A GLÓRIA DO SENHOR

Sábado, 20 de Setembro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
Êxodo 33:12-23; Êxodo 34:1-35
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: Êxodo 33:12-23; Êxodo 34:1-35

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 27 de Setembro.

Domingo, 21 de Setembro

O desejo de ver o divino é quase universal. Embora o sobrenatural esteja além do alcance de nossos corpos finitos e mortais, a humanidade tem um forte anseio de ver o que está além. Mesmo o mundo secular moderno deseja algo maior. Astrônomos vasculham o espaço em busca de mundos que possam sustentar a vida como a conhecemos aqui na terra e tentam ouvir sons do espaço profundo, na esperança de ouvir algo inteligível. Para os cristãos, entretanto, a esperança é de um dia ver a Deus face a face.

Neste estudo final do livro de Êxodo, exploraremos o que significa esperar por um pequeno vislumbre de Deus. Como Ele pode ser? Podemos realmente vê-Lo? Nesta lição, encontramos Moisés firmemente apegado a Deus. Deus havia lhe dito para conduzir o povo para longe do Sinai, mas Moisés não queria ir sem Ele.

Deus finalmente prometeu a Moisés que Sua presença iria com ele (Êxodo 33:17). Moisés deve ter ficado impressionado com o notável reconhecimento de Deus quanto ao relacionamento especial que tinha com ele. Ele então exclamou com uma expressão singular do anseio humano: “Rogo-te que me mostres a tua glória!” (v. 18).

Moisés havia falado com Deus por meses, talvez por mais de um ano naquela época, começando com a primeira conversa no mesmo monte, quando ainda estava pastoreando as ovelhas de seu sogro (Êxodo 3:1–4). Ele havia realizado os milagres de Deus no Egito, atuando como Seu porta-voz diante de Faraó. Havia conduzido os israelitas pelo deserto para que eles também pudessem se encontrar com Deus naquele monte sagrado.

Ele havia passado os últimos quarenta dias recebendo a lei de Deus escrita em tábuas de pedra, e acabara de interceder pelo povo de Deus após a recaída deles na idolatria. Depois de tudo isso, ele fez um último pedido: “Rogo-te que me mostres a Tua glória!”

Segunda, 22 de Setembro

Deus compreendeu o desejo de Moisés de experimentar Sua presença, mas advertiu Moisés de que nenhum ser humano pecador pode ver Seu rosto e viver. Dito isto, porém, Ele fez uma concessão: “Eis aqui um lugar junto a mim; e tu estarás sobre a penha. E acontecerá que, quando a minha glória passar, eu te porei numa fenda da penha, e te cobrirei com a minha mão, até que eu tenha passado. Depois, tirarei a minha mão, e tu me verás pelas costas; mas a minha face não se verá” (Êxodo 33:21–23).

Por que Deus diria que Moisés poderia ver Suas costas, mas não Seu rosto? O livro de Gênesis ajuda a fornecer uma possível explicação na história da criação do ser humano à imagem de Deus (Gênesis 1:26–28). Este texto é um tanto misterioso. Os seres humanos são semelhantes a Deus de maneiras impressionantes, uma das quais parece estar relacionada à nossa aparência. Se olharmos para a Bíblia, sempre que as pessoas veem Deus de alguma forma, Ele consistentemente se parece com um humano. Perceber Deus com traços humanos é tão impressionante que estudiosos da Bíblia, ao longo das eras, normalmente se referem a essas visões de Deus simplesmente como visões antropomórficas.

Em 2009, um cientista japonês conduziu um experimento fascinante demonstrando que os seres humanos emitem pequenas quantidades de luz visível — não ondas de luz do espectro térmico, mas luz que nossos olhos poderiam ver se fossem suficientemente sensíveis. Infelizmente, nossos corpos não emitem fótons suficientes para que nossos olhos percebam a luz. Não podemos saber ao certo, mas talvez essa bioluminescência seja um resquício do que Ellen White descreveu como a cobertura original de luz de Adão e Eva antes de pecarem. Fotos em reportagens online sobre este experimento mostram que irradiamos muito mais luz de nossos rostos do que de qualquer outra parte do corpo.

Lembre-se de que o rosto de Moisés resplandecia quando ele desceu do monte após passar quarenta dias com Deus (Êxodo 34:29–35). E se Moisés estava refletindo de forma mais precisa a imagem de Deus após estar em Sua presença física, então podemos imaginar Deus com um rosto brilhante. Isso explicaria por que Deus disse a Moisés que ele poderia ver Suas costas, mas não Seu rosto. Tudo isso sugere que Deus deu aos seres humanos o dom de serem semelhantes a Ele de maneiras verdadeiramente impressionantes, mas que hoje, apenas um reflexo muito tênue daquela glória original permanece.

Terça, 23 de Setembro

Moisés queria ver a glória de Deus, contemplar visivelmente o seu Criador. No entanto, Deus queria que Moisés visse algo mais importante: “Eu farei passar toda a minha bondade diante de ti, e proclamarei o nome do Senhor diante de ti; e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia, e me compadecerei de quem eu me compadecer” (Êxodo 33:19). O que Moisés e os hebreus mais precisavam era entender o caráter de Deus. Deus compreende nossa fragilidade e fraqueza para com o pecado, mas Seu amor é eterno. Ele quer que saibamos que Ele é um Deus de graça e compaixão. No contexto do grande pecado de Israel com o bezerro de ouro, eles precisavam especialmente da misericórdia de Deus.

O desejo de Deus sempre foi restaurar Sua imagem em Seu povo, o que está relacionado principalmente ao caráter. Assim, quando Moisés subiu novamente ao monte para ver Deus, Ele o escondeu em uma fenda da rocha e passou, proclamando: “Senhor, Senhor Deus, misericordioso e piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; que guarda a beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que ao culpado não tem por inocente; que visita a iniquidade dos pais sobre os filhos e sobre os filhos dos filhos, até a terceira e quarta geração” (Êxodo 34:6, 7).

Dominado pela grandeza de Deus, “Moisés apressou-se, e inclinou a cabeça para a terra, e adorou” (verso 8). Então, em resposta às súplicas adicionais de Moisés por Seu perdão e presença contínua, Deus fez uma aliança para mostrar ainda mais Seu poder através de “maravilhas tais, que nunca foram feitas em toda a terra, nem entre nação alguma” (verso 10), para que todas as nações soubessem que Ele é Deus.

Ao refletirmos sobre o livro de Êxodo, lembramos de muitas histórias que nos desafiam. Deus proclamou e demonstrou milagrosamente Seu poder contra os deuses egípcios. O Mar Vermelho se abriu para permitir que uma nação inteira escapasse. Comida e água apareceram milagrosamente no deserto, dia após dia. Os eventos descritos neste livro são tão incríveis que alguns judeus e cristãos hoje duvidam de sua historicidade.

No entanto, se descartarmos essas histórias como inacreditáveis, estaremos deixando de lado algumas das maiores verdades que precisamos conhecer. Perderíamos a realidade de que existe um Deus que nos ama apesar de nossa pecaminosidade. Perderíamos a grande verdade de que o perdão está disponível através do santuário de Deus. Perderíamos o fato de que Deus quer viver conosco, ser nosso vizinho. Finalmente, perderíamos a impressionante verdade de que refletimos a própria imagem de Deus.

Quarta, 24 de Setembro

De acordo com o Êxodo 33 e Êxodo34, como você descreveria a glória do senhor?

De que formas os seres humanos podem refletir a glória de Deus para o mundo?

Qual é a diferença entre como vemos Deus por intermédio de Jesus e como O veremos, conforme descrito em Apocalipse 22:4?

Quando você imagina o momento em que verá Deus faze a faze, você sente medo, reverência ou se imagina correndo para abraça-lo?

Leia 1Coríntios 13:9-12. Como nosso relacionamento com Deus será transformado no Céu?

De que forma sua visão de Deus mudou ao longo deste estudo de Êxodo?

Compare suas respostas com os textos bíblicos a seguir. Como esses versículos nos ajudam a compreender melhor a glória de Deus, como foi vista e refletida por Moisés no monte?

• O brilho e a glória de Deus: Êxodo 40:34-38; Isaías 6:1-8; Ezequiel 1; Mateus 17:1-8; João 1:1-14

• A imagem de Deus distorcida: Gênesis 1:26-28; Gênesis 3:7-11

Quinta, 25 de Setembro

Ver Deus pode ser a experiência que os cristãos mais desejam. Jesus veio à terra para tornar isso possível, para abrir a cortina e mostrar o caminho para que as pessoas pudessem ver o que estava oculto por tanto tempo. Encontramos Jesus conversando com Seus discípulos em João 14 enquanto Ele se preparava para ir à cruz.

Ao enfrentar o fim de Seu ministério terreno, Ele estava muito preocupado com Seus discípulos. Ele queria prepará-los para as horas e dias traumáticos que estavam por vir, mas estava limitado no que podia dizer.

A realidade deles não era a Sua realidade. O conhecimento e as experiências limitadas deles moldavam sua compreensão do mundo. Então, Ele começou com uma palavra de encorajamento: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também” (João 14:1–3).

Apesar de Sua partida estar próxima, Jesus disse a eles que poderiam continuar a segui-Lo: “E vós sabeis o caminho para onde vou” (verso 4). Jesus queria dar-lhes a chance de interagir, e Tomé aproveitou a oportunidade. Imediatamente, ele fez a pergunta previsível: “Senhor, nós não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho?” (verso 5). Com os discípulos interessados, Jesus explicou mais.

Assim como na conversa com Nicodemos, Jesus alternava entre metáfora e realidade: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto” (versos 6, 7). Jesus estava falando sobre a mesma coisa que Moisés desejava — ver Deus.

Filipe pediu mais. “Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta” (verso 8). Então Jesus respondeu: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai” (verso 9). Os discípulos haviam vivido e andado com Deus por mais de três anos, mas pensavam que Ele era apenas um homem. Tudo o que foi esperado em Êxodo foi realizado em Jesus. Em Jesus, nós também podemos ver Deus.

Sexta, 26 de Setembro

“Após a transgressão de Israel ao fazer o bezerro de ouro, Moisés vai novamente rogar a Deus em favor de seu povo. Ele tem algum conhecimento daqueles que lhe foram confiados; conhece a perversidade do coração humano e percebe as dificuldades com as quais deve lutar. Mas aprendeu pela experiência que, para ter influência sobre o povo, primeiro precisa ter poder com Deus. O Senhor lê a sinceridade e o propósito abnegado do coração de Seu servo e Se digna a comungar com este fraco mortal, face a face, como um homem fala com um amigo. Moisés lança a si mesmo e todos os seus fardos inteiramente sobre Deus e livremente derrama sua alma diante Dele. O Senhor não repreende Seu servo, mas Se inclina para ouvir suas súplicas.

“Moisés tem profundo senso de sua indignidade e de sua inaptidão para a grande obra à qual Deus o chamou. Ele suplica com intensa seriedade que o Senhor vá com ele. A resposta vem: ‘A Minha presença irá contigo, e Eu te darei descanso (Êxodo 33:14). Mas Moisés não sente que possa parar aqui. Ele já alcançou muito, porém anseia chegar ainda mais perto de Deus, obter uma garantia mais forte de Sua presença permanente.

Ele tem carregado o fardo de Israel; suportou um peso esmagador de responsabilidade; quando o povo pecou, sofreu aguda remorso, como se ele mesmo fosse culpado; e agora pesa sobre sua alma o senso dos terríveis resultados, caso Deus deixe Israel entregue à dureza e impenitência de coração. Eles não hesitariam em matar Moisés e, por sua própria imprudência e perversidade, logo cairiam presas de seus inimigos e, assim, desonrariam o nome de Deus diante dos pagãos. Moisés insiste em sua petição com tal empenho e fervor que vem a resposta: ‘Também farei isto de que falaste; pois achaste graça aos Meus olhos, e Eu te conheço pelo nome (v. 17).

“Agora, de fato, esperaríamos que o profeta cessasse de suplicar; mas não; encorajado por seu êxito, ele ousa aproximar-se ainda mais de Deus, com uma santa familiaridade quase além de nossa compreensão. Ele faz agora um pedido que nenhum ser humano jamais fizera antes: ‘Rogo-Te que me mostres a Tua glória’ (v. 18). Que petição para vir de um homem finito e mortal! Mas é repelido? Deus o repreende por sua presunção? Não; ouvimos as palavras graciosas: ‘Farei passar toda a Minha bondade diante de ti’” (Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja [2021], v. 4, p. 461, 462).