O Início do Ministério

Sábado, 5 de Outubro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
João 2
Leia para o estudo desta semana: João 2.

Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: João 2.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 12 de Outubro.

Domingo, 6 de Outubro

Após reunir Seus primeiros discípulos (João 1:35–51), Jesus começou Seu ministério público. João dedicou três capítulos às ações de Jesus e seus resultados nessa fase inicial do ministério (caps. 2–4). Nas próximas semanas, vamos aprofundar nossa apreciação pelo trabalho inicial de Jesus. João não falou sobre as tentações de Jesus no deserto, como registrado nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), mas enfatizou o conflito que Jesus enfrentou, usando cenas que mostram luz contra escuridão. Em Seu ministério, Jesus ilumina corações sombrios, com o objetivo de transformá-los de incredulidade em fé.

Nesta lição, seguimos Jesus enquanto Ele avança em Seu ministério mais amplo. João incluiu dois incidentes que são únicos em seu relato: um casamento e a primeira purificação do templo. O primeiro aconteceu em Caná, uma pequena vila da Galileia. Essa era a região natal de Jesus, e Ele seria bem conhecido lá. O segundo ocorreu em Jerusalém. Enquanto lemos, é útil manter em mente a geografia maior, entendendo que Jesus caminhava longas distâncias com frequência.

O que pode nos surpreender é a forma como Jesus começou Seu ministério. Comparado aos outros evangelhos, João registrou relativamente poucos milagres de Jesus. Este capítulo narra o primeiro milagre de Jesus (João 2:1–11), que não é encontrado em nenhum outro evangelho. Aconteceu em um cenário bastante comum: um casamento.

Durante essa cena familiar, Jesus realizou Seu primeiro milagre, ou sinal. Alguns acham que esse milagre é forçado, trivial e desnecessário. No entanto, através de um estudo mais atento, vemos que esse milagre está ligado a temas maiores em João. Especificamente, a luz brilha nas trevas (João 1:5), e a graça abundante é dada a cada um de nós.

Segunda, 7 de Outubro

Vários estudiosos afirmam que este relato é histórico. Eles sugerem que o vinho realmente acabou, mas que uma piada foi feita sobre a água ser o “melhor vinho”. Outros veem uma reflexão de Dionísio, o Deus grego do vinho. Essa perspectiva estreita perde o propósito de João ao contar o milagre e a intenção de Jesus ao realizá-lo. O fluxo natural e a simplicidade do relato apontam para sua historicidade.

É difícil imaginar como uma piada poderia ser a base da fé dos discípulos (João 2:11). Essa ideia também não se encaixa na narrativa de João, que se concentra em vários sinais que Jesus realizou. João conclui esse milagre nos dizendo que ele revelou a glória de Jesus.

A história se divide naturalmente em quatro partes distintas: primeiro, o cenário; depois, a necessidade; o milagre; e a resposta. Leia a passagem novamente e reflita sobre cada seção. O fato de o vinho ter acabado teria causado um desconforto, mas não era uma necessidade genuína. O vinho extra apenas proporcionaria mais prazer aos convidados e tiraria a vergonha do anfitrião. Quais, então, foram as motivações de Jesus para Suas ações?

Ao considerarmos essa pergunta, note como o milagre acontece. Lemos sobre a preparação para ele e vemos seus resultados. Os servos encheram as jarras com água, mas tiraram vinho (não fermentado) delas. No entanto, ninguém realmente vê o milagre. As pessoas veem seu impacto, mas não conseguem entender como aconteceu. Deus frequentemente realiza milagres de formas que não conseguimos perceber diretamente, mas vemos seus resultados.

A resposta de Jesus ao pedido de Sua mãe é notável. Naquela cultura, chamá-la de “mulher” não era considerado ofensivo (veja Mateus 15:28; Lucas 22:57; João 4:21; 19:26). A forma grega indica respeito ou afeição. Porém, esse termo não é normalmente usado para se referir à mãe. Isso indica o início de um novo relacionamento. Jesus também demonstra que não agirá apenas para atender pedidos humanos, mas somente quando Sua “hora... chegou” (v. 4), ou seja, quando o tempo estiver certo.

João usou “hora” de três maneiras diferentes. Às vezes, refere-se simplesmente a um momento do dia (4:6). Outras vezes, designa a chegada do reino de Deus no fim do mundo (João 5:25, 28). O terceiro uso nos chama a atenção para a crucificação, morte e ressurreição de Cristo (João 7:30; 8:20; 12:23–33; 13:1). No início de Seu ministério, Jesus olhava para a conclusão dele. O primeiro milagre aponta para o maior ato de auto-sacrifício que a criação conhecerá.

Esse prenúncio é refletido na afirmação de João de que Jesus manifestou Sua glória no casamento (João 2:11). A glória é um tema importante neste livro (João 1:14; 12:27, 28; 17:1–4). De que maneira a morte de Jesus pode ser considerada gloriosa?

Terça, 8 de Outubro

Ao se referir às obras milagrosas de Jesus como “sinais”, João indicou que esses atos são mais do que eventos impressionantes. Eles têm um propósito; são destinados a fortalecer a crença em Cristo (João 2:11, 23). Às vezes, pensamos: “Se eu pudesse ver apenas um desses sinais, eu seria firme na minha fé.” No entanto, João mostrou que isso nem sempre é verdade.

João 2:13–25 descreve a primeira purificação do templo por Jesus. O versículo 12 nos diz que Jesus viajou por um tempo após o casamento, e o versículo 13 nos conta que Ele foi a Jerusalém para a Páscoa. Os outros escritores dos Evangelhos descreveram uma Páscoa durante os anos de ministério de Jesus, mas João retratou pelo menos três. Os autores sinóticos descreveram uma purificação do templo no final do ministério de Jesus. Em contraste, João narrou uma purificação no início. Como este relato é único de João e contém diferenças significativas na redação e nas ações, entendemos que Cristo purificou o templo duas vezes. A primeira purificação anunciou o início de Seu ministério e a segunda trouxe Seu ministério a um fechamento.

Devido às longas distâncias percorridas durante a Páscoa, a maioria dos peregrinos não conseguia trazer seus próprios animais para sacrifício. Eles precisavam comprá-los em Jerusalém. Um mercado para esse propósito foi estabelecido no pátio externo do templo. Além disso, as taxas do templo só podiam ser pagas com a moeda do templo, o que deu origem ao trabalho dos cambistas. Duas consequências seguiram as ações de Jesus: Primeiro, Sua exigência para mover o mercado dificultou as preparações de Páscoa para os peregrinos. Segundo, Ele facilitou o acesso dos arrependidos à experiência espiritual que os aguardava naquele ambiente sagrado.

Jesus recebeu respostas mistas a Suas ações. Os líderes religiosos pediram um sinal, o que pode ser visto como uma exigência razoável. Deuteronômio 13:1–5 e 18:20–22 enfatizam a importância de um verdadeiro profeta fazer previsões precisas como um sinal inegociável de que Deus o chamou. Os judeus estavam ansiosos por um milagre impressionante, mas, em vez disso, Jesus fez uma afirmação que só poderia ser testada no futuro (João 2:19).

Os discípulos mais tarde se lembraram e entenderam esse evento à luz da morte e ressurreição de Jesus. Eles não testemunharam o sinal imediatamente, mas sua fé foi fortalecida quando se cumpriu. Muitos creram em Jesus ao verem Seus sinais (João 2:23), mas a maioria se afastou (João 6:60–62, 66). Um dos principais motivos de João ao escrever o Evangelho foi levar seus leitores, incluindo nós, a acreditar que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus (João 20:30, 31).

Quarta, 9 de Outubro

► Coloque-se na cena de Caná e imagine ouvir o que aconteceu dos servos. Como você responderia?

► O que você acha de Jesus iniciar Seu ministério com o milagre de Caná? Dá-lhe alguma ideia do interesse de Deus na nossa felicidade?

► Por que os cambistas e vendedores de animais no templo fugiram de um galileu solitário?

► Como conciliamos a nossa visão de um Jesus manso e brando com Aquele que fez um chicote de cordas para expulsar os cambistas do templo?

► Por que Jesus escolheu responder ao seu público em termos um tanto enigmáticos? (João 2:18–22.)

► Como as palavras de Jesus em João 2:19–21 estão relacionadas à descrição de Paulo do novo templo? (Efésios 2:17–22.)

Quinta, 10 de Outubro

As histórias de transformar água em vinho e de purificar o templo ensinam várias lições que impactam nossas vidas hoje. Ambas as narrativas contêm uma sutil ironia e mal-entendidos. No casamento em Caná, algo nas palavras ou na linguagem corporal de Jesus deve ter dado pistas aos ouvintes sobre Suas verdadeiras intenções—o que normalmente seria interpretado como um “não” (João 2:4) foi entendido como um “sim” (João 2:5).

O mestre de cerimônias não sabia de onde veio o vinho extra. Jesus não transformou água em vinho para exibição externa. (Ainda assim, os servos devem ter ficado maravilhados.) O mestre de cerimônias expressou sua consternação sobre essa transgressão de etiqueta com o anfitrião (João 2:10). Podemos imaginar o anfitrião surpreso também. De nossa perspectiva, tendo lido a passagem, sabemos que mais do que apenas uma violação de etiqueta ocorreu.

Sabemos a verdadeira fonte do vinho, enquanto os envolvidos não sabiam. Também reconhecemos que, de certa forma, Jesus agiu como o anfitrião do casamento. Ele forneceu tudo o que era necessário e muito mais. Da mesma forma, a graça que Ele oferece ao mundo é mais do que suficiente para atender todas as nossas necessidades (Romanos. 5:20, 21; Hebreus. 4:16).

Logo após Jesus purificar o templo, Suas palavras foram erroneamente aplicadas ao edifício do templo (João 2:18–21). Aqueles que conversavam com Ele focaram na construção do templo, formando a base de sua crítica a Jesus. Eles entenderam mal as palavras de Jesus e não perceberam que Ele se referia ao Seu corpo como o templo. (João frequentemente dava aos seus leitores percepções que as pessoas do Evangelho não tinham.) A resposta de Jesus mencionou a demanda por sinais.

Ele prenunciou que o maior sinal seria Sua morte, sepultamento e ressurreição. No entanto, outra lição mais pessoal está em ação aqui. No versículo 22, a partir de sua perspectiva após a ressurreição, João explicou o significado mais profundo dessa troca. Sua experiência era muito semelhante à nossa ao ler o Evangelho no século XXI.

Todos nós podemos refletir sobre a vida de Cristo após Sua ressurreição. Simplesmente contar a narrativa da vida de Cristo não era suficiente para João. Ele estava predominantemente preocupado em como os eventos passados se tornam vivos na vida do crente. Ao lembrarmos e recontarmos a história de Cristo, nos engajamos com a Palavra feita carne, a revelação de Deus na humanidade.

Sexta, 11 de Outubro

“As palavras, ‘Minha hora ainda não chegou,’ apontam para o fato de que cada ato da vida de Cristo na terra estava em cumprimento do plano que existia desde os dias da eternidade. Antes de Ele vir à terra, o plano estava diante Dele, perfeito em todos os seus detalhes” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações p. 108).

“Assim como os homens apresentam primeiro o melhor vinho e, depois, o pior, o mundo faz o mesmo com seus presentes. O que ele oferece pode agradar aos olhos e fascinar os sentidos, mas se revela insatisfatório... O que começa com canções e alegria termina em cansaço e desgosto. Mas os presentes de Jesus são sempre frescos e novos. O banquete que Ele oferece à alma nunca deixa de dar satisfação e alegria. Cada novo presente aumenta a capacidade do receptor de apreciar e desfrutar das bênçãos do Senhor. Ele dá graça sobre graça... Se você permanece Nele, o fato de receber hoje uma grande dádiva garante que amanhã receberá outra, ainda mais preciosa”.

“O vinho que Cristo providenciou para o banquete, e aquele que Ele deu aos discípulos como símbolo de Seu próprio sangue, era o puro suco da uva. A isso o profeta Isaías se refere quando fala do novo vinho ‘no cacho’ e diz: ‘Não o destruas; porque há uma bênção nele.’ Isaías 65:8”.

“Jesus reprova a autocomplacência em todas as suas formas, mas Sua natureza era social. Ele aceitou a hospitalidade de todas as classes, visitando as casas dos ricos e dos pobres, dos eruditos e dos ignorantes... Ele não deu licença à dissipação... ainda assim, encontrou prazer em cenas de felicidade inocente e, por Sua presença, sancionou o encontro social. Um casamento judaico era uma ocasião impressionante, e sua alegria não descontentava o Filho do homem”.

“Na purificação do templo, Jesus estava anunciando Sua missão como o Messias e iniciando Seu trabalho. Aquele templo, erguido para a morada da Presença divina, foi projetado para ser uma lição objetiva para Israel e para o mundo. Desde a eternidade, era propósito de Deus que cada ser criado, desde os brilhantes e santos serafins até o homem, fosse um templo para a habitação do Criador. Por causa do pecado, a humanidade deixou de ser um templo para Deus. Escurecido e maculado pelo mal, o coração do homem não revelava mais a glória do Divino. Mas pela encarnação do Filho de Deus, o propósito do Céu se cumpre. Deus habita na humanidade, e através da graça salvadora, o coração do homem torna-se novamente Seu templo”.

“Na morte do Salvador, as forças das trevas pareciam prevalecer, e elas se regozijavam em sua vitória. Mas do sepulcro rompido de José, Jesus saiu como um conquistador. ‘Despojando os principados e potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando sobre eles.’ Colossenses 2:15. Em virtude de Sua morte e ressurreição, Ele se tornou o ministro do ‘verdadeiro tabernáculo, que o Senhor erigiu, e não o homem.’ Hebreus 8:2”.