GIGANTES DA FÉ: JOSUÉ E CALEBE

VERSO PARA MEMORIZAR:
“Lembrem-se dos seus líderes, os quais pregaram a Palavra de Deus a vocês; e, considerando atentamente o fim da vida deles, imitem a fé que tiveram” (Hebreus 13:7).

Leituras da semana:
Números 13:6, 30-32; Josué 14:6-14; Lucas 18:1-5; Josué 19:49-51; 2Coríntios 3:18; Romanos 12:1, 2

Leia Números 13:6, 30-32’Josué 14:6, 14. Quem foi Calebe? Qual foi a sua importância dentro do povo de Israel?

O nome de Calebe vem da palavra hebraica keleb, “cachorro”, que ocorre no Antigo Testamento, sempre em um contexto negativo. Contudo, keleb é usado em cartas e hinos extra-bíblicos para expressar a coragem, tenacidade e fidelidade de um servo ao seu senhor. Nesse sentido, Calebe foi fiel ao seu nome, demonstrando ao longo de sua vida lealdade inabalável ao seu Senhor.

Calebe teve a coragem de expressar suas convicções, mesmo quando a maioria dos espias discordou dele e o povo de Israel o ameaçou de morte. O que isso revela sobre o seu caráter? Números 14:6-10, 21-25; 26:65; 32:12

Pense nos importantes líderes israelitas que eram contemporâneos de Josué e Calebe: Samua, Safate, Jigeal, Palti, Gadiel, Gadi, Amiel, Setur, Nabi e Geuel (Números 13:4-15). Consegue lembrar de algum desses nomes?

Provavelmente não.

Por quê? Porque eles são os nomes dos outros dez espiões enviados por Moisés para explorar a terra de Canaã. Eles são esquecidos porque seus nomes não mereciam ser lembrados. O relatório que trouxeram retratava a Terra Prometida como impossível de conquistar. Eles se viam como gafanhotos em comparação com os gigantes que habitavam algumas áreas da terra, e seus corações derreteram de medo diante das muralhas “inabaláveis” das cidades fortificadas em Canaã.

Calebe, como o mais velho dos dois espiões que trouxeram um relatório positivo, toma a dianteira ao apresentar outra possibilidade: a atitude de fé. Ele estava disposto a falar o que sabia ser certo, apesar da oposição, mesmo diante da possibilidade de morte: “Toda a congregação disse que Josué e Calebe deviam ser apedrejados” (Números 14:10).

O que você faz quando a maioria das pessoas discorda de suas convicções mais profundas?

Leia Josué 14:6-14; Números 14:24; 32:12; Deuteronômio 1:36; Lucas 6:45. Como você descreveria a atitude de Calebe e Josué? O que significa seguir ao Senhor de todo o coração (Josué 14:8)?

Calebe nunca esqueceu a promessa que o Senhor lhe havia dado por meio de Moisés: que ele entraria na terra onde seus pés haviam pisado (Números 14:24). Quarenta anos depois, ele se refere ao seu próprio relatório sobre a terra como uma palavra “Eu lhe relatei o que estava no meu coração” (Josué 14:7). Seu relatório baseava-se na convicção de que, com a orientação e a ajuda de Deus, Israel seria capaz de conquistar a terra.

Em contraste com o relatório dos outros dez espiões, que inspirou medo entre os israelitas, Calebe manifestou uma confiança e um compromisso total com a promessa do Senhor. A frase hebraica, que literalmente significa “Segui plenamente o Senhor” (Josué 14:8), essa frase significa: “Eu […] fui inteiramente fiel ao Senhor, o meu Deus” ou “segui o Senhor, meu Deus, de todo o coração”. Em contraste com outros que andaram após deuses estrangeiros e que não seguiram o Senhor completamente, o coração de Calebe estava totalmente dedicado ao Senhor.

A mesma expressão é repetida duas vezes mais adiante, enfatizando a fidelidade de Calebe (Josué 14:9, 14). Sua própria caracterização está em harmonia com o que o próprio Senhor chamou de um “outro espírito” (Números 14:24), ou “um espírito diferente” que distinguiu Calebe dos outros dez espiões. Mesmo aos 85 anos de idade, ele continuou a ser um exemplo do que o Senhor pode realizar por meio de pessoas cujos corações estão totalmente dedicados a Ele e à Sua causa.

Calebe entendia que o território que cada tribo eventualmente possuiria era diretamente proporcional à medida em que ousavam reivindicar as promessas do Senhor e quanta terra estavam dispostos a pisar pela fé. As promessas de Deus não são auto-realizáveis, no sentido de que se cumprem independentemente da nossa vontade. Pelo contrário, elas exigem fé acompanhada de ação resoluta. O termo hebraico ’ulay, que significa “se” (Josué 14:12), pode expressar medo e dúvida, mas geralmente indica esperança e a antecipação de que algo positivo acontecerá (Gênesis 16:2; Números 22:6, 11; Números 23:3).

Que concessões, mesmo que “pequenas”, podem nos impedir de seguir plenamente o Senhor?

Leia Josué 15:16-19; Juízes 1:13; 3:7-11. O que essa história revela sobre o exemplo? De que maneira a atitude de Calebe estava sendo refletida na geração mais jovem?

Nesta passagem, Calebe oferece sua filha, Acsa, em casamento àquele que conquistar Debir (o nome dessa cidade tinha sido Quiriate-Sefer; Josué 15:15). Otniel captura a cidade e ganha a mão de Acsa. Esta história é importante porque, mais uma vez, revela a coragem, a fé e a prontidão de Calebe para enfrentar desafios.

Ela também mostra que a próxima geração de israelitas seguiu o exemplo desses gigantes da fé, Calebe e Josué. À medida que a geração mais velha encerra seu ministério, há uma nova geração pronta para enfrentar os desafios e continuar a cumprir o plano de Deus para Israel.

De uma forma que não é diferente do pedido de Calebe a Josué, “Dê-me agora este monte” (Josué 14:12) Acsa, encorajada por seu marido, demonstra a mesma fé e resolução que seu pai exibiu. Por meio de sua determinação e ousadia, Acsa continua a linha do exemplo de Calebe de cumprimento da promessa de possuir a terra.

De fato, a terra é um dom de Yahweh a Israel, mas Israel deve se apropriar dela reivindicando as promessas do Senhor com fé e coragem. A determinação de Acsa prenuncia a perseverança daquelas mulheres nos Evangelhos que não se deixariam afastar pela multidão ou pelos discípulos e não desistiriam até receberem a bênção de Jesus para si e suas famílias.

Leia Lucas 18:1-5. O que essa passagem pode nos ensinar?

Passar a tocha da fé para a próxima geração é fundamental para cumprir a missão. Quais são os desafios e as oportunidades nesse processo? Como podemos motivar e preparar os jovens para se tornarem líderes espirituais? E qual é o impacto do nosso exemplo nisso?

As longas listas de nomes de lugares, que constituíam marcos nas fronteiras dos territórios atribuídos às tribos de Israel, são enquadradas pelo relatório de alocação de terra aos dois heróis, Calebe e Josué, do primeiro reconhecimento. Calebe recebeu sua herança primeiro, enquanto Josué recebeu a sua por último. Até este ponto, Josué alocou a terra às tribos de Israel; agora é a vez do povo de Israel dar a Josué a sua herança.

Leia Josué 19:49-51. O grande líder de Israel, que dividiu a terra, recebeu sua herança por último. Quais são as implicações desse fato?

A cidade que Josué recebe é Timnate-Sera, um nome composto por duas palavras. A primeira, Timnate, deriva de um verbo (manah) cujo significado é contar ou atribuir, e significa porção ou território. A segunda palavra pode ser derivada de um verbo hebraico (seracḥ), e significa excesso ou sobra (veja Êxodo 26:12). O nome da cidade de Josué pode ser traduzido como ”porção restante” ou “território restante”.

O nome da cidade que Josué escolheu do que restou testemunha o caráter nobre do segundo líder de Israel. Em primeiro lugar, ele esperou até que todo o povo recebesse sua porção. Em seguida, Josué não escolheu um dos territórios densamente povoados da terra ou as cidades mais impressionantes como sua herança, mas uma cidade modesta, ou talvez as ruínas dela, a fim de reconstruí-la com trabalho árduo (veja Josué 19:50).

Além disso, Timnate-Sera estava localizada perto de Siló, nas proximidades do santuário, o que mostra onde estavam as prioridades de Josué e onde seu coração estava ligado. Certamente, depois que a nação recém-nascida de Israel foi conduzida à Terra Prometida e, com a ajuda de Deus, garantiu a herança de cada tribo e família, não teria se oposto à exigência de Josué por uma herança mais impressionante. No entanto, Josué se contentou em viver uma vida simples, com foco no que é mais importante, incorporando assim a oração expressa mais tarde por Davi: “Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo” (Salmos 27:4).

Quais lições você pode aprender com a atitude de Josué? Como pode aplicar isso á sua vida hoje?

Refletir sobre grandes heróis da fé nos inspira, mas nosso maior exemplo é Jesus. Como Sua vida e ensinamentos podem nos transformar? Hebreus 12:1, 2; 2Coríntios 3:18

Marco Iacoboni, neurocientista da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (EUA), pesquisou a função dos neurônios-espelho. Esses pequenos circuitos celulares são ativados tanto quando realizamos uma determinada ação — como rir ou abraçar alguém — quanto quando observamos outra pessoa realizando a mesma ação. A atividade desses neurônios reduz a distinção entre ver e fazer.

Ellen G. White fala sobre a importância de contemplar o caráter de Jesus: “Olhando para Cristo obteremos uma visão mais clara e distinta de Deus, e pela contemplação somos transformados. A bondade e o amor ao próximo tornam-se nosso instinto natural. Desenvolvemos um caráter que é a contrapartida do caráter divino. Crescendo à Sua semelhança, ampliamos nossa capacidade de conhecer a Deus. Cada vez mais entramos em comunhão com o mundo celestial e temos poder cada vez maior para receber as riquezas do conhecimento e da sabedoria da eternidade.” — Parábolas de Jesus [2022], p. 207, 208.

Leia Romanos 12:1 e 2. Quais são as duas forças diferentes que influenciam nossa vida? Como podemos ter certeza de que estamos focando na coisa certa?

No capítulo 12, o apóstolo Paulo fala sobre duas forças opostas que tentam moldar nossas vidas. Por um lado, o mundo ao nosso redor, com suas diversas influências, tenta nos forçar diariamente a nos moldar, efetuando uma conformação em nós que opera de fora para dentro.

Para neutralizar esse impacto, o Espírito Santo é capaz de nos transformar de dentro para fora, de maneira semelhante à metamorfose de uma lagarta em uma linda borboleta. Mas, para que esse processo aconteça, precisamos nos consagrar a Deus e pedir a Ele que continue a boa obra que Ele começou em nós (Filipenses 1:6). No final, precisamos fazer a escolha consciente, momento a momento, de andar no Espírito.

Você conhece alguém que precisa não apenas de orações, mas também de atenção?

"Nessa época, a fé de Calebe era exatamente igual à de quando seu testemunho tinha contrariado o relato pessimista dos espias. Havia acreditado na promessa de Deus de que levaria Seu povo a possuir Canaã, e nisso havia seguido fielmente ao Senhor. Tinha suportado, juntamente com o povo, a longa peregrinação no deserto, participando das desilusões e fardos dos cultos. Contudo, não se queixou disso, mas exaltou a misericórdia de Deus que tinha preservado sua vida no deserto, quando seus irmãos foram eliminados.

Entre todas as dificuldades, perigos e pragas, nas vagueações pelo deserto e durante os anos de guerras, desde que entraram em Canaã, o Senhor o tinha guardado, e agora, com mais de 80 anos, seu vigor não havia diminuído. Não pedia para si uma terra já conquistada, mas o lugar que, mais do que todos, os outros espias haviam considerado impossível subjugar. Com a ajuda de Deus, arrancaria essa fortaleza daqueles mesmos gigantes cujo poder tinha abalado a fé de Israel.

Não foi o desejo de honras ou engrandecimento próprio que determinou o pedido de Calebe. O bravo e velho guerreiro queria dar ao povo um exemplo que honraria a Deus e incentivaria as tribos a dominar completamente a terra que seus pais tinham considerado 'inconquistável'" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 447).

Questões para discussão:

 Discuta o impacto da pressão de grupo e a coragem necessária para se manifestar quando os outros não o fazem. Qual é o papel da coragem em nossa vitória da fé? Como defender nossas convicções sem sermos rudes?

 Compartilhem exemplos de fé de sua igreja ou comunidade que moldaram sua vida e seu caráter. Quais características devem ser seguidas?

 Reflita sobre a influência da mídia em nossa vida. Como evitar seus efeitos negativos e aproveitar seu potencial para promover causas positivas?

 Pense sobre a humildade de Josué como líder e seu desejo de viver próximo ao santuário. De que maneira o exemplo dele impacta você?

Kim Sun não conseguia acreditar que o homem havia batido a porta na sua cara.

O estudante sul-coreano de 19 anos estava indo de porta em porta convidar pessoas para reuniões evangelísticas nas Filipinas. Muitas pessoas responderam gentilmente quando ele e seus amigos bateram. Mas, naquela casa em particular, o homem de 25 anos reagiu rudemente aos visitantes. Ele não respondeu quando um deles perguntou se podia entrar para uma visita. Ele apenas bateu a porta.

Sun sentiu-se envergonhado e chateado. Os outros estudantes, no entanto, não se importaram. Sun não conseguia entender o porquê. Ele sugeriu que voltassem no dia seguinte. Era segunda-feira, e as reuniões evangelísticas aconteciam até o Sábado.

Na terça-feira, os estudantes bateram à porta novamente. O mesmo homem veio até a porta e imediatamente reconheceu os visitantes. Ele pareceu envergonhado e os convidou a entrar. "Sinto muito por ter fechado a porta ontem", disse ele.

Os estudantes falaram sobre o amor de Jesus e o convidaram para as reuniões. Eles se encontraram novamente com ele na quarta, quinta e sexta-feira. No Sábado, o homem decidiu entregar seu coração a Jesus no batismo.

"Eu amo Jesus Cristo", disse ele. "Quero viver uma nova vida."

Sun ficou impressionado. Enquanto assistia ao batismo, pensou: Este homem mudou tanto. Ele é uma pessoa completamente diferente em comparação com segunda-feira. É possível que alguém mude tanto?

Sun foi um missionário acidental. Ele não veio às Filipinas para buscar batismos. Ele estava vivendo sua própria vida na Coreia do Sul quando seus pais intervieram. Eles o enviaram para as Filipinas para aprender inglês e se tornar enfermeiro, e depois queriam que ele trabalhasse nos Estados Unidos.

Chegando à escola escolhida por seus pais, a Universidade Adventista das Filipinas, Sun ficou surpreso ao ver que seus colegas iam à igreja no Sábado. Ele pensava que todos os cristãos cultuavam no domingo. Mas ele era obrigado a ir à igreja, então frequentou uma igreja de língua coreana no campus. Jovens da igreja organizavam reuniões evangelísticas com o Movimento Missionário 1000, uma organização que faz parte da Divisão Sul-Asiática-Pacífico da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Sun não falava muito inglês e não conhecia muito a Bíblia. Mas ele se juntou aos estudantes indo de porta em porta para convidar pessoas para as reuniões. Ao procurar o homem que havia batido a porta, ele se tornou um missionário acidental.

Fornecido pelo Escritório da Conferência Geral da Missão Adventista, que usa as ofertas missionárias da Escola Sabatina para espalhar o evangelho em todo o mundo. Leia novas histórias diariamente em www.licao.org/historias.

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