O PÃO DA VIDA
Terça, 11 de JulhoImagine por um momento que você está com os 5.000 na encosta onde Jesus está pregando em João 6. Seu estômago está roncando e você se pergunta se terá a energia necessária para voltar para casa. Então, Jesus milagrosamente pega o presente de um menino, que são cinco pães e dois peixes, e começa a distribuir o almoço. Depois de ter comido a comida - que, aliás, tem um sabor melhor do que qualquer coisa que você já comeu antes ou desde então - Jesus diz estas palavras poderosas: "Eu sou o pão da vida." Quem comer de mim viverá para sempre (João 6:35). Isso soa como canibalismo para a mente moderna, mas para uma mente judaica educada em Levítico, Jesus estava se identificando como o Messias há muito aguardado e prometido - aquele representado na oferta de cereais.
Embora essa oferta não exigisse um sacrifício de sangue e, portanto, não fosse destinada a fornecer expiação pelo pecado, Jesus ainda é lindamente retratado nessa prática sacrificatória. Em João 6:33, Jesus se descreve como "o pão de Deus". A oferta de cereais aponta claramente para Jesus, que nos sustenta com alimento tanto físico quanto espiritual. Quando Jesus se referiu a si mesmo como "o pão de Deus", ele estava novamente se identificando na oferta de cereais de Levítico 2.
Em Isaías 53:5, Jesus é descrito como tendo sido ferido e espancado por nós. Para produzir a "melhor farinha" necessária para a oferta de cereais, as espigas de cereal tinham que ser "esmagadas" e refinadas através de espancamento e debulha (Levítico 2:1, 14). Novamente, vemos que a oferta de cereais apontava claramente para Jesus e seu sofrimento pela humanidade.
Em 1 Coríntios 5:8, aprendemos que o fermento é um símbolo do pecado. Uma vez que Jesus era imaculado e perfeito em todos os sentidos, podemos entender por que a oferta de cereais deveria ser "sem fermento" (Levítico 2:4). Curiosamente, o vinho era frequentemente incluído nas ofertas de cereais (Números 15:10, 24), apontando para como Jesus serviu pão e vinho aos seus discípulos e comparou seu corpo e sangue ao pão e vinho na Última Ceia (1 Coríntios 11:24, 25). Agora, como mencionado anteriormente, a oferta de cereais não exigia nenhum sacrifício de sangue. No entanto, as ofertas acompanhadas, como a oferta queimada, exigiam sangue, e a oferta queimada, de pecado e de comunhão eram acompanhadas pela oferta de cereais (Levítico 9:4; Números 15:4; 28:3–6; 6:14, 15, 17). Combinando esse conhecimento com o fato de que o vinho, um símbolo do sangue de Cristo, estava incluído nessa oferta, vemos novamente Jesus e seu sacrifício na cruz representados pela oferta de cereais, além das ofertas acompanhadas.
Ainda existem outros elementos da oferta de cereais que apontam para Cristo, como o óleo, que representa o Espírito Santo, que era derramado sobre essa oferta (Zacarias 4:6). Além disso, o Espírito Santo é chamado de "Espírito de Cristo" (Romanos 8:9) e Mateus 1:20 declara que Cristo era "do Espírito Santo" mesmo antes de nascer. A frase "um aroma suave ao Senhor" é mais um indicador messiânico, encontrada 17 vezes no livro de Levítico. Essa mesma frase é usada para descrever Jesus em Efésios 5:2 e Filipenses 4:18. A única coisa que agradou a Deus na morte sacrificial dos animais inocentes foi o fato de que eles apontavam para seu filho inocente, Jesus, que viria como um "aroma suave" para salvar a humanidade culpada e perdida.