Entrevista Secreta

Sábado, 12 de Outubro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
João 3.
Leia para o estudo desta semana: João 3.

Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: João 3.

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 19 de Outubro.

Domingo, 13 de Outubro

Nesta lição, continuamos explorando o ministério inicial de Jesus. A narração de João sobre a vida de Cristo acrescenta profundidade à nossa compreensão. João registrou eventos do começo do ministério de Jesus que são novos para quem lê os outros três Evangelhos. Essas histórias nos dão contexto e insights sobre a vida de Jesus. João revelou Jesus como “o Filho de Deus” (João 20:31) ao descrever os sinais que Ele realizou e os diálogos em que estava envolvido. A conversa com Nicodemos (João 3:1–21) e a discussão dos discípulos com João Batista aparecem apenas neste Evangelho.

Ao lermos sobre a interação pessoal de Jesus com Nicodemos, lembre-se de que as divisões de capítulos foram adicionadas ao texto muito tempo depois de sua composição. A história desse encontro noturno segue diretamente as declarações de que Jesus sabia o que estava nos corações das pessoas (João 2:22–25).

A conversa com Nicodemos explica a ideia de que Jesus não se entregava aos homens porque sabia como eles eram. João fez essa conexão ao dizer que Jesus “sabia o que havia no homem” e então descreveu Nicodemos como um “homem dos fariseus” (João 3:1). Essa expressão é incomum, sugerindo que João a escolheu especificamente para conectar essas passagens.

Lemos que Nicodemos veio a Jesus à noite (João 3:2). João usou a luz para descrever a presença de Deus (João 1:4–5); escuridão e noite para descrever a ausência de Deus (João 3:19–21; 8:12; 13:30). Nicodemos representa aqueles que estão na escuridão, mas estão abertos à luz. Naturalmente, vir à noite também ofereceria um disfarce para não ser visto pelas multidões ou por outros fariseus.



Isso proporcionaria uma oportunidade para uma conversa longa e ininterrupta. Aqui, João acrescentou vários significados, como costumava fazer em seu Evangelho.

A experiência de Nicodemos enfatiza que não podemos simplesmente categorizar as pessoas como a favor ou contra Jesus. Alguns declaram sua lealdade a Cristo, mas acabam o rejeitando (João 6:60). Outros parecem ambivalentes, mas acabam se tornando seus seguidores (João 19:39, 40), mesmo nas situações mais extremas.

Segunda, 14 de Outubro

Antes de relatar a história, João apresenta um pequeno currículo de Nicodemos. Ele era um fariseu e um “governante dos judeus” (João 3:1). Mais tarde, Jesus o chamou de “o mestre de Israel”. Em outras palavras, como um professor de destaque, ele veio a Jesus para conversar de professor para professor. No entanto, Jesus não estava inclinado a discutir amenidades. Ele foi direto ao ponto central: a necessidade de nascer de novo.

O ponto central da resposta de Jesus é que, para entrar ou até mesmo ver o reino de Deus, é necessário “nascer de novo” (João 3:3). Outras versões traduzem isso como “nascer do alto”, já que a palavra anōthen usada aqui significa de cima, de novo ou anew. Qual significado Nicodemos entendeu? Qual era a intenção de Jesus? Hoje, a expressão “nascer de novo” é comumente usada como um termo para conversão do coração. Jesus a usou como uma metáfora que tenta retratar uma experiência além do que as palavras podem descrever.

Enquanto Jesus explicava que precisamos passar por um nascimento diferente – nascer de novo e do alto. Com isso, Ele conectou isso ao trabalho celestial do Espírito (João 1:12, 13). Jesus não estava apontando para uma nova vida futura na eternidade; essa nova vida começa agora (João 3:15, 16). Jesus ofereceu a Nicodemos uma experiência semelhante à Sua—uma em que Deus estaria presente na vida de Nicodemos a partir daquele momento. João estendeu as palavras de Jesus a todos os leitores de seu Evangelho.

Jesus usou a expressão “Em verdade, em verdade vos digo” três vezes (João 3:3, 5, 11). A última instância marcou uma mudança na conversa, onde Jesus de repente começou a falar no plural (“vós” em João 3:11 é um pronome plural de segunda pessoa). Claramente, essa conversa foi registrada para o benefício de um público mais amplo além de Nicodemos. Jesus também não identificou o “nós” ao mudar para a primeira pessoa do plural. A natureza não identificada de ambos os grupos (“nós” e “vós”) convida a um estudo mais profundo. O “nós” inclui João Batista e os profetas do Antigo Testamento que testemunharam sobre Cristo? Ou se refere a crentes posteriores que recebem e compartilham esse testemunho?

De fato, na morte de Jesus, a “luz daquela entrevista secreta iluminou a cruz no Calvário, e Nicodemos viu em Jesus o Redentor do mundo” (Ellen G. White, O Desejo de Todas as Nações, p. 132). Somente quando contemplamos a crucifixão podemos compreender as palavras de Jesus sobre a nova vida. Quando Cristo entregou a própria vida (João 10:18) tornou possível que experimentássemos a vida eterna.

Terça, 15 de Outubro

João 3:14–21 conclui a conversa de Jesus com Nicodemos. Apesar das letras vermelhas nas Bíblias de hoje, não está claro onde termina o discurso de Jesus. Escritos antigos não continham nada semelhante a aspas. Muitos acreditam que as palavras de Jesus terminam no versículo 15 e que os versículos 16–21 são as meditações do apóstolo João sobre o tema. Outros veem esses versículos como uma continuação do discurso de Jesus. De qualquer forma, os versículos 16–21 são ricos em significado.

Os versículos 14¬–16 discutem um tema importante: como a vida eterna chega ao crente. Jesus disse que a vida eterna resulta de Ele ser levantado, uma referência à Sua crucificação (João 8:28; 12:32, 33). Portanto, a salvação é tornada possível pela morte de Cristo. Deus deu o presente supremo—Seu próprio Filho—por causa de Seu amor infinito por todo o mundo. O amor de Deus abrange a todos, em todos os lugares. Nenhum grupo espiritual ou nacional tem prioridade. Uma visão completa do amor imparcial de Deus transforma a maneira como vemos os outros, que são tão amados por Deus quanto nós.

O conceito de Deus dando Seu Filho levanta uma ambiguidade. Essas palavras descrevem a encarnação ou a crucificação? Como é comum em João, ambas as visões são prováveis. A popularidade de João 3:16 não deve diminuir sua importância. Este versículo apresenta uma das expressões mais claras do amor de Deus por um mundo rebelde. A morte de Jesus revela que a salvação não é concedida relutantemente por um Deus que não quer; é uma manifestação do profundo amor que reside em Seu coração.

Os versículos 17–21 exploram a importância da nossa resposta ao presente de Deus, que é Jesus. O objetivo de Jesus vir à terra como Deus encarnado era a vida eterna, não a condenação. Essa realidade confronta cada um de nós diariamente, nos chamando a tomar a decisão de crer. Se rejeitarmos Cristo, não receberemos a vida eterna. Para João, isso equivale a já estar julgado ou condenado.

Ao abraçar Cristo, recebemos luz e vida eterna. Ao rejeitá-Lo, permanecemos presos na escuridão (João 1:4, 5, 9). Ao aceitar ou rejeitar a luz, revelamos nossa resposta ao presente de Deus, que é Seu Filho. Assim, o julgamento resulta de nossas escolhas (João 8:12; 9:5; 12:46). O mundo se julga pela sua resposta ao presente do amor de Deus. Com uma leitura superficial, o Evangelho pode parecer muito julgador. No entanto, é essencial lembrar o significado de João: nós nos julgamos. Deus sempre deseja que recebamos a vida eterna.

O que começou como uma conversa entre Cristo e Nicodemos terminou com uma profunda discussão sobre a salvação.

Quarta, 16 de Outubro

► A primeira resposta de Jesus a Nicodemos (João 3:3) parece abrupta e desconectada da introdução de Nicodemos. Por que você acha que Jesus começou dessa forma?

► Já que obviamente não podemos reentrar no ventre materno, o que você acha que causou a má interpretação de Nicodemos sobre as palavras de Jesus? (João 3:4).

► Como os seguintes versículos poderiam ter ajudado Nicodemos a entender o chamado de Jesus para um novo nascimento? (Isaías 64:8; Salmos 51:10; Ezequiel 36:26, 27).

► Assim como Nicodemos, como podemos lidar melhor com nossa própria necessidade espiritual de um renascimento?

► Leia João 3:16 em versões que você não conhece. Novas percepções aparecem para você?

► Além do que João 3:19 menciona, você consegue pensar em outras razões pelas quais as pessoas valorizam a escuridão?

Quinta, 17 de Outubro

O restante do capítulo discute o testemunho de João Batista. O conflito que o Batista enfrentou foi parte da motivação de Jesus para viajar através da Samaria até a Galileia (João 4:4–6). O capítulo 3 termina com o último testemunho de João Batista. O Evangelho de João menciona pouco a prisão do Batista (João 3:24; Mateus 14:1–12; Marcos 6:14–29; Lucas 3:19, 20), provavelmente porque o propósito principal do livro é dar ao leitor uma compreensão de Jesus e Seu trabalho. João Batista foi enviado para testemunhar sobre Cristo (João 1:6–8; 3:19–36).

Usando a metáfora de um casamento (João 3:29, 30), o Batista mostrou que seu ministério era de preparação. Naqueles dias, o “amigo do noivo” tinha muitas responsabilidades importantes, incluindo a preparação dos convidados, arranjos do casamento e levar a noiva até o noivo. O foco do amigo era exclusivamente na felicidade do noivo.

João Batista via seu trabalho como algo semelhante—ele estava se preparando para o Noivo (Isaías. 61:1–10; Jer. 2:2; Oséias 1, 2). À medida que o ministério de Jesus crescia, o de João diminuía (João 3:30). Este discurso marca a última vez que o Batista é mencionado no quarto Evangelho.

As palavras de João Batista ecoam a conversa de Jesus com Nicodemos. Mais uma vez, vemos que Jesus “vem do alto” (João 3:31). O Batista entendeu que Jesus falava a partir do que tinha visto (João 3:32;). Ele reiterou a ideia de que, ao receber Cristo, alguém passa da morte para a vida. Resistir a Jesus é escolher a morte (João 3:36; 17–21). O testemunho de João confirma o que o leitor já aprendeu sobre quem é Jesus, de onde Ele veio e qual é Seu propósito.

João Batista foi motivado pelo seu chamado para preparar o caminho para o Noivo. Seu testemunho convenceu inúmeras pessoas e deu muitos e dá frutos. O verbo de João 3:26 que a versão Nova Almeida Atualizada traduz como ‘’deu testemunho’’ está na forma perfeita, indicando um testemunho contínuo. Por isso, ele significa mais exatamente ‘’tens dado testemunho’’ (Almeida Século 21). A vida de João Batista nos desafia a considerar a influência contínua de nossa vida e palavras.

João 3:3–21 e 31–36 revelam um aspecto importante da salvação que muitas vezes é ignorado. Deus nos deu tudo no presente de Seu Filho, e Ele deseja que todos sejam salvos. Através do sacrifício de Cristo, todos podem ser salvos.

Sexta, 18 de Outubro

“Olhando para a cruz do Calvário, você terá o desejo de carregar a cruz. O Redentor do mundo foi pendurado na cruz do Calvário. Eis o Salvador do mundo, em quem habitou corporalmente toda a plenitude da Divindade. Alguém pode olhar e contemplar o sacrifício do querido Filho de Deus, e seus corações não serem derretidos e quebrantados, prontos para se renderem a Deus de coração e alma?” (Ellen G. White, Fé e Obras, 1979, p. 16).

“O que é fé?... É um assentimento do entendimento às palavras de Deus que liga o coração à consagração voluntária e ao serviço a Deus, que deu o entendimento, que moveu o coração, que primeiro atraiu a mente para ver Cristo em a cruz do Calvário. Fé é entregar a Deus as faculdades intelectuais, abandonar a mente e a vontade a Deus e fazer de Cristo a única porta para entrar no reino dos céus”.

“João foi chamado para encaminhar o povo a Jesus, e foi sua alegria testemunhar o sucesso da obra do Salvador. Ele disse: ‘Esta minha alegria, portanto, está cumprida. Ele deve aumentar, mas eu devo diminuir.’... Olhando com fé para o Redentor, João alcançou o auge da abnegação. Ele não procurou atrair os homens para si, mas elevar-lhes os pensamentos cada vez mais alto, até que repousassem no Cordeiro de Deus. Ele próprio tinha sido apenas uma voz, um grito no deserto. Agora, com alegria, ele aceitou o silêncio e a obscuridade, para que os olhos de todos pudessem se voltar para a Luz da vida” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 134).

“Deus chama um homem para fazer uma determinada obra; e quando ele o leva até onde está qualificado para fazê-lo, o Senhor traz outros para levá-lo ainda mais longe. Mas, assim como os discípulos de João, muitos acham que o êxito da obra depende do primeiro trabalhador. A atenção é fixada no humano em vez de no divino, surge o ciúme e a obra de Deus é prejudicada. Aquele que é assim indevidamente honrado é tentado a nutrir a autoconfiança. Ele não percebe sua dependência de Deus. As pessoas são ensinadas a confiar na orientação do homem e, assim, caem no erro e são desviadas de Deus”.

“Será que aqueles cujas vidas foram passadas em rebelião contra Deus seriam subitamente transportados para o céu e testemunhariam o alto e santo estado de perfeição que existe lá, poderiam aqueles cujos corações estão cheios de ódio a Deus... se misturarem com a multidão celestial e juntar-se aos seus cânticos de louvor?... Uma vida de rebelião contra Deus os incapacitou para o Céu. Sua pureza, santidade e paz seriam uma tortura para eles; a glória de Deus seria um fogo consumidor. ... O destino dos ímpios é determinado pela sua própria escolha. Sua exclusão do céu é voluntária para eles e justa e misericordiosa da parte de Deus” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 452, 453).