A escolha contínua de Caim
quinta feira, 12 de Janeiro"Pela fé, Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que o de Caim, através do qual ele obteve testemunho de que era justo" (Heb. 11:4). Através da ausência de fogo descendo do céu, (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, 71) Deus mostrou que "Ele não respeitou Caim e sua oferta" (Gên. 4:5). Como podemos explicar essa discriminação agora em uma época de pluralismo e inclusão?
O sistema de ofertas implica mais do que simplesmente reconhecer a Deus como provedor e benfeitor. Também deve apontar para Deus como Redentor. Tanto Caim quanto Abel estavam bem familiarizados com esse sistema de adoração especificado por Deus, centrado na morte de um animal e na necessidade de sangue derramado - algo que não era pretendido ser bonito.
Aquele ritual, destinado a culpar o pecador e não a Deus, foi concebido para levar cada adorador a reconhecer sua pecaminosidade e a expressar fé na promessa de que a pena de morte pelo pecado cairia em alguém. Todos os privilégios e bênçãos para os pecadores merecedores de morte só eram possíveis por causa do plano de redenção. A graça de Deus seria revelada através de sua própria morte em favor do pecador meritoriamente.
Mas Caim se recusou a ver a oferta como uma vantagem para si mesmo. (E. G. White, 72.) Em vez disso, orgulhoso de seus próprios sentidos refinados, ele presumiu que aqueles sacrifícios sangrentos eram nojentos e repugnantes. Caim provavelmente escolheu interpretá-los como evidência da severidade e crueldade de Deus, além de sua interpretação da expulsão de Adão e Eva do jardim.
Achando que apenas as mentes inferiores precisavam seguir os menores detalhes dos requisitos de Deus, ele optou por uma forma mais limpa e conveniente de adorar. Ao fazer do seu jeito, ele perdeu de vista que a adoração deve ser oferecida, não de acordo com as preferências do adorador, mas de acordo com as prescrições daquele que é adorado.
A rejeição de Caim não foi arbitrária, já que Deus não é alguém que distingue as pessoas. Jesus vê, pesa, lembra, avalia e estima cada coração e cada oferta (Marcos 12:41; Atos 10:4), não por nenhum critério humano, mas de acordo com Sua lei. A forma como trazemos nossas ofertas (ou até mesmo a ausência de ofertas) é frequentemente um reflexo de nossos sentimentos em relação a Ele.
Mesmo depois que a oferta de Caim foi rejeitada, Deus não o deixou sozinho para perecer. Em vez disso, Caim foi assegurado por um anjo de que ainda poderia ser aceito se ele "fizesse bem" (Gênesis 4:7). Ele também foi alertado de que, devido à sua natureza pecaminosa, o pecado estava "agachado na porta", e sua vontade era controlar sua vida, levando-o ao fracasso. No entanto, Caim ainda teria a escolha de "dominar sobre ele" ou não.
Servimos a um Deus justo, que não é alguém que distingue as pessoas. Embora tenha morrido por todos, no final Deus respeitará a escolha de cada um de aceitá-lo ou rejeitá-lo! Aqueles que se recusarem a aceitar a morte de Jesus em seu nome precisarão pagar por seus pecados. Assim como Davi fez mais tarde, Caim poderia ter confessado seu pecado e sua rebelião, sendo completamente perdoado. Ele poderia então expressar sua confiança no perdão de Deus ao trazer uma oferta adequada, de acordo com a prescrição de Deus. No entanto, assim como Satanás, Saul e Judas, Caim escolheu manter seus pensamentos queridos de amargura e atitude altiva.
Até hoje, qualquer oferta que não expressa fé em Jesus como Salvador, Criador e Provedor se torna uma imitação moderna da oferta de Caim. Ela pode ser trazida para a igreja, ser elogiada por outros e produzir bons sentimentos no doador, mas não será aceita pelo Céu. Só a verdadeira adoração arrependida conectará o doador à Fonte de todas as coisas boas.