LIÇÕES SOBRE LIDERANÇA

Sábado, 4 de Outubro

VERSO PARA MEMORIZAR:


Leituras da semana:
Êxodo 17:8-16
Apartir do Título, e do estudo da semana, anote suas impressões sobre o que se trata a lição:

Pesquise: em comentários bíblicos, livros denominacionais e de Ellen G. White sobre temas neste texto: Êxodo 17:8-16

* Estude a lição desta semana para se preparar para o Sábado, 11 de Outubro.

Domingo, 5 de Outubro

Josué foi orientado e discipulado por Moisés por quarenta anos antes que Deus o chamasse para ser o líder de Israel.

A primeira vez que Josué aparece na narrativa bíblica é em um momento de crise, não muito tempo após os israelitas deixarem o Egito e cruzarem o Mar Vermelho. Enquanto eles marchavam pelo deserto, as pessoas mais cansadas e vulneráveis na procissão caíram para a retaguarda. Sem aviso, amalequitas emboscaram esses israelitas (Deuteronômio 25:18). Deus instruiu Moisés que Josué deveria liderar os israelitas em sua primeira batalha. O conflito foi longo e feroz, mas Josué se provou um homem fiel de ação ao defender Israel contra a agressão dos amalequitas.

Josué também se provou ser mais do que apenas um guerreiro. Ele era um homem de profunda fé e devoção. Ainda um jovem, em uma idade em que muitos anseiam por ação, Josué se contentava em permanecer no tabernáculo, esperando por Moisés e auxiliando como necessário (Êxodo 33:11). Josué era adaptável, capaz de se levantar e lutar nas batalhas mais duras, mas também capaz de servir em um santuário quieto como humilde servo de Moisés. A fidelidade de Josué com pequenas responsabilidades ganhou a confiança de Moisés nele para responsabilidades maiores.

A verdadeira força do caráter de Josué foi revelada quando o acampamento israelita se mudou para Cades-Barnéia e Moisés enviou Josué com onze outros homens para espionar a terra de Canaã. Após retornarem de sua missão, dez dos espias convenceram a congregação de que a terra de Canaã era impossível para eles conquistarem. Eles concluíram que teriam sido melhor ficar no Egito ou morrer no deserto! Contra a mais forte pressão de seus pares, Josué, junto com Calebe, manteve que Deus poderia facilmente entregar Canaã em suas mãos. A fé e a lealdade de Josué a Deus eram inabaláveis. A Bíblia diz que Josué e Calebe “seguiram integralmente ao SENHOR” (Números 32:12) apesar da completa rebelião no acampamento. A lealdade final de Josué era a Deus, e ele não tinha medo de se destacar da multidão quando a maioria estava indo pelo caminho errado.

Ao longo dos (40) quarenta anos de peregrinação no deserto, Deus preparou Josué para o manto da liderança que ele um dia assumiria. Em cada passo, Josué demonstrou uma fé implícita e inquestionável na capacidade de Deus de cumprir Suas promessas. Josué não surgiu como um líder plenamente formado da noite para o dia. Ele era um homem que Deus forjou no cadinho de esperanças frustradas, espera extrema e provações formidáveis. Ele era um homem que superou porque se agarrou firmemente à sua fé na soberania de Deus.

Segunda, 6 de Outubro

Quando os israelitas sofreram um ataque surpresa dos amalequitas, Moisés agiu rapidamente. Ele chamou Josué para reunir um grupo de soldados e liderar o ataque contra seus inimigos. A batalha foi difícil, prolongando-se sob o calor do dia. Houve momentos em que Israel parecia estar à beira da vitória e outros em que parecia à beira da derrota. Foi um longo dia, repleto de sangue, suor e, acima de tudo, perseverança paciente.

Foi durante essa batalha contra Amaleque que Josué provou, pela primeira vez, ser um guerreiro capaz. Ele demonstrou as características que líderes espirituais precisam ter para alcançar sucesso. Foi rápido em obedecer à voz de Deus sem questionar. Apesar dos perigos, não teve medo de enfrentar o inimigo. Sua disposição e coragem demonstraram sua fé em Deus.

Josué, um escravo recém-liberto, nunca havia liderado homens em uma batalha. Ele havia vivido toda a sua vida sob o jugo de senhores tirânicos, mas obedeceu ao mandato de Deus e liderou o ataque contra Amaleque porque acreditava que Deus lhe daria a vitória. Era simples assim. Josué foi vitorioso porque teve coragem de agir pela fé — uma fé fortalecida por suas experiências passadas com Deus.

Ele tinha confiança de que o Deus que havia preservado a nação de Israel durante as pragas no Egito ainda tinha um propósito para eles e continuaria a preservá-los. Ele confiava que o Deus que havia aberto o Mar Vermelho e afogado os egípcios derrotaria também os amalequitas. Ele cria que o Deus que os havia chamado para o deserto os conduziria com segurança através dele.

Hoje, Deus precisa de jovens como Josué, que ajam rapidamente quando o perigo ameaça e que não recuem diante da oposição feroz. Muitas vezes, quando encontramos gigantes em nossa vida, somos dominados pela sensação de inadequação. Sabemos que não temos recursos suficientes para conquistar a vitória. Mas Deus nos convida a olhar além de nós mesmos e a confiar em Sua força. Ele nos convida a trazer a Ele nossas batalhas, nossas lutas, nossos fardos. Se os colocarmos a Seus pés, Ele os carregará e nos concederá vitória sobre eles.

Terça, 7 de Outubro

Enquanto Josué liderava a batalha contra os amalequitas, Moisés subiu a um monte próximo para orar. Com os braços erguidos para o céu, Moisés intercedia em favor do povo de Deus, que era um grupo cansado de refugiados. Levantar os braços para o céu simbolizava total dependência de Deus e conexão com o céu por meio da oração. Enquanto Moisés mantinha suas mãos levantadas ao céu, Josué e seus homens de combate avançavam para a vitória. Mas cada vez que Moisés abaixava os braços, os amalequitas ganhavam vantagem (Êxodo 17:9-11).

Josué sabia que jamais venceria a batalha em sua própria força. Ele compreendia que a luta tinha uma dimensão sobrenatural, com forças invisíveis em ação. Ele sabia que a intercessão de Moisés era tão essencial quanto sua própria atuação no campo de batalha. Josué foi encorajado para a batalha e tinha confiança de que Deus traria a vitória, porque sabia que Moisés estava por trás dele, orando. Essa é uma bela ilustração do tipo de ministério intergeracional de que necessitamos hoje. Os jovens podem realizar coisas extraordinárias quando são humildes e recebem o apoio de pessoas mais velhas que oram por eles e os incentivam.

Quando jovem, Josué desenvolveu total confiança na capacidade de Deus em conceder a vitória. A completa dependência do poder divino foi a chave para o sucesso de Josué como líder a partir daquele dia. O que fez de Josué um líder notável não foi seu treinamento, suas estratégias brilhantes, nem sua estatura ou força; ele foi um líder eficaz por causa de sua fé em Deus. Josué acreditava que Deus podia e iria livrá-los dos inimigos mais formidáveis.

Algum tempo depois, essa fé inabalável em Deus fez Josué se posicionar ao lado de Calebe e não ceder às exigências da multidão quando os dez espias retornaram de Canaã com um relatório desanimador. Josué se uniu a Calebe ao suplicar à congregação que não se rebelasse contra o Senhor: “Se o SENHOR se agradar de nós, então nos fará entrar e nos dará essa terra” (Números 14:8).

Sua fé firme enfureceu os incrédulos; o próprio povo deles teria apedrejado ambos até a morte naquele instante, se Deus não tivesse aparecido para intervir (Números 14:10). A vida de Josué mostra que a liderança espiritual nem sempre é apreciada ou aceita. Ser líder pode ser uma experiência muito solitária. Cultivar um relacionamento com Deus é essencial para qualquer líder, pois Ele é a única fonte de apoio que nunca falha.

Quarta, 8 de Outubro

Outro dia, eu vi um meme divertido sobre vaga de emprego que dizia assim:

"Requisitos: 1. Cinco anos de experiência; 2. Dois Prémios Nobel da Paz; 3. Um dinossauro."

Evidentemente, trata-se de um exagero bastante comum ao humor, mas, que faz sentido. Quando perguntamos aos jovens sobre as dificuldades de entrar no mercado de trabalho, muitas vezes nos deparamos, também, com exigências incabíveis.

Fazendo um paralelo com a história de

Josué e os desafios que vinham com a "vaga de emprego" que ele estava prestes a assumir, fiquei pensando no que poderia ser mais difícil: o que as empresas dos dias de hoje solicitam de um novo servidor ou administrador a si mesmo, entendendo que o sucesso viria apenas na dependência de Deus.

Pensei também sobre o fato de a "vaga" proposta a Josué já ser a de líder. Imagine você, com a sua bagagem atual, sendo convocado para liderar uma multidão com as características do povo do antigo Israel? Você aceitaria?

Às vezes, é mais fácil conseguir um lugar sendo liderado do que tendo que liderar, porque assim fica mais fácil terceirizar responsabilidades.

Agora, coloque-se, por um instante, no lugar de Josué e analise se você teria essas qualidades para atender ao chamado divino: jovem, destemido, totalmente dependente de Deus.

Compare como Deus tem preparado você com os versículos a seguir que revelam a forma como Deus preparou Josué para ser um líder:

• Auxiliando Moisés: Êxodo 24:13; Êxodo 32:17; Êxodo 33:11

• Qualidades de liderança de Josué: Números 14:1-10; 27:15-23; Números 32:12; Deuteronômio 34:9

Quinta, 9 de Outubro

Moisés mudou o nome de seu assistente de Oseias para Josué (Números 13:16), um nome semelhante ao de Jesus. A liderança de Josué prenunciava a liderança de Jesus. Ambos os nomes significam a mesma coisa: “Deus é salvação” ou “Deus é libertação”. Tanto Josué quanto Jesus enfrentaram inimigos formidáveis que só poderiam ser vencidos mediante firme dependência de Deus. Ambos foram enviados para libertar o povo de Deus e conduzi-lo à liberdade.

Josué derrotou os exércitos cananeus, e Jesus veio a este mundo para “desfazer as obras do diabo” (1 João 3:8). Enquanto Josué enfrentou gigantes físicos, Jesus enfrentou gigantes mentais e emocionais — talvez os mais difíceis de enfrentar. No deserto, Satanás questionou a identidade de Jesus (Mateus 4:3), incitou-O à presunção (verso 6) e tentou-O a abandonar os planos de Deus em busca de ganhos mundanos (versos 8 e 9). Diante de cada um desses gigantes, Jesus respondeu com três simples palavras: “Está escrito”. Para cada tentação que Satanás lançou contra Ele, Jesus Se defendeu com a espada da Escritura e o escudo da fé (Veja Efésios 6:16, 17). Somente essa estratégia O tornou vitorioso.

A intensidade das batalhas de Jesus é vista nas noites em claro, quando o Capitão da nossa salvação permanecia desperto, orando durante toda a noite (Lucas 6:12). Suas orações não eram orações tímidas ou sonolentas. Jesus frequentemente orava “com forte clamor e lágrimas” (Hebreus 5:7). A luta mais severa contra os poderes das trevas começou no Jardim do Getsêmani, quando Jesus disse: “A minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mateus 26:38). Carregando os pecados do mundo, a vida de Jesus estava sendo esmagada lentamente. A morte teria trazido alívio bem-vindo, mas um anjo veio fortalecê-Lo para que continuasse Sua obra inacabada (Lucas 22:43). “E, posto em agonia, orava mais intensamente; e o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão” (verso 44).

O suor de sangue de Jesus foi uma pequena indicação da intensa batalha espiritual que se desenrolava enquanto Ele libertava Seu povo dos poderes das trevas. Todo campo de batalha tem sangue no chão, marcando os ferimentos e mortes dos soldados que lutaram. O Jardim do Getsêmani não foi exceção; sangue foi derramado no chão para marcar o lugar onde Jesus “resistiu até ao sangue” (Hebreus 12:4).

Sexta, 10 de Outubro

“Um novo perigo agora os ameaçava. Por causa de suas murmurações contra Ele, o Senhor permitiu que fossem atacados por seus inimigos. Os amalequitas, uma tribo feroz e guerreira que habitava aquela região, saíram contra eles e feriram os que, cansados e abatidos, haviam ficado para trás. Moisés, sabendo que a massa do povo não estava preparada para a batalha, ordenou a Josué que escolhesse dentre as diferentes tribos um grupo de soldados e os conduzisse no dia seguinte contra o inimigo, enquanto ele mesmo ficaria em um lugar elevado, próximo dali, com a vara de Deus em sua mão. Assim, no dia seguinte, Josué e seus homens atacaram o inimigo, enquanto Moisés, Arão e Hur estavam posicionados em um monte que dominava o campo de batalha. Com os braços estendidos para o céu e segurando a vara de Deus em sua mão direita,

“Assim como Arão e Hur sustentavam as mãos de Moisés, mostravam ao povo o dever de amparar o líder em seu árduo trabalho, enquanto este deveria receber a palavra de Deus para lhes transmitir. E o ato de Moisés também era significativo, mostrando que Deus detinha em Suas mãos o destino deles; enquanto n’Ele confiassem, Ele lutaria por eles e subjugaria seus inimigos; mas quando soltassem a mão Dele e confiassem em sua própria força, seriam ainda mais fracos do que aqueles que não tinham o conhecimento de Deus, e seus adversários prevaleceriam contra eles.

“Assim como os hebreus triunfavam quando Moisés erguia suas mãos ao céu e intercedia em favor deles, assim também o Israel de Deus prevalece quando, pela fé, se apega à força de seu poderoso Ajudador. No entanto, a força divina deve ser combinada com o esforço humano. Moisés não acreditava que Deus derrotaria seus inimigos enquanto Israel permanecesse inativo. Enquanto o grande líder suplicava ao Senhor, Josué e seus bravos seguidores se esforçavam ao máximo para repelir os inimigos de Israel e de Deus.” — Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [2022], p. 250, 251.