Discurso de Despedida

Sábado, 30 de Novembro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
João 14, João 15, João 16, João 17.
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: João 14, João 15, João 16, João 17.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 07 de Dezembro.

Domingo, 1 de Dezembro

Sozinho com Seus discípulos, Jesus falou diretamente sobre as necessidades atuais e futuras deles. Em João 14-17, Ele tinha como objetivo prepará-los para os testes que enfrentariam. Ele estava prestes a partir e eles precisavam de consolo e encorajamento. Os discípulos iriam se deparar com inimigos internos e externos, e Jesus desejava capacite-los para essas lutas. Acima de tudo, os discípulos precisavam saber como amar uns aos outros e aos seus inimigos. Intercalados com esses refrães vem a garantia das próprias orações de Jesus em favor deles. Jesus entrelaçou esses temas no tecido de Seu discurso de despedida.

Desde as primeiras palavras, Jesus transmitiu um profundo senso de conforto. Quando Ele disse aos discípulos: “Não se turbe o vosso coração” (João 14:1), isto é: ‘’Que o coração de vocês não fique angustiado’’. E indicou qual seria a fonte de conforto dos discípulos quando Ele tivesse partido: O Consolador, o Espírito da verdade (João 14:16–18, 25–28; João 15:26; João 16:12–15). Note que o Ajudador é apresentado logo após o comando repetido de Jesus para que se amassem uns aos outros. A promessa do Ajudador permeia todo esse discurso. Ele traria sabedoria, entendimento, paz e amor aos discípulos. O Ajudador nos convencerá do pecado e nos guiará a toda a verdade (João 16:8, 13).

O Consolador foi enviado com uma missão especial depois que Cristo regressou ao Céu (João 16:7), Essa obra do Espírito Santo é resultado da morte de Cristo. A palavra grega que traduzimos como ‘’Consolador’’, paraklêtos, possui um significado bastante rico e profundo. Por isso, é traduzida de maneiras variadas em diferentes versões bíblicas – cada uma destacando determinado aspecto do sentido. Os principais exemplos incluem: ‘’Auxiliador’’, ‘’Advogado/Defensor’’; ‘’Conselheiro’’; ‘’Encorajador’’ e ‘’Consolador’’.

Segunda, 2 de Dezembro

A palavra *para-klētos* pode ser traduzida de várias maneiras. Para ajudar a decifrar como entender essa palavra, podemos explorar os diferentes contextos em que é usada. A versão King James traduz a palavra como “Consolador.” Outras versões da Bíblia usam as palavras Advogado, Ajudador, Conselheiro ou Intercessor. A palavra ‘’paraklētos’’ é aplicada a Jesus em 1 João 2:1, onde Cristo é apresentado como o Advogado dos pecadores junto ao Pai.

Os atributos do Espírito também são atribuídos a Jesus. Cristo foi dito como aquele que habita nos discípulos (João 14:20; 15:4, 5). Ele era seu mestre (João 13:13), dava testemunho do Pai (14:9–11) e se descreveu como a verdade (14:6). O Espírito possui os mesmos atributos (João 14:17, 26; 15:26; 16:13, 14). É significativo que o Espírito tanto identificou Jesus como o Messias quanto permaneceu com Ele (João 1:32, 33). Jesus enviou o Espírito para estar com Seus discípulos (João 15:26; 16:7). Assim como o mundo rejeitou Cristo, também rejeitará o trabalho do Espírito (3:32–34; 6:66; 8:59; 14:17). Jesus nunca abandonará Seus discípulos (João 14:18). Como Ele não pode estar conosco fisicamente, enviou o Espírito em Seu lugar.

A obra do Espírito Santo possui inúmeras facetas. Por isso, explorar as traduções da palavra grega para-klētos nos dá novos vislumbres sobre o Espírito. Apesar de sua longa história, o termo “Consolador” ignora algumas conotações da palavra grega original. É importante lembrar o contexto legal da palavra também é assim que chegamos a “Advogado.” Algo como “Amigo” abrange muito do significado paraklētos.

O evangelho de João apresenta um ótimo resumo de Sua obra. O Espírito nos guia em nossa adoração a Deus “em espírito e em verdade” (João 4:23, 24). Ele não cria novas informações, mas nos dá novas percepções e nos orienta na compreensão e aplicação dos ensinamentos de Jesus (João 14:26; 15:15). Esse trabalho torna nosso testemunho para o mundo verdadeiro. O Espírito atuando em e através dos discípulos de Jesus refresca aqueles ao seu redor (João 7:37–39).

Terça, 3 de Dezembro

Após lembrar aos discípulos que “o príncipe deste mundo está chegando,” Jesus os convidou para um passeio fora da cidade (João 14:30, 31). Sabemos que provavelmente havia lua cheia, pois a Páscoa era tradicionalmente celebrada nesse período. Enquanto passavam por uma vinha, Jesus usou uma nova metáfora para descrever Sua relação com Seus seguidores.

Ao usar a videira como representação de Si mesmo, Ele ilustrou como Seus seguidores (os ramos) dependem completamente de permanecer constantemente conectados a Ele. Sem a vida da videira, os ramos se tornam estéreis e sem vida. O amor do Pai é retratado no cuidado terno do viticultor que cuida de Sua vinha, podando cuidadosamente cada ramo e removendo os que estão mortos.

Essa imagem era familiar para os discípulos. No Antigo Testamento, o povo de Deus, a nação de Israel, era simbolizado como uma vinha (Isaías 5:1–7; Ezequiel 19:10–14). Jesus usou a metáfora de uma maneira um pouco nova: para não apenas mostrar a relação entre Deus e Seu povo, mas também revelar o papel especial de Jesus.

O Pai poda a videira, removendo os ramos infrutíferos e nutrindo os frutíferos. No entanto, Jesus também está envolvido nesse processo. Sua Palavra também serve para podar (limpar) os ramos.

Por meio da parábola da videira, Jesus convidou os discípulos (incluindo nós) a permanecer Nele. A proximidade com Cristo tem sido um tema desde a abertura deste Evangelho (João 1:38, 39). Conectar-se, permanecer e viver em Cristo é fundamental para o sucesso espiritual (15:4–7, 9, 10, 16). Essa imagem destaca nossa dependência constante do trabalho de Deus e de Cristo em nós.

Os ramos não são chamados a se podar, mas a se submeter a esse processo. Isso é realizado ao permanecer em Cristo, dependendo Dele e vivendo em um relacionamento amoroso com Ele. O resultado de tal descanso em Cristo é uma vida cheia de frutos (15:8).

Quarta, 4 de Dezembro

► Identifique várias áreas específicas em sua vida onde você pode aplicar a instrução de Jesus para parar de se preocupar. Como você pode começar a superar suas preocupações e entregá-las a Cristo?

► O que você pode fazer para promover uma conscientização de nossa necessidade de experimentar um grau maior da obra do Espírito Santo? O que você e sua igreja podem fazer para concretizar essa experiência?

► Medite nas palavras de Jesus descrevendo a videira e os ramos (João 15:1–12). Pense em como isso se aplica a você especificamente. Compartilhe suas percepções.

► O que significa permanecer em Cristo na vida cotidiana? O que significa para Cristo permanecer em você?

► Identifique e compartilhe algumas áreas nas quais você foi convencido de que a influência do mundo é muito forte em sua vida. Faça um brainstorming e discuta maneiras de começar a minimizar essa influência.

► Em Sua oração, Jesus separou os discípulos para uma vida santa, dedicada a Deus. Como seria essa vida para você?

► Reflita sobre a discussão de Jesus sobre o mundo e os discípulos. Como você pode cultivar uma atitude amorosa, mas separada, em relação ao mundo?

Quinta, 5 de Dezembro

De todas as orações registradas de Jesus nos Evangelhos, a do capítulo 17 é a mais longa. Nos últimos momentos antes de Sua prisão, Jesus dirigiu-se diretamente ao Pai na presença dos discípulos. Ele entregou Sua igreja nas mãos do Pai (João 17:9–11; veja também 10:27–29). Assim como Ele foi enviado ao mundo como o presente de Deus, Jesus aqui enviou Seus discípulos (João 17:18). O amor terno que une o Pai e o Filho é o mesmo nível de amor que Jesus orou para que unisse todos os Seus discípulos, tanto aqueles que estavam no Jardim com Ele quanto todos aqueles que viriam a seguir depois (João 20).

O profundo amor e cuidado de Jesus por Seus discípulos foram expressos em Sua oração sincera por sua orientação e proteção neste mundo (João 17:6–13). Jesus chamou Seus discípulos para fora do mundo, pois eles não pertencem a ele (versículos 14, 16). Através da vitória de Cristo, o mundo não deve mais influenciar Seus seguidores (versículos 21, 23). Ele orou por Seus discípulos porque sabia que o mundo os odiaria (João 17:14; veja também 15:18). Ele pediu que todos os Seus discípulos fossem guardados do maligno, independentemente de quando vivessem (João 17:15).

Jesus orou não apenas pela proteção deles, mas também pela total santificação deles. Aqui, santificação significa ser separado para o trabalho de testemunhar. Assim como o Pai enviou o Filho, o Filho enviou os discípulos (João 17:18; veja também João 14:12; 15:16; 20:21). Sendo assim, os seguidores de Cristo devem refletir a santidade de Deus em suas vidas. Essa santificação envolve uma transformação de caráter que só pode ser alcançada ao abraçar e seguir a Verdade. O resultado da santificação é a unidade entre os seguidores de Cristo.

A intercessão de Jesus alcançou um pico ao descrever a relação harmoniosa que deve existir entre os crentes. Jesus apelou aos crentes para que tivessem a mesma unidade entre si que existe entre o Pai e o Filho.

Sexta, 6 de Dezembro

“Em vez de escolher a graciosa palmeira, o alto cedro ou o forte carvalho, Jesus escolhe a videira com seus tendões que se agarram para representar a Si mesmo. A palmeira, o cedro e o carvalho ficam sozinhos. Eles não precisam de apoio. Mas a videira se entrelaça ao treliçado e, assim, sobe em direção ao céu. Portanto, Cristo em Sua humanidade dependia do poder divino. ‘De Mim mesmo nada posso fazer,’ Ele declarou” (Ellen G. White, ‘’O Desejado de Todas as Nações’’, p. 543).

“A conexão do ramo com a videira, Ele disse, representa a relação que você deve manter comigo. O enxerto é incorporado à videira viva, e fibra por fibra, veia por veia, cresce no tronco da videira. A vida da videira se torna a vida do ramo. Assim, a alma morta em delitos e pecados recebe vida através da conexão com Cristo. Pela fé Nele como Salvador pessoal, a união é formada. O pecador une sua fraqueza à força de Cristo, seu vazio à plenitude de Cristo, sua fragilidade ao poder duradouro de Cristo. Então ele tem a mente de Cristo. A humanidade de Cristo tocou a nossa humanidade, e a nossa humanidade tocou a divindade. Assim, pela atuação do Espírito Santo, o homem se torna participante da natureza divina. Ele é aceito no Amado”.

“Sua primeira ordem, quando estava sozinho com eles na sala superior, foi: ‘Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros’ (João 13:34). Para os discípulos, este mandamento era novo; pois eles não tinham amado uns aos outros como Cristo os amou. Ele viu que novas ideias e impulsos deveriam controlá-los; que novos princípios deveriam ser praticados por eles; através de Sua vida e morte, eles deveriam receber uma nova concepção de amor. O mandamento de amar uns aos outros tinha um novo significado à luz de Seu sacrifício pessoal. Toda a obra da graça é um serviço contínuo de amor, de esforço abnegado e com sacrifício”.

“Agora se cumpre a oração do Salvador por Seus discípulos: ‘A minha vontade é que onde Eu estou, estejam também Comigo os que Me deste’ (João 17:24) [...] Oh, as maravilhas do amor redentor! a alegria daquela hora em que o Pai infinito, olhando para os resgatados, verá Sua imagem, a discórdia do pecado banida, sua destruição removida, e o humano mais uma vez em harmonia com o divino!” (Ellen G. White, ‘’O Grande Conflito’’ p. 535, 536).