LUGAR DE REFÚGIO

Sábado, 29 de Novembro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
Josué 20
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: Josué 20

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 06 de Dezembro

Domingo, 30 de Novembro

Um abrigo proporciona um lugar para as pessoas se refugiarem quando suas vidas estão em perigo. Em zonas de conflito, esses espaços geralmente são construídos no subsolo, com paredes reforçadas para suportar grandes impactos.

Em guerras, conhecer a localização dos abrigos e como chegar até eles salva vidas. Em desastres como furacões e tomados, abrigos resistentes protegem as pessoas. Um bom abrigo traz segurança, alívio e descanso.

De acordo com as instruções que Deus deu a Moisés (Números 35:6), Josué designou seis cidades de refúgio onde qualquer pessoa acusada de assassinato poderia encontrar proteção contra perseguidores que buscassem vingança. As cidades de refúgio eram lugares onde a causa da morte podia ser investigada e a justiça podia ser buscada. Esse arranjo proporcionava um processo judicial que ajudava a proteger contra membros da família que abusassem do direito de buscar vingança privada contra o assassino.

Mortes injustas eram punidas com a morte. Porque Deus fez as pessoas à Sua própria imagem, Ele considera o assassinato muito seriamente. Como Deus havia dito a Noé muitos séculos antes, “Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque à imagem de Deus Ele fez o homem” (Gênesis 9:6). No entanto, para que pessoas inocentes não fossem injustamente punidas, as cidades de refúgio proporcionavam um processo no qual o acusado podia receber uma audiência cuidadosa e justa.

As cidades de refúgio estavam espalhadas pelo território de Israel, de modo que qualquer pessoa pudesse alcançar uma delas em uma jornada de um dia. Três dessas cidades estavam localizadas a oeste do rio Jordão e três a leste. As estradas que levavam a essas cidades eram bem mantidas para garantir acesso irrestrito. Grandes placas eram colocadas ao longo das estradas, tornando o caminho para a segurança altamente visível. As cidades estavam abertas a qualquer pessoa — cidadãos israelitas, imigrantes ou viajantes que passassem pelo país.

Se o réu fosse considerado inocente de assassinato intencional, sua vida era poupada. No entanto, a proteção só podia ser garantida dentro das muralhas da cidade. Aqueles que deixassem a cidade o faziam por sua conta e risco. Após a morte do sumo sacerdote, a pessoa absolvida finalmente estava livre para voltar para casa (Números 35:25–28).

As cidades de refúgio eram mais do que apenas lugares para escapar da vingança. Cada cidade era um microcosmo do plano de salvação, oferecendo um vislumbre do amor de Deus e paralelizando como Ele estende Sua graça aos pecadores por meio de Jesus.

Segunda, 1 de Dezembro

Chegar à cidade de refúgio não garantia automaticamente proteção contra punição. A pessoa responsável pela morte de alguém ainda precisava apresentar uma defesa aos juízes na porta da cidade.

Os juízes examinavam os fatos do caso para descobrir não apenas o que aconteceu, mas também as motivações por trás da ação. O que aconteceu? Como aconteceu? Por que aconteceu? Se alguém morreu porque uma pedra o atingiu, a razão pela qual o réu jogou a pedra precisava ser investigada (Números 35:23, 24). Foi um acidente ou foi intencional? As partes eram conhecidas por serem inimigas? Todo réu deveria ter direito a um julgamento justo, onde ambos os lados pudessem apresentar evidências.

Ninguém podia ser condenado por assassinato com base no testemunho de uma única testemunha; era necessário haver várias testemunhas (Números 35:30). Um grupo de jurados determinava o resultado do julgamento após o réu ter se apresentado “perante a congregação para julgamento” (Josué 20:6). Se os jurados determinassem que o réu não havia cometido assassinato premeditado, concediam-lhe clemência.

A lei então permitia que o réu absolvido permanecesse dentro das muralhas da cidade de refúgio, fora do alcance mortal do vingador do sangue. A Bíblia descreve isso com estas palavras: “Então, se o vingador do sangue o perseguir, não entregarão o homicida em sua mão, porque feriu o seu próximo sem intenção e não o odiava antes” (Josué 20:5). A justiça exige mais do que uma análise superficial dos eventos. Ela requer um exame mais profundo das intenções e motivações de uma pessoa.

A justiça é uma pedra angular da civilização. Nenhuma nação pode prosperar por muito tempo sem um sistema judicial adequado. Os livros de Moisés incluem muitas leis que foram dadas para salvaguardar a integridade judicial em Israel. Moisés advertiu os líderes de Israel que nada corromperia a justiça mais rapidamente do que aceitar subornos (Deuteronômio 16:19; 27:25). Eles foram particularmente instruídos a não mostrar parcialidade para com os ricos ou os pobres (Deuteronômio 1:17; 10:17). Os tomadores de decisão não deveriam acreditar em todos os relatos que ouviam, e os falsos acusadores deveriam receber a mesma punição que pretendiam para a pessoa sobre a qual mentiram (Deuteronômio 19:15–21). À medida que Israel se estabelecia na terra de Canaã, provisões precisavam ser feitas para um sistema judicial confiável que sustentasse tanto a justiça quanto a misericórdia.

Terça, 2 de Dezembro

O propósito da cidade de refúgio não era ajudar pessoas perfeitas. Pelo contrário, a cidade destinava-se a ajudar pessoas que haviam errado. Mesmo aqueles que mataram alguém acidentalmente tinham que aceitar a culpa e a responsabilidade. A cidade de refúgio era o lugar onde pessoas culpadas podiam ser salvas da condenação. Após o julgamento, uma pessoa considerada culpada de matar alguém acidentalmente podia ser salva do vingador do sangue ao permanecer na cidade de refúgio. Após a morte do sumo sacerdote, a pessoa podia então retornar para casa completamente absolvida.

A Bíblia contém numerosos exemplos que apontam para Deus como um lugar de refúgio contra a condenação do pecado. Davi sabia como fugir para a Cidade de Refúgio diante do pecado e da culpa. Afinal, ele era um assassino e adúltero, mas correu para Deus em busca de perdão. “Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um espírito reto. Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo” (Salmos 51:10, 11).

Embora tivesse cometido pecados terríveis, Davi fugiu para Deus em arrependimento, buscando refúgio da tempestade de culpa, vergonha e condenação que suas ações provocaram dentro dele. Deus mostrou Sua misericórdia a Davi ao perdoá-lo. Davi admitiu sua culpa quando disse: “Pequei contra o Senhor” ao profeta Natã, que respondeu dizendo: “Também o Senhor perdoou o teu pecado; não morrerás” (2Samuel 12:13). O arrependimento de Davi levou ao perdão.

O arrependimento é uma parte integrante de experimentar o refúgio da salvação que Jesus nos oferece. Por meio do poder de convicção do Espírito Santo, Deus nos leva a ver a verdadeira natureza dos nossos pecados, e com esse reconhecimento, Ele nos incentiva não apenas a sentir remorso pelo que fizemos, mas também a nos afastarmos do pecado. O verdadeiro arrependimento inclui uma tristeza genuína pela dor que nossas ações causaram a Deus, aos outros e a nós mesmos. Sem arrependimento, não podemos experimentar o poder salvador de Jesus.

Se viermos a Jesus, Ele está disposto a ouvir nossas preocupações, aceitar nosso caso, nos perdoar e nos libertar. Somente Jesus pode nos salvar da condenação. Ele nunca forçará ninguém a vir até Ele, mas Ele nos convida. Ele deseja que venhamos a Ele para encontrar a salvação.

Quarta, 3 de Dezembro

As cidades de refúgio iam além da proteção física contra vinganças. Eram parte de um sistema divinamente estabelecido para unir justiça e misericórdia, protegendo aqueles que agiram sem maldade e garantindo que fossem julgados de forma justa e imparcial.

Havia uma investigação cuidadosa, com testemunhas confiáveis, e a proibição de suborno ou favoritismo. A justiça buscada era equilibrada, protegendo o inocente e garantindo que o culpado respondesse adequadamente, sempre preservando a integridade do processo. A equidade na justiça era fundamental para a harmonia e a segurança da comunidade.

Cada cidade refúgio apontava para Aquele que é o verdadeiro abrigo diante do perigo, da culpa e da condenação. Assim como protegiam os acusados, Deus oferece proteção a todos que buscam refúgio em Sua presença. Ele acolhe, protege e renova, mostrando que o verdadeiro refúgio vai além do físico, alcançando o emocional e o espiritual.

Compare o que os seguintes textos bíblicos revelam sobre as cidades de refúgio, seu propósito e o que elas simbolizavam.

- Cidades de refúgio: Números 35:6-15; Josué 21:13, 21, 27, 32, 38

- Garantias para um julgamento justo: Números 35:16-34; Êxodos 23:1-9; Deuteronômio 19:15-21

- Deus como nosso refúgio: Salmos 91:1-11; Salmos 61:1-8; Salmos 142:1-7

Quinta, 4 de Dezembro

As cidades de refúgio oferecem uma lição prática sobre a salvação. Assim como uma cidade de refúgio, Jesus convida todos a virem a Ele e encontrarem descanso (Mateus 11:28, 29). A cidade de refúgio não mostrava parcialidade. Israelitas e estrangeiros eram igualmente bem-vindos para se abrigarem ali (Josué 20:9). Da mesma forma, Jesus acolhe todos os que vêm a Ele. Ele promete: “O que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” (João 6:37).

As cidades de refúgio eram estrategicamente localizadas em lugares que todos podiam acessar facilmente. Da mesma forma, Jesus nunca está longe. Temos livre acesso a Ele sempre que reconhecemos nossa necessidade.

A cidade de refúgio oferecia segurança contra o vingador do sangue. Às vezes, fazemos escolhas ruins e lutamos sob o peso da vergonha e do remorso. Em outros momentos, Satanás nos persegue implacavelmente com pensamentos de inutilidade, desespero e medo. Seja enfrentando as consequências das escolhas que fizemos ou sofrendo os ataques de Satanás, nossa única segurança é nos escondermos em Jesus.

Vivendo em um mundo quebrado pelo pecado e carregando naturezas pecaminosas, nenhum de nós é estranho à guerra espiritual. No entanto, as Escrituras nos dizem: “Torre forte é o nome do Senhor; o justo ocorre para ela e está seguro” (Provérbios 18:10). Com nossas próprias forças, somos indefesos contra os ataques do inimigo, mas em Cristo, somos protegidos e resguardados.

A cidade de refúgio não podia ajudar pessoas que apenas se aproximavam da cidade e depois se afastavam. Passar casualmente pela cidade não trazia nenhum benefício. A cidade só podia proteger aqueles que permaneciam dentro de suas muralhas. Da mesma forma, um encontro único com Jesus não produz nenhum bem duradouro. Jesus nos convida a permanecer Nele para sempre: “Eu sou a videira, vós sois os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15:5). Jesus é um refúgio para aqueles que permanecem Nele continuamente.

Permanecer em Jesus envolve confiar Nele e encontrar descanso Nele, apesar dos perigos e ameaças ao nosso redor. Sobre essa experiência especial, Davi escreveu: “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará. Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio” (Salmos 91:1, 2).

Enquanto a cidade de refúgio oferecia segurança contra o vingador do sangue, Jesus oferece segurança contra o inimigo de nossas almas. Permanecer em Cristo é onde encontramos paz e liberdade neste mundo. Hoje, Jesus nos convida a vir a Ele como nossa Cidade de Refúgio.

Sexta, 5 de Dezembro

“Seis das cidades designadas aos levitas — três de cada lado do Jordão — foram nomeadas como cidades de refúgio… ‘para que o homicida que matar alguém por engano possa fugir para lá. E elas vos serão cidades de refúgio’, disse ele, ‘para que o homicida não morra até que se apresente perante a congregação para julgamento.’ Números 35:11, 12. Essa providência misericordiosa foi necessária devido ao antigo costume da vingança privada, pelo qual a punição do assassino recaía sobre o parente mais próximo ou o herdeiro imediato do falecido. Nos casos em que a culpa era claramente evidente, não era necessário esperar por um julgamento pelos magistrados. O vingador podia perseguir o criminoso em qualquer lugar e executá-lo onde quer que fosse encontrado. O Senhor não achou apropriado abolir esse costume naquela época, mas Ele fez provisões para garantir a segurança daqueles que tirassem uma vida sem intenção.

“As cidades de refúgio foram distribuídas de modo a estarem a meio dia de viagem de qualquer parte da terra. As estradas que levavam a elas deviam ser sempre mantidas em bom estado; ao longo do caminho, placas deviam ser erguidas com a palavra ‘Refúgio’ em caracteres claros e destacados, para que o fugitivo não fosse atrasado por um momento. Qualquer pessoa — hebreu, estrangeiro ou peregrino — podia se valer dessa providência.

Mas, embora os inocentes não devessem ser mortos precipitadamente, os culpados também não deveriam escapar da punição. O caso do fugitivo devia ser julgado de forma justa pelas autoridades competentes, e somente quando considerado inocente de assassinato intencional ele seria protegido na cidade de refúgio. Os culpados eram entregues ao vingador. E aqueles que tinham direito à proteção só a recebiam sob a condição de permanecerem dentro do refúgio designado. Se alguém se aventurasse além dos limites prescritos e fosse encontrado pelo vingador do sangue, sua vida pagaria a penalidade por desrespeitar a providência do Senhor. No entanto, com a morte do sumo sacerdote, todos os que haviam buscado abrigo nas cidades de refúgio estavam livres para retornar às suas posses…

“As cidades de refúgio designadas para o antigo povo de Deus eram um símbolo do refúgio proporcionado em Cristo. O mesmo Salvador misericordioso que instituiu aquelas cidades de refúgio temporais providenciou, pelo derramamento de Seu próprio sangue, um retiro seguro para os transgressores da lei de Deus, no qual eles podem fugir para se proteger da segunda morte. Nenhum poder pode tirar de Suas mãos as almas que vão a Ele em busca de perdão.” — (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [2022], 449-451).