No Deserto

Sábado, 16 de Agosto

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
Êxodo 14; Êxodo 15; Êxodo 16
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: Êxodo 14; Êxodo 15; Êxodo 16

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 23 de Agosto.

Domingo, 17 de Agosto

Você já pensou que algo incrível estava acontecendo e então se transformou em um desastre? Quando algo emocionante vem ao nosso encontro, tendemos a ter grandes expectativas. Nossa perspectiva sobre a vida melhora, e ficamos animados só de pensar nisso.

O que acontece quando a tão esperada expectativa se torna ruim? Talvez as férias dos sonhos se transformem em um pesadelo, ou um novo romance se torne um relacionamento do qual você não consegue sair. O triunfo que você esperava ameaça se tornar uma catástrofe.

Os israelitas tiveram uma experiência semelhante. Eles tinham visto os milagres e as pragas e experimentaram o Êxodo. Eles estavam viajando para uma terra que mana leite e mel (Êxodo 3:17) para herdar a terra prometida a eles por Deus (Gênesis 12:7). Isso era, sem dúvida, a maior experiência de suas vidas e na história de seu povo. No entanto, não estava acontecendo dessa forma.

Em vez de alcançar uma terra que mana leite e mel, os israelitas se viram no meio de um deserto. Com os egípcios em perseguição, eles começaram a se perguntar se realmente haviam escapado do controle de Faraó ou se em breve estariam de volta à escravidão.

Quando os milagres acontecem, quando a vida é boa e o diabo parece estar longe, acreditar em Deus pode ser fácil. Por mais angustiante que seja, é importante passar por dificuldades para fortalecer nossa fé. O mesmo era verdade para os israelitas. As demonstrações anteriores do poder de Deus sobre a natureza e os ataques malignos dos homens de Faraó se tornaram uma memória distante. Presos no presente, com problemas à sua porta, eles culparam Moisés e, ao fazer isso, culparam a Deus.

Segunda, 18 de Agosto

Logo que os israelitas saíram do Egito, os problemas começaram. No entanto, a situação deles não era desconhecida para Deus. Pelo contrário, Deus parece tê-la planejado para fazer dos egípcios mais um exemplo. Deus conduziu os israelitas a acamparem entre os montes e o mar Vermelho. Os egípcios pensaram que os israelitas haviam cometido um erro e que seria fácil recapturá-los e escravizá-los novamente (Êxodo 14:2, 3). Exatamente como Deus previra, o Faraó mudou novamente de ideia e saiu em perseguição aos israelitas.

Quando os israelitas perceberam o que estava acontecendo, imediatamente se esqueceram do poder que haviam visto demonstrado nas pragas e começaram a reclamar a Moisés. A queixa deles se tornou tão grande que nos faz questionar se Deus tomou uma boa decisão ao salvá-los. A multidão culpou Moisés por seus problemas e quis voltar para o Egito—de volta à escravidão (Êxodo 14:12). Os israelitas haviam perdido a esperança de tal forma que nem sequer mencionaram Deus.

Apesar da situação difícil, Deus ainda estava no controle. Ele sabia o quanto os hebreus eram fracos. Ele planejou continuar operando milagres em favor deles para convencê-los do Seu poder e salvá-los, apesar da fé vacilante deles. A nuvem durante o dia e o fogo durante a noite acalmaram o medo deles e fortaleceram sua fé (v. 20). No dia seguinte, Ele dividiu as águas do mar Vermelho para lhes dar um meio de escape, secando a terra debaixo deles. O Faraó e seu exército seguiram os israelitas pelo mar Vermelho, perseguindo suas vítimas, apenas para que as águas se fechassem sobre eles, afogando a todos.

Os israelitas ficaram jubilosos. A congregação se uniu a Moisés e Miriã em cânticos de louvor a Deus por tê-los libertado. No entanto, quase imediatamente, descobriram quão perigoso é o deserto. Há pouca água disponível em tal lugar, e por três dias, não encontraram nenhuma. A água que finalmente encontraram era imprópria para beber. Mais uma vez, Deus realizou um milagre, curando as águas de Mara, e eles tiveram água para beber.

A essa altura, você já deve ter percebido um padrão: o povo reclama do plano de Deus, Deus realiza um milagre para resolver o problema, eles enfrentam outro problema, e o ciclo se repete. No entanto, Deus estava por trás de todo o plano do Êxodo. Ele sabe que o deserto não tem sombra durante o dia nem calor à noite. Ele sabe que o deserto não tem água para poucas pessoas, muito menos para uma multidão tão grande. Ele sabe que não há comida para comer no deserto, ainda assim, Ele conduziu os israelitas direto para lá.

Terça, 19 de Agosto

A reação inicial de muitos crentes, quando se veem em um deserto espiritual, é sentir que Deus os abandonou. O que frequentemente não percebemos é que Deus deseja usar nosso tempo no deserto para brilhar como nosso Redentor e Provedor. Os israelitas vivenciaram isso quando chegaram ao Deserto de Sim. Apenas seis semanas haviam se passado desde que saíram do Egito, e sua comida havia acabado. Eles novamente reclamaram a Moisés, dizendo que desejavam ter morrido no Egito (Êxodo 16:3).

Não ter comida é um problema real. Como conhecemos o final da história dos israelitas, geralmente achamos difícil nos identificar com a luta deles, mas imagine levar sua família em uma viagem e acabar perdido no meio do nada, sem possibilidade de ajuda e sem comida ou água. Era uma emergência terrível, mas o que parecia um desastre foi uma oportunidade para Deus agir em favor deles.

Moisés acalmou a multidão (leia Êxodo 16:6, 7). Deus aproveitou essa oportunidade para apresentar Seu plano de alimentá-los enquanto atravessavam o deserto: o milagre do maná, que aparecia fresco no chão todas as manhãs.

Hoje, quando nos encontramos em dificuldades, será que reagimos como os israelitas e questionamos se Deus sequer existe? Basear nossa crença na existência de Deus em termos de se nossa vida está indo bem é um problema que os cristãos ainda enfrentam. Deus deseja desenvolver um relacionamento conosco que não dependa de milagres, mas de confiança.

A boa notícia é que Deus não se incomoda com nossas queixas. Ele entende nossa fé fraca e está pronto para ouvir nossas reclamações, assim como fez com os israelitas. Ele quer aprofundar nossa fé Nele e sabe que o deserto é o melhor lugar para isso.

Uma pergunta e desafio para refletirmos da próxima vez que nos encontrarmos no deserto é: "Posso encontrar Deus aqui, ou estou apenas buscando uma saída?" Deus deseja que experimentemos Sua paz e presença no deserto.

Quarta, 20 de Agosto

Qual foi o maior milagre que você já viu Deus realizar?

Qual é o propósito de Deus ao nos conduzir por experiências no deserto?

Que momento de ‘’deserto’’ você já viveu em sua vida? Como Deus agiu de maneira ainda mais surpreendente do que se você nunca tivesse passado por essa experiência?

Que tipo de pressão para se juntar as queixas você acha que os israelitas fiéis enfrentaram? (Êxodo 15:24; Êxodo 16:2, 7; Êxodo 17:2).

Como saber quando Deus nos chama a ‘’marchar’’ (Êxodo 14:15), mesmo quando as circunstâncias parecem impossíveis?

Compare suas respostas aos textos bíblicos a seguir. Como as seguintes passagens trazem uma compreensão mais profunda sobre a travessia do Mar Vermelho?

• Relembrando e recontando a história: Neemias 9:1-12; Salmo 106:1-15; Atos 13:17, 18; Hebreus 11:29

• Promessas de livramento: Salmo 34:17; Isaías 11:15; 16

• Alegrando-se no livramento: Salmo 66:1-7; Salmo 136:1-16

Quinta, 21 de Agosto

Jesus viveu Sua vida como o novo Israel. Ao falar com Faraó, Deus se referiu a Israel como Seu filho primogênito (Êxodo 4:22). Jesus também veio ao mundo como o Filho primogênito de Deus (Romanos 8:29). Jacó, o pai dos israelitas, teve doze filhos. Da mesma forma, Jesus, o novo Israel, chamou doze discípulos para iniciar a igreja. A nação israelita nasceu através do êxodo do Egito. Jesus também saiu do Egito (Mateus 2:15).

O Êxodo foi marcado pela milagrosa divisão do mar Vermelho. Jesus iniciou Seu ministério com Seu batismo, marcado pela presença sobrenatural de Deus em uma voz do céu e uma pomba que descia (Mateus 3:16, 17). Mais significativo para nosso estudo hoje, assim como Deus conduziu os israelitas ao deserto após seu batismo no mar Vermelho (1Coríntios 10:2), Jesus também foi levado pelo Espírito de Deus ao deserto após Seu batismo.

O que é encorajador nessa história é que, embora Deus tenha conduzido Jesus ao deserto, não foi Ele quem O tentou. A tentação vem somente do diabo. Satanás é o acusador dos irmãos (Apocalipse 12:10) e sempre busca levar os santos à destruição.

Jesus, ao contrário do antigo Israel, ilustrou com sucesso o propósito de Deus ao nos guiar por experiências no deserto. Nossas experiências no deserto são lugares de crescimento espiritual pessoal. Quando nossa vida física está nas mãos de Deus somente e ninguém mais pode nos salvar, nossa vida espiritual pode ser fortalecida confiando Nele.

Jó, o modelo de sofrimento do Antigo Testamento, expressou isso da melhor forma em suas palavras de confiança em Deus: "Ainda que Ele me mate, Nele esperarei" (Jó 13:15). Enquanto Jó foi aliviado de seu sofrimento, Jesus não foi. Cristo demonstrou que qualquer um pode continuar confiando em Deus, mesmo que perca a vida. Esse tipo de fé é cultivado apenas através do tempo passado no deserto.

Sexta, 22 de Agosto

"A grande lição aqui ensinada é para todos os tempos. Muitas vezes a vida cristã é cercada de perigos, e o dever parece difícil de cumprir. A imaginação pinta ruína iminente à frente e escravidão ou morte atrás. No entanto, a voz de Deus fala claramente: 'Avante!' Devemos obedecer a essa ordem, mesmo que nossos olhos não consigam penetrar a escuridão e sintamos as ondas frias aos nossos pés.

Os obstáculos que impedem nosso progresso nunca desaparecerão diante de um espírito hesitante e duvidoso. Aqueles que adiam a obediência até que toda sombra de incerteza desapareça e não haja mais risco de falha ou derrota nunca obedecerão de fato. A incredulidade sussurra: 'Esperemos até que os obstáculos sejam removidos e possamos ver nosso caminho claramente'; mas a fé corajosamente urge um avanço, esperando todas as coisas, crendo todas as coisas" (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [2022], p. 241).

"O Senhor havia prometido ser o Deus deles, tornando-os Seu povo e guiando-os a uma terra vasta e boa; mas eles estavam prestes a desaminar a cada obstáculo encontrado no caminho para aquela terra. De maneira maravilhosa, Ele os tirava do cativeiro no Egito para que pudesse elevá-los e enobrecê-los, fazendo deles um motivo de louvor na Terra. Entretanto, era necessário que encontrassem dificuldades e suportassem privações. Deus os estava tirando de um estado de degradação para ocuparem uma honrosa posição entre as nações e estar em condições de receber sagradas responsabilidades.

Se tivessem fé Nele, considerando tudo o que Ele operara por eles, teriam suportado alegremente inconveniências, privações e até mesmo sofrimento real; mas não estavam dispostos a confiar no Senhor além do que podiam testemunhar as contínuas evidências de Seu poder.

Esqueceram-se do amargo serviço no Egito. Esqueceram-se da bondade e do poder de Deus demonstrados em seu favor ao libertá-los da escravidão. Esqueceram-se de como seus filhos foram poupados quando o anjo destruidor matou todos os primogênitos do Egito. Esqueceram-se da grandiosa exibição do poder divino no mar Vermelho.

Esqueceram-se de que, enquanto atravessaram em segurança pelo caminho que lhes fora aberto, os exércitos de seus inimigos, tentando segui-los, foram tragados pelas águas do mar. Eles viam e sentiam apenas suas inconveniências e provações presentes; e, em vez de dizer: 'Deus fez grandes coisas por nós; embora fôssemos escravos, Ele está fazendo de nós uma grande nação', falavam da dureza do caminho e perguntavam quando terminaria sua cansativa peregrinação" (ibid, p. 244).