-5).

O momento-chave de uma batalha antiga ocorria com a segunda dessas três ações, quando as duas falanges opostas se chocavam em "um terrível tumulto de bronze, madeira e carne", ao qual o autor antigo Xenofonte se refere como aquele " 'terrível estrondo' " - Victor Davis Hanson, O Modo Ocidental de Guerra (Nova York: Oxford University Press, 1989), pp. 152, 153. Permanecer firme, manter sua posição nesse momento estratégico, era o grande desafio da batalha antiga. No combate próximo que se seguiria, cada lado buscaria o momentum para "o empurrão".

O chamado de Paulo para a batalha reflete um combate no qual os soldados estavam "aglomerados, dando e recebendo centenas de golpes a curta distância" - Victor Davis Hanson, O Modo Ocidental de Guerra, p. 152. Isso é confirmado pela descrição de Paulo da batalha da igreja contra seus inimigos como uma luta de wrestling (Efésios 6:12; veja o estudo de quinta-feira) e pelo uso de uma forma intensiva do verbo "permanecer de pé" no versículo 13: "para que possam resistir no dia mau" (ênfase adicionada).

Essa não é uma postura relaxada! "Permanecer de pé", então, significa estar vigorosamente envolvido na batalha, usando todas as armas no combate de curta distância, um ponto óbvio a partir da imagem militar na exortação anterior de Paulo para permanecer "firmes em um só espírito, lutando juntos com uma só mente pela fé do evangelho" (Filipenses 1:27).

Leia Hebreus 12:4. Como esse verso ajuda a resumir o significado de resistir no Senhor? Qual é a natureza coletiva dessa posição?

Qual foi o propósito de Paulo ao listar uma variedade de títulos para os poderes espirituais malignos? Ef 1:21; 3:10; 6:10-20.

Paulo descreve "nossa luta" (Efésios 6:12), usando uma palavra grega para a competição entre lutadores (palé). Como a luta livre era considerada uma excelente preparação para a batalha, essa é uma descrição apropriada do combate arma contra arma e corpo a corpo que ocorre quando exércitos se chocam. Paulo está enfatizando a realidade da luta próxima dos crentes contra os poderes do mal. Aqui estão os títulos que ele lhes dá:

Efésios 1:21 Efésios 3:10 Efésios 6:12

cada governante (ou cada regra) (os) governantes os governantes

(toda) autoridade (as) autoridades as autoridades

(todo) poder os poderes cósmicos sobre esta escuridão presente

(todo) domínio as forças espirituais do mal nos lugares celestiais

(todo) todo nome nomeado

Em suas descrições abrangentes ("todo nome que é nomeado", Efésios 1:21; "as forças espirituais do mal nos lugares celestiais", Efésios 6:12), Paulo afirma que todos os poderes malignos e sobrenaturais estão subjugados a Cristo (Efésios 1:21). No entanto, em qualquer batalha, nunca é uma estratégia inteligente subestimar as forças do lado oposto. Paulo adverte que não estamos apenas enfrentando inimigos humanos, mas "exércitos espirituais da maldade nos lugares celestiais" (Efésios 6:12), liderados por um astuto general, o diabo (Efésios 6:11). No entanto, embora devamos estar alertas contra nossos poderosos inimigos, não precisamos ser intimidados por eles. Deus está presente conosco na batalha (Efésios 6:10) e nos forneceu as melhores armas, Sua própria armadura, a "armadura de Deus" (Efésios 6:11; compare Isaías 59:15–17). Ele colocou à nossa disposição Sua verdade, justiça, paz, fé e salvação, além do Espírito Santo (Efésios 6:13–17). Com Deus indo adiante de nós e estando equipados dos pés à cabeça com a armadura que Ele nos providenciou, não podemos falhar (Romanos 16:20; 1 Coríntios 15:23, 24; 2 Tessalonicenses 2:8).

Embora sejamos indefesos contra os poderes malignos, Jesus é maior do que esses poderes e já os derrotou. O que isso nos ensina sobre nossa necessidade de Cristo?

"Nosso trabalho é agressivo, e como soldados fiéis de Jesus, devemos levar a bandeira ensanguentada para os próprios redutos do inimigo. 'Pois a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais.' Se concordarmos em baixar nossas armas, abaixar a bandeira ensanguentada e nos tornar cativos e servos de Satanás, podemos ser libertados do conflito e do sofrimento. Mas essa paz só será alcançada à custa de Cristo e do céu. Não podemos aceitar a paz nessas condições. Que seja guerra, guerra, até o fim da história da Terra, em vez de paz por meio da apostasia e do pecado." - Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald, 8 de maio de 1888.

Como Efésios 6:10–20 se relaciona com o livro de Apocalipse? O texto apresenta a mesma visão básica dos eventos do fim dos tempos, ou escatologia, como o motivo de batalha no livro de Apocalipse (veja Apocalipse 12, Apocalipse 16:12–16, Apocalipse 19:17–21, Apocalipse 20:7–10). Em ambos, o povo de Deus está sob ataque do inimigo que está "em lugares celestiais" e "é ativo e poderoso na era presente". Em ambos, o povo de Deus é encorajado pela "imagem da era futura". Além disso, "ambos os cenários apontam explicitamente para a batalha final, quando o inimigo será completamente conquistado, após o qual a nova era será estabelecida para sempre", uma nova era em que "o estado final glorioso do povo de Deus" e "a condenação eterna do inimigo" serão evidentes.

Questões para discussão:

 Você já confrontou os poderes do mal? Quais estratégias são úteis para enfrentá-los?

 Como ajudar alguém oprimido pelas “forças espirituais do mal” (Ef 6:12)?

 Como discernimos e rejeitamos da melhor forma "os esquemas do diabo" (Efésios 6:11)? Por exemplo, com que frequência você se sente pronto para abandonar sua fé porque sente que é pecador demais, corrupto demais para ser salvo? Quem está colocando esse pensamento em sua cabeça - Cristo ou as forças das trevas? Especialmente em momentos como esse, por que você precisa reivindicar muitas das maravilhosas promessas que nos foram dadas em Jesus?

Alexei Arushanian, um ucraniano de 33 anos que mora na Polônia, notou uma Bíblia e muitos outros livros religiosos no apartamento da mulher cujas janelas ele estava instalando.

Alexei fazia parte de um grupo de membros da igreja que distribuía o livro "O Grande Conflito", de Ellen White. Era uma tarefa difícil, com poucas pessoas receptivas, e ele orou por uma oportunidade de compartilhar um livro naquela casa.

Então a mulher, que tinha cerca de 40 anos e morava sozinha, ofereceu-lhe uma xícara de chá. Alexei sentou-se e tomou o chá enquanto a mulher ia sobre suas atividades. Ela cantava enquanto trabalhava. Alexei orou sobre o que fazer. Finalmente, ele falou.

"Vejo que você gosta de ler livros", disse ele.

"Sim, eu realmente amo ler", respondeu ela. "Você deve ter notado que não tenho TV. Eu leio o tempo todo."

A mulher retomou seu trabalho e canto.

Alexei teve uma ideia. "Você é cristã?" ele perguntou. "Sim, eu canto em um coral da igreja", respondeu ela.

"Eu também vou à igreja, na Foksal 8", disse Alexei, dando o endereço da única Igreja Adventista do Sétimo Dia na capital da Polônia, Varsóvia. "Sou protestante. Sou Adventista do Sétimo Dia."

Vendo que a mulher estava ouvindo atentamente, Alexei ficou mais ousado.

"Gostaria de lhe dar um presente, um livro sobre a história do cristianismo", ele disse. "É realmente interessante."

A mulher concordou em dar uma olhada no livro.

Enquanto Alexei pegava suas ferramentas para colocar no carro, ele se preocupava que ela não abrisse a porta quando ele voltasse com o livro. Mas ela o recebeu de volta. Ela estava visivelmente impressionada com o volume elegantemente encadernado, e imediatamente começou a folheá-lo. Pela expressão em seu rosto, Alexei pôde ver que ela não concordava com tudo o que via.

"Cabe a você aceitar ou rejeitar o que está no livro", disse ele. A mulher aceitou o livro, dizendo: "Muito obrigada".

O casal conversou um pouco mais, e Alexei ficou cheio de alegria ao sair. Ele estava tão feliz por ter encontrado uma maneira de dar o livro a ela.

"Eu poderia ter ficado em silêncio", diz ele. "Mas ela tinha o direito de decidir se aceitava o livro ou não. Meu dever era apenas oferecê-lo a ela."